13 de junho | 2011

Ex-provedor diz que “terceirizada”é responsável por possíveis erros

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Na opinião do ex-provedor da Santa Casa de Olímpia, Marcelo Elias Najem Galletti, se por acaso ficar comprovado que houve erros do hospital nas recentes mortes ocorridas, a responsabilidade deverá ser destinada totalmente à empresa Comed – Corpo Médico Ltda., de Sertãozinho.


A empresa atua no hospital como terceirizada desde 2009 e por isso ele acredita, com base em contrato, que qualquer eventual responsabilidade por causa das mortes não recaia sobre a Santa Casa.


“Provavelmente. O médico é responsável pelos seus atos. A Santa Casa pode ser a corresponsável, mas como tem esse contrato que prevê o responsável, tem que ser responsabilizada essa terceirizada”, afirma.


Galletti não descarta que pode ter ocorrido imperícia médica: “Pode ser. A empresa tem um responsável técnico que foi comunicado desses eventos para que tome as atitudes. No caso de uma dessas médicas ela foi prestar esclarecimento hoje (4.ª feira). Está sendo tudo averiguado”.


“Os médicos são os mesmos e a empresa é a mesma. Eu não sei falar a respeito porque não sou médico. Foi solicitado, enquanto eu ainda provedor, que a empresa reavaliasse a capacidade técnica de seus profissionais. Isso foi solicitado e a empresa que tem que cobrar do responsável técnico, que faz o tramite, para ver se a conduta estava certa ou errada. Há um contrato que rege sobre isso”.


Sobre a empresa estar ainda atendendo a necessidade que tem o hospital: “Não. Hoje não (atende). Por conta desses problemas que estão acontecendo eles terão que reestruturar. Foi uma indicação que eu estava para fazer, caso eles não mudem esses profissionais”.


“Encaminhamos para eles uma solicitação para que avaliasse e trocasse os profissionais que estavam dando problemas. Pediram um prazo para retornar”, reforçou.


SEM JULGAMENTO
PRÉVIO

No entanto, evita afirmar se a empresa tem responsabilidade nos problemas ocorridos recentemente. “Não vou julgar ninguém, nem medico, nem empresa, nem plantonista de retaguarda. O que aconteceu se foi errado ou foi certo, tem que ser apurado e já começou. Esses fatos que aconteceram foi instaurado inquérito e tudo está caminhando para ser apurado. E quem sou eu para julgar alguém e falar que errou ou que acertou”, diz.


Já sobre médico intensivista ele afirma que não procede a informação de que tenha acumulado a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com pronto socorro, até porque a UTI nível três que é o caso da Santa Casa, não necessita.


“A Santa Casa não tem por obrigação pôr intensivista na UTI”.  Mas mesmo assim ele conta que o hospital mantém um intensivista que pode ajudar no Pronto Socorro quando tudo está tranquilo”, explica.


“A gente tinha necessidade de ter dois plantonistas. Não temos porque o déficit já é de R$ 150 mil. A folha de pagamento do pronto socorro custa R$ 90 e você vai onerar mais R$ 90 mil. Mas nos finais de semana tem um pediatra e um clínico geral. Quando tem um feriado ou algum tipo de evento, a gente sempre coloca mais um por conta. Isso acontece hoje do mesmo jeito que acontecia. Isso é de praxe na Santa Casa”, disse.


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