15 de dezembro | 2013
Famílias das vítimas estão temerosas com a liberdade de “Bocão”
Depois de menos de cinco anos de ter assassinado duas pessoas e ferir mais três com golpes de faca, foi colocado em liberdade Sérgio Roberto Bueno, vulgo “Bocão”, de 39 anos. Familiares das vítimas estão temerosos e apreensivos e afirmam que tiveram informações que o acusado está bebendo em bares e estaria andando armado.
O temor das famílias foi manifestado, inicialmente, pela senhora Jandira, mãe de Danilo Correa da Silva, de 25 anos, assassinado por “Bocão”, em uma carta e depois declarações prestadas durante o programa Ronda 720, na Rádio Espaço Livre. Ela queria, entre outras coisas, entender porque o assassino de seu filho estava livre, tomando cervejas em bares, tão pouco tempo depois de ter cometido os crimes que chocaram a população de Olímpia no reveillon de 2009.
Também a ouvinte Andreia, irmã de Fátima Aparecida Rodrigues, de 59 anos, morta por “Bocão”, demonstrou sua apreensão e inconformismo com a liberdade do acusado, em entrevista concedida no noticiário Cidade em Destaque, da Rádio Cidade. Os parentes das vítimas residem no jardim Santa Ifigênia, mesmo bairro onde “Bocão” voltou a residir depois de ganhar liberdade há pouco mais de três meses.
De acordo com o apurado, “Bocão” foi absolvido sumariamente, em razão da inimputabilidade, tendo a justiça aplicado a medida de segurança detentiva de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico por prazo indeterminado, com prazo mínimo de três anos.
Segundo informou a advogada que defendeu o réu neste processo, Tatiane da Silva Gerolim, “Bocão”, fez tratamento em um hospital de Taubaté, onde permaneceu mais de três anos. Em meados deste ano, ele foi avaliado pelos médicos que concluíram que ele poderia continuar o tratamento em liberdade. “Ele está sob os cuidados de sua família e tomando medicamentos, não podendo ingerir bebidas alcoólica”, informou a advogada.
Tatiane Gerolim declarou que “Bocão” não oferece risco a sociedade. Contou que ela foi nomeada para defendê-lo, logo depois da prática do crime. Informou que no primeiro contato com o acusado, ele não se lembrava de nada do acontecido. Com isso, baseada no histórico familiar dele, decidiu provar a sua inimputabilidade, tese que foi acatada pela justiça.
OS CRIMES DE “BOCÃO”
Durante a madrugada de 1º de janeiro de 2009, estava participando de uma galinhada, no jardim Santa Ifigênia, comemorando a chegada do ano novo. Por volta das 3 horas, apossou-se de uma faca e desferiu golpes nos seus amigos Paulo Ferreira, de 49 anos, Claudineu Pereira da Silva, de 36 anos e Ricardo Alves de Oliveira, de 37 anos, que ficaram feridos e escaparam com vida.
Em seguida, “Bocão” saiu para a rua a deferiu um golpe de faca no peito da vizinha Fátima Aparecida Rodrigues, de 49 anos, que não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada na Santa Casa de Misericórdia de Olímpia. E, finalmente, também deferiu um golpe de faca no peito do servente Danilo Correia da Silva, de 25 anos, que casualmente encontrou na rua e que morreu no local. O acusado foi detido por populares e atuado em flagrante da delegacia de polícia de Olímpia.
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