23 de agosto | 2007

Condenado a mais de 18 anos, açougueiro tenta suicídio dentro do Fórum

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Ao tomar conhecimento do tamanho da condenação, o açougueiro Amarildo Donizeti Pereira Valentim, vulgo "Marildinho", de 42 anos, saiu correndo do plenário, tentando contra a própria vida.

Ele foi contido por policiais militares que acompanhavam o julgamento antes que conseguisse se jogar da escada interna do fórum de Olímpia.

O fato aconteceu por volta das 21h20 da quarta-feira (22/08), quando Marildinho foi julgado e condenado a 18 anos e dois meses de reclusão por ter assassinado, a golpes de faca, sua amásia, Sílvia Aparecida Correa.

Após a leitura do veredito, feita pelo juiz de direito Hélio Benedine Ravagnani, ao ouvir a sentença, o réu tentou fugir saindo correndo do plenário do júri, mas foi contido pelos três policiais militares que se encontravam no local.

No caso deste réu, em razão de ter aguardado o julgamento em liberdade, não estava algemado, mas com dois policiais ao seu lado. Já na delegacia de Olímpia, prometeu, inclusive à mãe, que não mais tentaria contra sua vida.

Por unanimidade, ou seja, por sete votos a zero, os jurados acataram a tese defendida pelo promotor de justiça, José Márcio Rosseto Leite, de que o crime foi praticado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, que se encontrava dormindo na cama do casal.

De acordo com as informações, foram mais de 12 horas de julgamento. A sessão que começou às nove horas, terminou somente por volta das 21h20.

O réu, morador na rua José Picolotto, número 1.085, foi acusado de homicídio triplamente qualificado, pois matou sua amásia, Silvia Aparecida Correia, com vários golpes de faca da espécie utilizada em açougues.

Segundo a denúncia, o crime aconteceu no dia 15 de outubro de 2004, no período da tarde, na residência do casal, na rua José Picolotto, número 1.085, em Guaraci.

O advogado Galib Jorge Tannuri, que atuou na defesa de Marildinho, esperava a condenação de seu cliente, mas por homicídio simples, ou seja, que recebesse uma pena mais branda, que seria de em torno de seis anos de reclusão.

“No meu modo de entender o julgamento foi ilegal”, declarou, enfatizando que o correto seria uma condenação entre quatro e seis anos. No entendimento do advogado os jurados acataram a tese de vingança o que, explica não teria sido o caso em razão da provocação que a amásia teria feito a Marildinho no dia do crime.

Galib Tannuri declarou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) solicitando a anulação do julgamento realizado na quarta-feira, dia 22 de agosto.

A pena mínima para o caso em que o açougueiro foi condenado é de 12 anos, porém, com as qualificações, foi elevada a 18 anos e dois meses. Já no caso de homicídio simples, conforme o advogado de defesa pretendia, a pena é de seis anos.

Da delegacia de Olímpia, Marildinho foi encaminhado para a cadeia pública de Severínia, onde começou cumprir a pena que lhe foi imposta pelo júri.

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