24 de junho | 2018

Estudo coloca Olímpia em 131.º lugar em ranking de saneamento

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Um estudo da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABSE), que foi divulgado no início do mês de junho e analisou 1.894 cidades, ou seja, 88% dos municípios com até 100 mil habitantes, coloca o município de Olímpia na 131.ª colocação no ranking dos que estão empenhados em tratar 100% de água e esgoto no Brasil. A pontuação atingida foi de 413,12.

Na região noroeste do Estado de São Paulo, Olímpia aparece na frente de Bálsamo (146.º), Ipiguá (168.º), Ibirá (178.º), Valentim Gentil (216.º), Ubarana (241.º), Cardoso (306.º), Severínia (335.º), Macaubal (352.º) e Turmalina (469.º).

De acordo com o que a reportagem apurou, no caso de Olímpia, esse levantamento permite saber a porcentagem da população que conta com abastecimento de água (94,44%), coleta de esgoto (94,44%), tratamento de esgoto (30%), coleta de resíduos sólidos – lixo (94,44%) e destinação desse lixo (100%). A diferença entre a coleta e a destinação se dá porque embora haja a coleta ao mesmo tempo não exista a coleta seletiva do lixo.

Apenas quatro municípios brasileiros estão com 100% de saneamento básico, de acordo com Ranking ABES da Universalização do Saneamento, publicado nesta quarta-feira, 13. Destes, dois deles têm até 100 mil habitantes e são da região: Uchoa e Santa Fé do Sul. Já Rio Preto aparece na 31ª posição no ranking dos municípios acima de 100 mil moradores.

Nesses quesitos, Santa Fé e Uchoa levaram nota máxima. As cidades ficaram no topo da primeira classificação, “Rumo à universa­lização”, ao lado de outros 78 municípios brasileiros das regiões Sudeste e Sul, que obtiveram nota acima de 489 pontos.

Com pontuações menores, outros oito municípios da região também estão no ranking das 51 cidades com até 100 mil habitantes e com melhor saneamento do ranking. Entre elas estão Votuporanga, com 499,18 pontos, e Ilha Solteira, com 489,12 pontos.

Na outra ponta, ao menos 13 municípios da região estão na terceira categoria – “Empenho para a Universalização” (se comprometeram com políticas de saneamento, mas ainda registram índices abaixo do ideal), com notas entre 200 e 449 pontos. Turmalina ficou com a pior classificação, com 71,14 pontos na coleta de resíduos sólidos, e 344,87 pontos no total.

CULPA DOS LOTEAMENTOS

Por outro lado, no ranking das cidades acima de 100 mil habitantes, a nota máxima foi para Piracicaba e São Caetano do Sul. Nesta primeira categoria das cidades de grande porte, 29 cidades foram classificadas, entre elas, Catanduva com 497,60 pontos.

Já São José do Rio Preto entrou para o ranking na segunda categoria, como cidade com “Compromisso com a universalização”, com 487,86 pontos.

Saúde local registra 42 casos de doenças ligadas à falta de tratamento de esgotos

Somente neste semestre a Secretaria Municipal de Saúde da Estância Turística de Olímpia registrou 42 casos de internações motivadas por doenças diretamente ligadas à falta de tratamento de esgotos. Um levantamento realizado na manhã desta sexta-feira, dia 22, mostra que esses registros se deram no período de 1.º de janeiro a 21 de junho deste ano.

De acordo com um levantamento realizado pela Santa Casa de Olímpia, foi registrado um caso de inter­na­ção por infecção intestinal bacteriana; um caso de infecção intestinal devida a vírus; um caso de infecção intestinal especificadas; 1 caso de diarreia; e 39 in­ternações por gastroenterite de origem infecciosa presu­mível. Também vale registrar que casos de cólera e febre tifóide não são registra­dos no município há décadas.

De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (ABES), a falta de saneamento básico adequado e a falta de higiene têm impactos adversos significativos à saúde da população. A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), aponta que elas são responsáveis por aproximadamente 88% das mortes por diarreia, segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de idade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) traz diagnóstico similar, mostrando que 94% dos casos de diarreia no mundo são devidos à falta de acesso à água de qualidade e ao saneamento precário.

