02 de novembro | 2014

Consumidor recebe água suja na volta do racionamento

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De acordo com o diretor da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambiental, Antônio Jorge Motta, na volta do racionamento a água poderá chegar suja à casa dos consumidores. Isso, segundo ele, é um fator que está ligado estritamente às condições da rede de distribuição.

“Quando você religa é muito natural que esses materiais sejam carreados até a casa dos cidadãos (consumidores)”, declarou na manhã desta sexta-feira, dia 31, durante uma entrevista que concedeu à imprensa local.

O diretor justifica que sem a água a tubulação acumula alguns resíduos que normalmente se criam com a secagem dos canos. “Infelizmente quando você desliga as máquinas a tubulação do município, de qualquer lugar, tem resíduos que são decantados ao longo do tempo”, explicou.

No entanto, embora haja casos extraoficialmente, até nesta sexta-feira, pelo menos publicamente, não foram registradas reclamações a respeito das condições em que água tem retornado pela manhã às torneiras dos consumidores.

No final da manhã desta sexta-feira a reportagem desta Folha consultou um consumidor do Jardim Santa Júlia, um dos bairros da zona oeste que está sendo atingido pelo racionamento iniciado na madrugada da sexta-feira, dia 24.

De acordo com esse consumidor que, por razões obvias solicitou à editoria para que não tivesse o nome divulgado, a água voltou a sua residência por volta das 8h30. No entanto, provavelmente por não ter percebido qualquer alteração na qualidade da água, informou que a mesma chegou dentro da normalidade.

Também foi consultada uma consumidora da região mais central, moradora da Rua David de Oliveira, que também não terá o nome divulgado, que reclamou que o abastecimento foi retomado, mas sem pressão, ou seja, “a agua chegou fraquinha” (sic), normalizando somente no final da manhã, já por volta das 12 horas.

Em relação a chegar mais tarde, principalmente nas partes mais altas da cidade, uma explicação técnica seria o fato de a tubulação ter sido esvaziada no período entre meia noite e 7 horas.

Por isso, quando o abastecimento é retomado a água encherá inicialmente a parte da tubulação da parte mais baixa e somente depois chegará aos pontos mais altos da área atingida pelo racionamento.

Já em relação à pressão da água nas torneiras ou mesmo no reservatório de cada casa no início da manhã, pode também estar relacionado com o mesmo problema, mas também pode ser que a Daemo esteja retomando o abastecimento, mas ao mesmo tempo controlando a pressão da água na tubulação.

Por outro lado, novas ameaças estão sendo divulgadas. Nesta sexta-feira, o diretor avisou que, se acaso não chover o suficiente para a volta da normalidade do córrego Olhos D’água, o próximo passo será fazer o racionamento nos horários de pico de consumo.

Racionamento começou na madrugada do dia 24

Quatro dias após ter informado que o racionamento no fornecimento de água em Olímpia dependeria das chuvas que estavam sendo aguardadas para o final de semana, agora, o diretor da Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente – Daemo Ambiental, Antônio Jorge Mot­ta, afirma que o racionamento de água na região central da cidade na verdade já começou na madrugada da sexta-feira, dia 24.

A afirmação foi feita para esta Folha no início da tarde de terça-feira, dia 28, quando, inclusive Antônio Jorge Motta confirmou que os consumidores da região central da cidade não estão sendo abastecidos no período entre à meia-noite e às sete horas da manhã.

Ou seja, no período noturno, mais precisamente durante as madrugadas, o sistema de racionamento já está implantado desde a madrugada da sexta-feira, dia 24. No entanto, Antônio Jorge Motta ainda tentou convencer de que, por se tratar do período noturno, não saberia afirmar se realmente se trataria de um racionamento no abastecimento.

“A situação é a seguinte: nós estamos desligando as nossas máquinas na estação de água (captação) do ribeirão Olhos D’água a noite e ligando só às sete horas da manhã. Nós estamos dando um tempo para o rio se recuperar e ele tem se recuperado bem o que vem postergando mais o racionamento. Só poderá ocorrer que em algum bairro (parte da zona oeste da cidade) falte água em determinados períodos, mas é que estamos desligando a captação e tentando postergar o racionamento”, explicou.

DESDIZENDO O QUE HAVIA DITO

Mas em seguida, ao ser questionado sobre o fornecimento normal, ele disse: “estou até conversando com o Alan que trabalha diretamente aqui com a gente e ele está me dizendo que na verdade estamos racionando a noite, desligando a área de abastecimento central por causa da situação do rio Olhos D’água”.
Por dedução lógica, até em razão da região central da cidade ser permeada basicamente por estabelecimentos comerciais, o diretor afirma que não está havendo reclamações de falta de água: “É lógico que como é a noite, porque o centro é a área que o pessoal tem bastante reservação de água particular, estão sofrendo muito pouco”.

A medida de racionamento, segundo ele funciona no mesmo período de desligamento das bombas da estação de captação do Jardim São José, na zona sul da cidade. Mas não está descartada que seja estendida para outros períodos do dia.

Entretanto, Motta afirma que não considera ser racionamento pelo fato da medida ser adotada apenas no período da madrugada: “nós começamos com isso na quinta-feira passada. A gente não diz que isso é racionamento, mas se você quiser é … põe que há um racionamento noturno, se é que esse termo existe”.

Já sobre a informação que deu na sexta-feira, dia 24, para esta Folha, de que o racionamento estava ainda dependendo diretamente das chuvas do final de semana, o diretor afirmou que naquele dia ainda não estava racionando: “não estávamos mesmo. Estávamos dando esse descanso para o rio a noite. Na sexta-feira (24) quando você me ligou tinha sido o primeiro dia”.

Entretanto, antes, já na terça-feira, dia 21, Mota indicava que já estaria “racionando” a captação por causa do volume de água que tinha à disposição. “A gente tem controlado de forma metódica a abertura de registros.

O fechamento de reservatórios. A gente tem desligado, por exemplo, a captação do Olhos D’água para esperar o rio se recuperar”, afirmou durante uma entrevista que concedeu à imprensa local.

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