15 de junho | 2008

“Ficar” pode ser causa de gravidez e até de abortos

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Embora sempre tratado com a suavidade que todos desejam para a passagem do ‘Dia dos Namorados’, a convivência pré-matrimonial entre um casal pode ser o fio de navalha que leva à felicidade total ou, por outro lado, às conseqüências mais indesejáveis, muitas vezes, responsáveis até mesmo por várias tentativas de suicídios registradas atualmente no meio da sociedade.

Embora nenhuma pergunta nesse sentido tenha sido feita aos entrevistados pela reportagem desta Folha nesta semana, a concretização de atitudes extremas como desejar a própria morte, pode estar ligada à gravidez precoce e até aos abortos que podem surgir do momento "ficar".

Para chegar a este ponto basta analisar com frieza as afirmações feitas pelo pastor da Igreja Assembléia de Deus Ministério do Belém, Pedro Pernas Pasqualete, ao explicar o que representa o termo "ficar" e quais podem ser suas conseqüências.

"O ficar para mim é um ato de irresponsabilidade, porque a maioria das meninas que ficam não têm compromisso e aí surge o problema da gravidez indesejada e dos abortos, que está penetrando em nossas camadas sociais, seja na faixa mais pobre, seja na média ou mesmo na alta sociedade. Em todas as áreas, as meninas ficam, engravidam e abortam", afirma incisivamente.

Porém, como observa ainda o pastor, mesmo quando não ocorre o aborto como conseqüência de uma gravidez inesperada, podem surgir os problemas sérios que têm incomodado a sociedade de maneira geral. "Quando nascem, às vezes são crianças rejeitadas e expostas aos cuidados de avós, porque nem o menino e nem a menina têm condições para cuidar", enfatiza. Considerando o "ficar" como um ato irresponsável, o pastor ensina que há determinadas meninas que "ficam" uma única vez já praticando sexo.

A responsabilidade é o fator que diferencia na avaliação do padre José Aparecido da Silva, as atitudes dos que namoram e dos que apenas ficam: "Você fica hoje e fica amanhã e não tem aquele compromisso com a pessoa. No namoro não, você vai conhecer a pessoa e seus familiares e, claro, existe a diferença do não compromisso".

Para a advogada Silvana de Sousa, ao contrário do namoro que exige um comprometimento mais sério, "ficar é uma coisa sem comprometimento e mais light e sem obrigação com a outra pessoa. É conhecer uma pessoa numa "balada" e, de repente, no outro dia passar na rua e nem falar um oi".

Já a psicóloga Juliana de Cássia Ducatti explica que na linguagem dos adolescentes, "ficar" é uma experiência nova, ou seja, o conhecimento sem o compromisso do namoro. "O ficar é sem compromisso. Você fica numa festa, numa aventura ou numa boate sem o compromisso sério de namoro. Quando começa a namorar já começa a pensar mais firme no casamento", define.

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