Por conta de indicadores como esses, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável o Objetivo que visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos. O alcance deste objetivo passa por alcançar o acesso universal à água potável e ao saneamento de forma geral e também à melhoria da qualidade da água.

Em sua maioria, essas doenças são típicas de ambientes precários, sem saneamento básico ou com saneamento inadequado.

Para este estudo, são utilizadas as doenças de transmissão feco-oral (diarreias, febres entéricas, hepatite A).

As doenças selecionadas foram Cólera, Febre tifóide e paratifoide, outras infecções por Salmonella, Shi­guelose, outras infecções intestinais bacterianas, Ame­bíase, outras doenças intestinais por proto­zoários, infecções intestinais virais, outras e as não especifica­das, Diarréia e gastroente­rite de origem infecciosa presumível.

Daemo confirma planejamento para melhorar qualidade de vida

Procurada pela reportagem, a Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Am­bien­­tal, de certa forma comemora os resultados já conseguidos pelo município de Olímpia, mas reconhece que ainda há muitos problemas em relação ao tratamento efetivo do esgoto. Com cerca de 30% de esgoto tratado, atualmente a cidade conta apenas com uma Estação Compacta de Tratamento de Esgoto (ECTE), implantada no Jardim Paulista, na zona leste da cidade.

De acordo com o diretor da Daemo Ambiental, José Augusto Gianotto, Guto Gia­notto, em relação ao ranking da ABES acerca da universalização do saneamento 2018, há que salientar que o município da Estância Turística de Olím­pia/SP encontra-se na catego­ria “Empenho para univer­sali­zação”, onde se encontram 71,94% dos municípios paulistas de pequeno porte e “verifica-se que esta muni­cipalidade possui mais de 90% na prestação de serviços de saneamento em praticamente todos os quesitos abordados exceto o efetivo tratamento de esgoto”.

Ainda com relação ao esgoto, o superintendente explica que a autarquia vem realizando esforços de trabalho com planejamento técnico para a melhoria da qualidade de vida de seus munícipes e turistas que efetivamente frequentam esta cidade, principalmente no tratamento de esgoto bruto, sistema de abastecimento de água potável e meio ambiente através de várias medidas.

Uma delas a retomada da obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), com previsão de conclusão para 2019: “tal obra, garantirá 100% de esgoto tratado e está a pleno vapor para sua conclusão”.

Também de acordo com Guto Gianotto, está em elaboração de Projeto técnico para reforma e readequa­ção da ECTE – Córrego dos Pretos onde atualmente trata-se parte do esgoto desta municipalidade através dos índices informados, visando o planejamento do crescimento da região, o efetivo tratamento de esgoto e a execução planejada das melhorias técnicas necessárias para ampliar sua capacidade de tratamento.

ÁGUA POTÁVEL

Por outro lado, informou a ampliação do sistema de produção de água potável através da perfuração de poço profundo, perfuração de poços menores (bauru) ampliando em aproximadamente 41% o sistema produtivo de água potável e a ampliação do sistema público de reservação de água, garantindo melhor fornecimento à população.

Além disso, afirmou que há melhoria nos trabalhos voltados ao Meio Ambiente através de programas de educação ambientais voltados a população, doação de mudas diversas para plantio, plantio de mudas em diversas áreas do município e projetos voltados ao bem estar animal, através de castrações gratuitas às famílias de baixa renda, coleta e tratamento de animais em situação de maus tratos e abandono e projeto de adoções responsáveis de animais, entre outras práticas fiscalizadoras e sustentáveis no âmbito do meio ambiente.

“Reiteramos o compromisso desta municipalidade com a qualidade de vida de seus munícipes visando a melhor prestação de serviços em saneamento básico com práticas que tragam economicidade e desenvolvimento sustentável. Estimamos com estas medidas consequentemente melhorar o ranking da Estância Turística de Olímpia – SP para os próximos anos no sistema ABES, com trabalho sério e qualificado olhando para as necessidades de seus habitantes e turistas”.

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