21 de março | 2010

Deixar de atender convênios pode fechar a Santa Casa

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Para a provedora Helena de Souza Pereira, a possibilidade de deixar de atender os convênio particulares, possibilidade anunciada na quarta-feira, dia 17, pelo interventor, vice-prefeito Luiz Gustavo Pimenta, pode representar o encerramento real das atividades da Santa Casa de Olímpia. Ela não concorda, inclusive, com a justificativa de que passaria a gerir a instituição nos mesmos moldes do que acontece com o Hospital São Judas, de Barretos, o Hospital do Câncer, que, diferentemente da Santa Casa, tem classificação de alta complexidade.

"Se ele vai atender só o SUS, a Santa Casa deixa de ser uma entidade filantrópica e passa a ser uma entidade federalizada", comentou. Segundo Helena Pereira, cerca de 60% dos atendimentos são através do SUS (Sistema Único de Saúde) e o restante é oriundo de convênios particulares, a maioria da cooperativa médica Unimed.

De acordo com Pereira, no caso do Hospital do Câncer, por ser alta complexidade, os valores pagos pelo SUS são maiores do que os que são pagos à Santa Casa de Olímpia. Simplificando, o SUS paga um valor maior no caso de Barretos e menor no caso de Olímpia. E ainda assim, segundo conta Helena, que lá também são atendidos todos os convênios particulares.

Sobre o valor do acordo com os plantonistas à distância, Helena explica que é o mesmo que foi acertado na última reunião, inclusive com a presença do prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho. Já sobre a negativa de ratificá-lo, disse: "Vejo como uma falta de respeito para com a população. Eles não têm consciência do que acontece".

Outra situação apontada por Pimenta foi a paralisação do serviço de tele-marketing, que rendia em torno de R$ 22 mil por mês. "Essa pessoas não passarão a colaborar através das contas do DAEMO. Algumas pessoas, inclusive, já falaram que não vão colaborar mais porque pensam que se a prefeitura assumiu ela tem que dar conta do recado".

Até mesmo no caso das contribuições que vêm sendo feitas através das contas de consumo do DAEMO (Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia), segundo Helena, já há notícia de que grande parte também já teria avisado que vai deixar de contribuir, inclusive, fazendo solicitação formal à autarquia.

Helena comentou ainda a possível má gestão que vem sendo levada a efeito pela junta interventora: "Se eu tivesse pego a Santa Casa do jeito que eles pegaram, eu já estaria lá em cima, porque quando peguei no dia seguinte acabou o oxigênio, acabou o gás. Hoje não tem dívidas. Eles têm que resolver. Eles entraram lá para resolver e não resolveram. A saúde vai pagar para ver morrer alguém", questionou.

Fiscalização

Helena reforça que a intervenção foi apenas uma maneira de tirá-la de lá: "Se eles perdem essa oportunidade agora, eles não a teriam nunca mais. Quero ver atender o SUS com a mesma dignidade que eu. Eles têm que resolver o problema da saúde de Olímpia e espero que não tenha que morrer alguém. O promotor disse que ia fiscalizar.

Mas Pereira aproveitou a entrevista desta quarta-feira, dia 17, para voltar a criticar o sistema público de saúde em Olímpia: "Já é sabido que não tem médico na rede pública, desde o tempo que estava na Santa Casa, o Pronto Socorro ficava abarrotado e, agora, com a criação do Centro de Referência do Idoso, isso também foi uma enganação, porque se antes o idoso tinha que acordar cedo uma vez só para ir à UBS para marcar consulta, hoje tem que acordar duas vezes bem cedo. Ele precisa primeiro ir na UBS, pegar o encaminhamento e vir para o centro do idoso. E chega no centro do idoso só está marcando às sextas-feiras e para a outra semana".

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