28 de outubro | 2013

Genro de Valter Trindade seria prestador de serviço do Daemo

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O genro do ex-diretor da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambientem – Daemo Am­biental, Valter José Trindade, seria um prestador de serviços da autarquia. Pelo menos é isso que se pode entender das informações prestadas à imprensa local nesta semana, pelo atual responsável pela autarquia, Alaor Tosto do A­maral.

Por outro lado, assumindo a contratação, ele nega qualquer irregularidade na situação e afirma que o Ministério Público (MP) de Olímpia está confundindo esses serviços com obra da ETA (Estação de Tratamento de Água), que estava sendo realizada pela Scamatti & Seller, de Votupo­ran­ga, e está paralisada por envol­vimento com a chamada Máfia do Asfalto.

“O que acontece? Então, esse processo foi para atender essa demanda. Estávamos com problema de máquina quebrada e para atender essa demanda foi feita essa contratação. Mas não quero entrar em detalhes, pois acredito que a promotora misturou duas coisas: a Estação de Tratamento de Água, que está em execução é uma coisa e isso é outra. Parece que houve uma confusão. São du­as coisas independentes”.

A suspeita seria de que o Ministério Público estaria investigando o fato de se ter feito licitação na qual a empresa foi vencedora e realizado pagamentos sem a realização do serviço: “A ETA que está em andamento é uma concorrência pública e esse ‘servicinho’ é o ‘convitinho’ daqui. Um ‘servicinho’ específico e pequeno”. “A ETA é um monstro, uma obra de R$ 14 milhões”, reforçou.

De acordo com a afirmação de Amaral, a promotora pública Valéria Andréia Ferreira Lima, titular da Promotoria dos Direitos Constitucionais do Cidadão e do Patri­mô­nio, “fez confusão” (sic) ao determinar publicação de portaria preparatória para Inquérito Civil para apuração de eventual ato de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito.

Como se sabe a investigação envolve a ENGESCAV Engenharia e Construções Ltda., Mauro Mar­cussi e Valter Trindade, que segundo Amaral, é sogro de Marcus­si: “Inclusive segunda-feira fiz a resposta final para a promotora. Esse serviço é típico para atendimento de água e esgoto. Vocês devem estar cansados de ver as aberturas feitas nas ruas para arrumar algum problema na rede de água”.

DESCONHECIDO NO DAEMO

Já sobre a razão do nome de Valter Trindade ser citado e não o dele, Amaral, atual responsável pela autarquia e quem teria assinado a carta-convite, o diretor jus­tifica: “Como ele ficou aqui quatro anos, confundiram, misturaram as bolas. Eu estou aqui desde o dia primeiro de janeiro, sou pouco conhecido como daqui. Me conheciam mais da Prefeitura. Acho que houve um equívoco”.

O diretor teria confirmado que o outro citado além de Trindade, Mário Martussi, nome que saiu na publicação, na verdade é Mauro Marcussi, que vem a ser genro de Trindade.

Ao explicar o porquê os dois aparecem na publicação, Amaral alega que há um “equívoco entre um processo e outro” e que o “genro do Valter trabalha para várias empresas aí. Ele pega serviço direto e pega subempreitas de empresas”. Segundo Amaral “a promotora nos oficiou e nós respondemos com o que temos e da maneira correta. Agora é aguardar”.

E acrescenta: “Essa empresa, a ENGESCAV, já prestou o serviço. Já mandei inclusive todo o processo licitatório para a promotora com as medições todas, tudo detalhado e não tem nada a ver com a ETA, para que fique bem claro”.

Perguntado sobre qual a motivação de Trindade e de seu genro terem sido citados pelo MP, Amaral explica que “o genro do Valter tem empresa que presta esse tipo de serviço e trabalhava aqui na ETA, aqui em O­lím­pia, como já trabalhou em Severínia. E agora parece que até pegou um serviço aqui, em loteamento particular. Ele mexe com isso e são serviços independentes”.

Ocorre que o genro de Trindade também trabalhou na ETA com a Scamatti & Seller: “Lá na ETA, inclusive, ele estava fazendo um serviço que já acabou, para uma caixa d’água de 2 milhões de litros, para se imaginar o tamanho do buraco. Essa foi a confusão: ele trabalhou lá nesses buracos, que ele su­bem­preitou da empresa que ganhou a licitação. Aí que houve a confusão”.

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