12 de fevereiro | 2023

Folha de S. Paulo chama Olímpia de “Orlando Brasileira” e leitores caçoam nos comentários

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MARKETING PERIGOSO!
É preciso ter cautela com maximizações pois quando o milagre é demais até santo desconfia”.Se não for comparado a Orlando não presta? Complexo de vira-latas.

 

José Antônio Arantes – A Estância de Olímpia foi tema de várias reportagens de veículos de comunicação de renome nos últimos dias, por causa dos números divulgados pela Secretaria de Turismo local, que podem ter sido maximizados, mas uma delas acabou sendo motivo de chacota dos leitores da Folha de São Paulo, que chamou a cidade de Orlando Brasileira.

Em matéria no “Metrópolis”, sobre o pedido do novo secretário do governo paulista para o ministro dos Portos, reivindicando para o município a implantação de um aeroporto que, inclusive já tem até autorização dos órgãos competentes para ser implantado, a cidade também foi chamada de “Flórida Paulista”.

Segundo reportagem de Marcelo Toledo, na edição da Folha de São Paulo impressa e pela internet, no dia 04 de fevereiro, “com 55 mil habitantes, a cidade conhecida como a Orlando brasileira viu o turismo deslanchar de vez em 2022 ao receber 3,5 milhões de turistas — superando os 2,9 milhões de 2019, ano pré-pandemia da Covid — e preparar novas atrações para os visitantes”.

6 MILHÕES EM 2026

Diz ainda a notícia que um levantamento da Prefeitura de Olímpia mostra que a permanência média do turista na cidade aumentou. “De dois dias, média de anos atrás, hoje ela é de 3,5 dias. O foco das atrações também é 2026, quando a cidade prevê receber 6 milhões de turistas”.

Mas, já no início da semana, dia 07, o chamado ORTE – Observatório Regional de Turismo e Eventos de Olímpia, acabou passando para a Secretaria de Turismo municipal (que divulgou os números), que Olímpia tinha sido o destino de 1 milhão de turistas nessas férias, superando as expectativas do setor de turismo para a alta temporada e batendo mais um recorde na visitação da cidade.

Pelo menos esta foi a estimativa anunciada pela secretaria de Turismo e Cultura, do que teria sido registrado na hotelaria local, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, de 880 mil hóspedes.

17 MIL POR DIA NOS MESES
DE DEZEMBRO E JANEIRO

No entanto, os números acabam se mostrando surpreendentes já que pelas contas, com cerca de 960 mil pessoas, Olímpia tem que ter hospedado algo em torno de 17 mil pessoas por dia em sua rede hoteleira já que a pesquisa não considera os visitantes que frequentam os parques na modalidade “day use”, sem se hospedar na cidade, que, pode ser pouco menor que a hospedagem.

Dentro deste prisma, Olímpia e seus parques aquáticos podem ter superado 1 milhão e 500 mil visitantes em dois meses, o que daria uma média de 25 mil pessoas por dia visitando Olímpia e seus parques todos os dias. Ou seja, os parques aquáticos teriam que ter registrado lotação total durante os 60 dias dos dois meses.

410 MIL EM DEZEMBRO
E 550 EM JANEIRO

Ainda de acordo com o relatório, o mês de janeiro foi histórico, se consagrando como o mês com melhor ocupação de todos os tempos na hotelaria, com quase 550 mil turistas, uma média de mais de 17 mil pessoas por dia. Dezembro também bateu recorde, registrando mais de 410 mil turistas, sendo o melhor desempenho para o mês na história da cidade.

Embora tenha profissionais que entendam que a maximização dos números seja positiva para a divulgação do destino turístico, também há quem acredite que quando o milagre é demais o próprio santo desconfia e que é preciso sempre argumentar e apresentar dados que convençam a população sobre os números que se está divulgando.

Embora os comentários na internet na matéria da Folha de São Paulo não tenham colocado em dúvida total os números, o fato de Olímpia ser chamado de Orlando brasileira, foi motivo de chacota por leitores do jornal.

NÃO TEM NADA
A VER COM A GENTE

O leitor Daniel Gonçalves, por exemplo, às 19h28 do dia 04, comentou: “Prefiro o termo Olímpia Brasileira e torço para que eles façam jus ao nome e não copiem aquela estética que não tem nada a ver com a gente. No mais, boa sorte e que não faltem turistas!”.

Já Renaldo Ramalho, mais tarde, no mesmo dia, destacou: “Nossa experiência não foi legal. Os parques aquáticos são muito cheios em alta temporada”.

Bruno RBF Giacomini, por sua vez, às 22h26 ainda do dia 04, tentou decifrar o marketing noticioso: “Apimentou o prato já feito e bom. Poucos paulistas conheciam Olímpia e o texto foi bem redigido. Conheces a tese da similaridade?”.

SE NÃO FOR COMPARADO
A ORLANDO NÃO PRESTA?

Roberto Pimenta, por sua vez, fez dois comentários no mesmo dia: “O “jeca journalism” ataca novamente. Que mania colonizada de referir nossas cidades em relação a outras do exterior. Um verdadeiro complexo de vira-latas. E mais: a comparação colonizada nem é cabível, pois Olímpia tem algum parque minimamente comparável à Disney?”

No outro, questiona o outro leitor: “Bruno Giacomini, porque não divulgar as atrações como elas são, sem comparações que deixam claro o complexo de viralatas. Parece que se não for comparada à Orlando não presta… No mais, que falta de originalidade/conhecimento: só existe Orlando na cabeça desse pessoal?”.

COMPARAÇÃO É PIADA

Ana Rodrigues, quase no final da noite, às 23h41, declarou: “Gostei da pousada com água quentinha que a gente entrava a qualquer hora do dia e da noite. Da cidade, gostei não. E levem repelente!”.

Já na madrugada do dia 05, a leitora Michaela escrachou: “Não vi nada especial ou muito atrativo, mas se realmente tem muitos visitantes deve ter algo que agrade certo nicho. Já a comparação com Orlando (que goste ou não é um enorme polo de turismo doméstico e internacional nos EUA) é piada.

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