19 de abril | 2009

Graziano ameaça interditar “lixões” irregulares

Compartilhe:

 A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo poderá interditar todos os aterros sanitários em situações irregulares, os chamados ‘lixões’, caso os prefeitos desses municípios não passem a atender as novas previstas pela legislação.

A ameaça é do secretário, engenheiro agrônomo Francisco Graziano Neto (foto), durante reunião com prefeitos da região no Parque Aquático Thermas dos Laranjais, na noite da quarta-feira desta semana, dia 15.

O secretário mandou um recado aos prefeitos. “Ou os lixões sejam adequados de acordo com a legislação, ou serão todos interditados por mim. Não podemos mais conceber essas ‘fábricas de urubus’ que tem por aí”, ameaçou. “O governo só consegue ser eficiente numa tarefa dessas se o poder local se envolver”, emendou. No entanto, acena para uma ajuda do Governo Estadual para sanar os problemas existentes.

Porém, Graziano afirma que a alternativa “é o prefeito fazer o trabalho dele direito, ou seja, enterrar direito o lixo quando ele chegar ao local, a grande dificuldade e, por isso se tornam lixões, porque não são cercados. Então você vê gente no lixo misturado com urubus, ambos disputando o lixo e isso é inconcebível. É contrário à legislação”.

A solução, segundo ele, é simples. “Organizar o pessoal em cooperativas, tirar as pessoas daquela área, construir áreas adequadas para se fazer a reciclagem e enterrar o resto, para isso precisa ter máquinas, terra, gente cuidando disso”, explicou.

O secretário credita a culpa às administrações municipais que antes, investiram muito pouco ou nada no sentido de regulamentar a situação de seus aterros. “Isso sempre foi muito largado e empurrado com a barriga. Agora acabou essa ‘empurração’, é tolerância zero”, reforça.

No Thermas o secretário falou das ações ambientais que serão compartilhadas entre os municípios e o Governo Estadual: tratamento da rede de esgoto; incentivo à educação ambiental; recolhimento adequado dos resíduos, com coleta seletiva; combate ao desperdício de água; recomposição da mata ciliar; arborização urbana; madeira sustentável na construção civil; combate à poluição atmosférica; ter órgão executivo do meio ambiente; e ter conselho municipal, além de livre, consultivo e deliberativo.

Descentralização das ações
“O pessoal sempre espera de cima, de São Paulo, de o governo fazer as coisas, mas os municípios podem e devem fazer”, afirmou Graziano, ao explicar que o governo quer descentralizar a política ambiental do Estado de São Paulo. “Essa é a minha luta e a minha dança”, acrescentou.Graziano explica que sempre quis se reunir com a área política para fazer com que o meio ambiente seja assunto de política e não fique apenas restrito aos ecologistas: “e felizmente esta idéia vem dando certo”.

Ele ressaltou que mais do que responsabilidade social, o tema é de responsabilidade ambiental: “Os municípios têm de assumir a sua parte, o cidadão também tem, política ambiental todo mundo tem de fazer, a dona de casa pode começar fazendo na cozinha não jogando o óleo da fritura no ralo da pia, então os poderes locais, com o poder centralizado, o governo, podem, sim, se unir pelo bem de uma vida melhor, porque meio-ambiente é política global, mas devemos ter ações globais”.

Cerca de 200 pessoas – dentre elas 21 prefeitos da região – estiveram na noite da quarta-feira no Thermas dos Laranjais, para recepcionar o secretário Francisco Graziano Neto, num jantar, a convite do prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho.

SELO VERDE
O secretário está visitando os municípios do Estado para estimular a adoção de medidas que possam habilitá-los ao programa “Selo Verde”. Mais do que ações que possam beneficiar o meio-ambiente, especialmente as bacias hidrográficas, os prefeitos que cumprirem as 10 diretrizes do programa terão preferências de repasses de verbas do governo do Estado.

Na avaliação de Graziano, o resultado do programa não teria sido melhor em 2008, justamente por causa do período eleitoral: “O ano passado foi o primeiro desta ação, foi um ano eleitoral e talvez por isso muitos prefeitos não deram a devida importância. Tivemos o enquadramento de 332 municípios e este ano queremos levar a todos, isto é, aos 645”.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas