FURTOS SEM CONTROLE!
Furtos de fios e até relógios de energia estão virando rotina nos Boletins de Ocorrência. Estão furtando até materiais de descarte em supermercados.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, em levantamento sobre as ocorrências registradas em 2022, divulgado na sexta-feira, 27, o número de furtos aumentou em relação aos últimos três anos em Olímpia, confirmando também a evolução da sensação de insegurança da população.

Não se sabe se motivado pela situação de insegurança alimentar que já atinge quase 60% da população brasileira, ou se pelo sistema judicial, o fato é que em 2019 a cidade registrou 485 furtos, 48 roubos e 48 furtos e roubos de veículos.

Em 2020 o número de furtos caiu para 309, o de roubos para 34 e o de veículos para 26; em 2021, subiu novamente para 390, 35 e o de veículos ficou estável em 26; Já em 2022, o aumento foi estratosférico, pois o número de furtos foi a 637, o de roubos, 49 e o de furtos e roubos de veículos para 28.

106% DE CRESCIMENTO DE FURTOS
EM RELAÇÃO A 2020

Em relação a 2019, o número de furtos subiu 31%. Já em relação a 2020 (início da pandemia) o percentual sobe para 106%. Finalmente, na comparação com 2021, quando o número de furtos foi para 390, o percentual cai para 63%.

Na verdade, os números indicam que se algo não for feito, Olímpia poderá voltar a ter furtos em números estratosféricos como o de décadas atrás, quando chegou a ter mais de 1000 furtos por ano.

Para exemplificar a possibilidade de os furtos estarem ocorrendo em razão da insegurança alimentar, uma ocorrência esta semana chamou a atenção.

ESTÃO ASSALTANDO MERCADO
EM BUSCA DE PRODUTOS DE DESCARTE
(PRA MATAR A FOME?)

Um gerente de um grande supermercado da cidade (que não é da rede Iquegami), registrou queixa na polícia dizendo que não aguenta mais ver o prédio do estabelecimento que dirige ser assaltado.

O gerente do estabelecimento disse na polícia que todas as noites tem tido problemas com invasores no setor de Carga e Descarga. Homens desconhecidos invadem as dependências do mercado, arrombam portas e subtraem objetos e mercadorias que seriam descartadas.

O declarante afirmou também que queria deixar registrado o episódio para que fossem tomadas providências no sentido de aumentar o patrulhamento no local. E complementou: “O local possui concertina, mas os invasores jogam tapetes para não se ferirem e pulam o muro ou pulam o portão”, concluiu.

FURTOS DE FIOS
E ATÉ RELÓGIOS DE ENERGIA DA CPFL

Mas dentre os casos, em escala vertiginosamente ascendente, estão os furtos de fios e materiais elétricos, que em sua maioria esmagadora, segundo o delegado Marcelo Pupo de Paula, são praticados por usuários de drogas que trocam este material por entorpecentes.

Marcelo disse que dia sim dia não a sua delegacia registra ocorrência de furto de material elétrico. Esta semana, por exemplo, o fato aconteceu no distrito industrial local e há alguns meses, os invasores começaram a levar até os relógios da CPFL.

A prefeitura de Olímpia durante todo o ano passado sofreu com o furto de fios e outros materiais em praças da cidade. Nos últimos meses, no entanto, começou a registrar o mesmo fato em postos de abastecimento do Daemo, que acabam prejudicando o abastecimento de água da cidade, já que até a CPFL instalar um novo relógio pode demorar de 24 a 48 horas.

RECEPTADORES TROCAM POR DROGAS
E VENDEM EM OUTRAS CIDADES

Segundo o delegado, foi feito um trabalho junto aos compradores de ferro velho na cidade para que não comprem material sem procedência, mas existem pessoas que acabam trocando por drogas e levando o material para ser comercializado em outras cidades.

O Daemo está implantando sistemas de concertinas e instalando câmeras de vídeo para tentar amenizar o problema, mas a situação pode se agravar, segundo o delegado, pois os usuários de droga, quando flagrados por furto destes materiais, acabam não ficando presos por muito tempo e voltam rapidamente a praticar o delito.

Além dos pontos conhecidos que foram invadidos por usuários e inclusive, muitos em situação de rua (outro fato que vem aumentando), como o antigo Bazar das Noivas, os usuários estão invadindo casas de aluguel que estão sem inquilinos para dormir e furtar material para trocar por droga.

Um boletim de ocorrências foi registrado também esta semana de uma casa na General Osório em que esta situação foi verificada.