EXIGÊNCIA INJUSTIFICADA?
Hélio Lisse Junior solicitou a presença de José Antônio Arantes, mas não esteve presente durante o depoimento. Ausência do vereador levanta questionamentos sobre intenções.

O vereador Helio Lisse Junior, membro da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a empresa Bravos, exigiu o interrogatório do jornalista José Antônio Arantes, apresentador do podcast “Pod Pai e Filha” e editor da Folha da Região. No entanto, no dia marcado para o depoimento, o vereador não compareceu, levantando dúvidas sobre a seriedade de sua solicitação.

Arantes relatou durante seu podcast que foi intimado a depor na CEI por exigência do vereador Helio Lisse Junior, um antigo amigo de infância. “O Japinha, meu amigo de infância, fez questão de me intimar para responder as perguntas”, disse o jornalista. Porém, ele se surpreendeu ao perceber que o vereador, que tanto insistiu na intimação, não esteve presente no momento em que o depoimento ocorreu.

AUSÊNCIA DO VEREADOR LEVANTA DÚVIDAS

A ausência de Helio Lisse Junior no depoimento gerou especulações sobre suas intenções ao solicitar a intimação. Arantes, que compareceu à CEI confiante de que não tinha nada a temer, expressou sua decepção com a ausência do vereador. “Eu fui até lá esperando que o Japinha ia estar lá, já que ele fez questão de me intimar, mas ele não compareceu”, comentou Arantes durante o podcast.

A situação deixou no ar questionamentos sobre as reais motivações do vereador ao insistir no interrogatório. Se por um lado a presença de Arantes era requisitada para esclarecer pontos importantes da investigação, por outro, a ausência de Lisse Junior levanta dúvidas sobre o compromisso do vereador com o andamento do processo.

SIGILO NA INVESTIGAÇÃO IMPEDE MAIS ESCLARECIMENTOS

Além do episódio envolvendo o vereador Helio Lisse Junior, Arantes destacou que o processo da CEI corre sob sigilo, o que limita o acesso a informações sobre o andamento da investigação. “A CEI corre em sigilo, então não pode ter acesso ao processo”, explicou o jornalista. Ele mencionou que, por conta disso, não conseguiu obter detalhes sobre outros depoimentos ou sobre o teor das perguntas que poderiam ser feitas a ele.

Essa falta de transparência é vista com preocupação por Arantes, que afirmou esperar que as investigações sejam conduzidas de forma justa e que, ao final, o Ministério Público possa tomar as devidas providências. “Espero que tudo o que estiver sendo levantado lá chegue às mãos do Ministério Público e que o Ministério Público venha a público falar o que fez ou o que vai fazer”, ressaltou.

CONTEXTO POLÍTICO E REPERCUSSÕES

O episódio envolvendo a intimação e a ausência de Helio Lisse Junior ocorre em um momento de tensão política na cidade, especialmente em relação à empresa Bravos e suas supostas ligações com a prefeitura. Arantes mencionou que outros depoentes também confirmaram informações que poderiam comprometer o proprietário da Bravos e sua relação com o executivo, inclusive sobre empresas registradas em nomes de terceiros para evitar possíveis bloqueios judiciais.

O jornalista também destacou que a ausência do prefeito no lançamento de uma candidatura local gerou ainda mais especulações sobre os desdobramentos políticos do caso. “O Nandão nem foi no lançamento da candidatura do Zacarelli, alegou que estava em São Paulo por causa da queimada”, comentou Arantes, sugerindo que a falta de apoio do prefeito pode ter feito com que o vereador não participasse da audiência.

CONSEQUÊNCIAS PARA OS ENVOLVIDOS

A situação toda, desde a intimação até a ausência do vereador, contribuiu para um aumento nas tensões em torno da investigação da CEI. Arantes concluiu o podcast afirmando que espera que as investigações revelem toda a verdade e que, se comprovadas irregularidades, os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei. “Entre mortos e feridos, salvaram-se todos”, finalizou, sugerindo que, apesar das dificuldades, a verdade deve prevalecer.