22 de setembro | 2014

Falta de elevador leva cadeirante a se amarrar em ônibus da Bomtur

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O pedreiro Antônio Carlos de Souza, de 57 anos de idade, que reside no centro de O­límpia, passou por maus momentos quanto pretendia utilizar o transporte público local, cujo serviço é prestado pela empresa Bomtur, de Barretos, através de contrato de concessão assinado com a empresa pública Prodem (Progresso e De­senvol­vi­men­to Municipal).

Cadeirante, por conta de um acidente que sofreu trabalhando, ele não conseguiu u­sar o sistema de transporte coletivo da cidade. O ônibus que passou no ponto em que estava não está dotado de elevador para atender pessoas com esse tipo de necessidade e, como forma de protesto, acabou amarrando sua cadeira de rodas com arames de construção à porta do veículo.

A situação de constrangimento aconteceu na manhã da quinta-feira, dia 18, por volta das oito horas, quando ele estava em um ponto do Jardim Village Morada Verde, na zona leste da cidade e pretendia voltar para o centro da cidade onde reside.

Entretanto, naquela manhã o veículo que estava fazendo a linha, chamado reserva, não estava dotado do equipamento que possibilita aos cadei­rantes utilizarem os veículos. O pedreiro conta que a situação durou aproximadamente duas horas até que uma solução fosse encontrada.

Toninho, como é conhecido entre os amigos, conta que naquele dia estava no Jardim Harmonia, ao lado do Jardim Morada Verde e, sabendo que um ônibus reserva estava na linha, foi ao bairro ao lado para poder utilizar o sistema. No entanto, no ponto onde estava o veículo que passou também era um reserva e, portanto, também não dotado de elevador para cadeirantes.

“Eu sabia que na tarde da quarta-feira estava correndo um ônibus reserva e optei por ir do Harmonia ao Morada Verde. Mas quando chegou a circular vi que era outro ônibus reserva”, contou.

ÔNIBUS RESERVAS NÃO TÊM

De acordo com ele, os ônibus considerados reservas não são dotados de elevadores de cadeiras de rodas para ajudar as pessoas que necessitam. “Fiquei muito bronqueado”, enfatizou. “Peguei uns arames de construção e passei na porta do ônibus amarrando a cadeira”, acrescentou.

Também de acordo com o pedreiro, a empresa tem a­pe­nas oito veículos dotados com elevador para cadeira de rodas. A cidade cresceu e não readequaram as linhas com mais ônibus com o equipamento.

Souza explicou que sua atitude foi uma forma de protestar contra o descaso que a empresa tem demonstrado com os cadeirantes, principalmente. “Porque a revolta é muito grande”, afirmou.

No entanto, às vezes os problemas acontecem também quando se trata de ônibus preparado com o elevador. “Muitas vezes não tem manutenção e não funciona direito e a gente acaba ficando para trás. Eles tratam os cadeirantes com descaso”, reclama.

Foram quase duas horas com a cadeira de rodas amarrada ao ônibus, debaixo de um sol muito forte, até que a situação fosse contornada. Em seguida, ele foi à Delegacia de Polícia onde registrou um boletim de ocorrência de preservação de direitos.

“É muito constrangedor. Tem que ver o meu lado também, a minha situação, porque eu dependo da circular também”, justificou novamente, mas desta feita afirmando que os idosos, que muitas vezes tem dificuldades para andar, também são desrespeitados pelo sistema.

 

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