10 de dezembro | 2024
Justiça condena réus a penas de 87 a 93 anos por execução da família de Olímpia
Crime em canavial de Votuporanga chocou a região e desvendamento contou com apoio da imprensa
A Justiça de Votuporanga sentenciou na terça-feira, 10, três réus a penas que variam de 87 a 93 anos de prisão pela execução brutal de uma família de Olímpia em dezembro de 2023. O crime, que ocorreu em um canavial, ganhou notoriedade pela violência e pela frieza dos envolvidos.
As vítimas, Anderson Givago, sua esposa Mirele Tofalete e a filha do casal, Isabelly, de 15 anos, foram atraídas a uma emboscada onde foram mortos a tiros. Anderson teria viajado a Votuporanga com a família para realizar uma entrega de 17 kg de cocaína, avaliada em R$ 255 mil, quando o crime aconteceu.
INVESTIGAÇÃO CONFIRMOU EMBOSCADA PLANEJADA
De acordo com a sentença da juíza Gislaine Faleiros de Brito Vendramini, da 1ª Vara Criminal de Votuporanga, o caso foi desvendado graças ao cruzamento de dados obtidos por meio de informações celulares e do Google. As provas ligaram João Pedro Teruel ao local do crime, que, por sua vez, delatou os comparsas, os irmãos Rogério Schiavo e Danilo Roberto Barboza da Silva.
“O exame pericial realizado no local dos fatos constatou que as vítimas foram alvejadas de surpresa. A autoria é certa e induvidosa, pois comprovado que os réus atraíram as vítimas ao local ermo para subtrair a droga que transportavam”, afirmou a magistrada na decisão.
Apesar das evidências, os réus negaram envolvimento no crime.
PENAS CUMULATIVAS POR LATROCÍNIO
Seguindo a denúncia do Ministério Público, os réus foram condenados por latrocínio (roubo seguido de morte) em concurso material, o que resultou na aplicação cumulativa das penas.
João Pedro Teruel e Rogério Schiavo receberam penas de 87 anos e seis meses de prisão cada um. Já Danilo Silva, por seus antecedentes criminais e reincidência, foi condenado a 93 anos e quatro meses de reclusão. Os três permanecem presos preventivamente desde as primeiras etapas das investigações.
IMPRENSA FOI FUNDAMENTAL PARA O DESFECHO DO CASO
Na decisão, a juíza ressaltou o impacto do crime e o papel essencial da imprensa na divulgação do desaparecimento da família, o que acelerou o desfecho do caso.
“As consequências do crime extrapolaram o ordinário, uma vez que a família foi executada e a adolescente acompanhava os pais para comemorar o aniversário da mãe. A imprensa, ao divulgar intensamente o desaparecimento, contribuiu para a localização dos corpos e o esclarecimento dos fatos”, destacou Gislaine Faleiros.
DECISÃO AINDA CABE RECURSO
Embora as penas sejam severas, a defesa dos réus ainda pode recorrer da decisão, dando continuidade à tramitação judicial do caso que chocou Olímpia e a região.
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