15 de novembro | 2009
Funcionários públicos da coleta de lixo podem ir à justiça por prejuízos
Os funcionários públicos municipais que atuavam na coleta do lixo em Olímpia, que foram afastados da função e deverão ser transferidos a outros setores por causa da terceirização dos serviços, podem procurar a justiça para reclamar prejuízos que poderão ter a partir já do contrato emergencial assinado na segunda-feira, dia 9. Nenhum deles aceitou a proposta feita pela empresa Mult Ambiental Coletas e Transportes Ltda., de Votuporanga.
Eles entendem que qualquer mudança vai gerar prejuízos a seus ganhos. Um deles, que preferiu não ser identificado, contou que somando os salários, horas extras e insalubridade, chegavam a receber cerca de R$ 1,5 mil por mês.
Já de acordo com outro, que concedeu entrevista a uma emissora de rádio da cidade e se identificou apenas pelo apelido de ‘Manguinha’, os 22 que foram afastados estão reclamando os prejuízos sofridos com a mudança e ameaçam ir à Justiça para continuarem recebendo a insalubridade, que representa cerca de 40% acima do piso da categoria.
Manguinha explica que todos reclamam ainda o fato de terem sido afastados próximo ao final do ano, quando tinham seus vencimentos reforçados com as tradicionais boas festas que sempre recebem da maioria da população pelos serviços prestados durante o ano.
“Tinha que pelo menos dar um tempo maior. Já tentei falar com o prefeito, mas ele põe a secretária e você não sabe o que vai acontecer. Nós vamos mover uma ação contra a prefeitura, e serão todos os 22 coletores”, disse Manguinha em entrevista à Rádio Menina AM, na quarta-feira, dia 11.
CONCURSADOS
O lixeiro explicou que os coletores são concursados para o cargo, embora tenham hoje a denominação de serviços gerais, não aceitaram trabalhar para a empresa, porque teriam que pedir afastamento do cargo municipal. “E o que eles pagam não compensa. Nós íamos ganhar menos, com carga horária maior”, justificou.
De acordo com Manguinha, a empresa vai pagar um salário de R$ 528, mais uma cesta básica no valor de R$ 170 e as horas extras que forem realizadas. Porém, a partir de agora o trabalho será praticamente dobrado. Se antes a coleta do lixo era feita com cinco caminhões, a partir de agora são apenas três.
No entanto, a insalubridade não é uma questão de fácil solução. O secretário de Obras e Serviços Urbanos, Gilberto Toneli Cunha(foto), ao comentar a questão na mesma emissora, disse que não há como agir de maneira diferente quanto a esta questão.
“Não podemos pagar insalubridade quando não cabe a insalubridade. Se não, o ordenador de despesas, que é o prefeito, pode sofrer penalidades. Estes coletores de lixo vão ser remanejados para outras funções, alguns vão tirar férias. Mas, vamos estudar caso a caso para vermos que solução dar ao problema”, justificou.
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