05 de fevereiro | 2025
Como a inteligência artificial está mudando a vida das pessoas com deficiência
Tecnologia contribui para maior autonomia, acessibilidade e inclusão social de PcDs
A Inteligência Artificial (IA) tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de ferramentas e soluções que auxiliam pessoas com deficiência, melhorando a qualidade de vida e proporcionando maior autonomia. O uso de algoritmos avançados, aprendizado de máquina e visão computacional permite que a IA se adapte de forma mais eficaz às necessidades individuais, promovendo acessibilidade digital e física para uma participação mais ativa na sociedade.
Para incentivar o aprendizado, a comunicação e a expressão de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) criaram jogos virtuais que utilizam recursos sensoriais como a visão, a percepção do som e o toque. Um sistema de IA capta o desempenho das crianças durante os jogos, permitindo análises detalhadas para apoiar o desenvolvimento cognitivo e social.
FERRAMENTAS INOVADORAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
A “Dorina IA” é uma ferramenta desenvolvida para ajudar pessoas com deficiência visual, facilitando a leitura e compreensão de textos e imagens. Criada para tornar o conteúdo digital mais acessível, ela oferece maior autonomia para indivíduos cegos ou com baixa visão, permitindo o acesso a informações de forma eficiente.
Outra tecnologia relevante é o “Be My Eyes”, que utiliza IA e uma rede de voluntários para ajudar pessoas com deficiência visual em tarefas cotidianas. O aplicativo conecta usuários a voluntários por meio de chamadas de vídeo, permitindo assistência em tempo real para identificar objetos, ler rótulos e navegar em ambientes.
ASSISTÊNCIA EM TEMPO REAL E AUTONOMIA DIGITAL
Desde 2020, o “Be My Eyes” incorporou o assistente virtual “Be My Eyes AI”, baseado em IA, que oferece suporte automatizado. Em vez de depender de um voluntário, o usuário pode ser atendido diretamente pela IA, que utiliza reconhecimento de objetos e aprendizado de máquina para fornecer respostas rápidas e precisas.
“O usuário faz a solicitação por meio de uma chamada de vídeo ao vivo. O voluntário vê o ambiente em tempo real pela câmera do smartphone e oferece assistência visual. A combinação de assistentes humanos e IA é uma solução rápida para quem tem deficiência visual”, destaca o Defensor Público Federal, André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social.
RECURSOS DE ACESSIBILIDADE PARA DIFERENTES DEFICIÊNCIAS
Diversos recursos baseados em IA vêm ajudando PcDs a obter mais autonomia. Entre eles, destacam-se leitores de tela como o JAWS e o NVDA, que convertem texto em fala ou Braille, e assistentes virtuais como o Google Assistant e a Siri, que utilizam reconhecimento de voz para facilitar a interação com dispositivos.
Para pessoas surdas, tecnologias como o SignAll e o Enable Talk traduzem a linguagem de sinais em texto ou fala, promovendo a comunicação entre surdos e ouvintes. Já ferramentas de transcrição em tempo real, como o Otter.ai e o Google Live Transcribe, convertem fala em texto instantaneamente, facilitando a participação em reuniões e eventos.
INOVAÇÕES EM MOBILIDADE E APOIO COGNITIVO
Exoesqueletos e robôs assistivos, como o ReWalk e o Ekso Bionics, utilizam IA para ajudar pessoas com deficiência motora a caminhar ou realizar movimentos complexos. Esses dispositivos detectam os movimentos do usuário e auxiliam na execução de tarefas, melhorando a mobilidade e a qualidade de vida.
No campo da deficiência cognitiva, plataformas como o CogniFit e o BrainHQ oferecem exercícios baseados em IA para treinar habilidades como memória, atenção e raciocínio. Os aplicativos se adaptam ao progresso do usuário, promovendo o desenvolvimento cognitivo de forma personalizada.
IA COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
“Ao oferecer soluções que desenvolvem o aprendizado, melhoram a autonomia e a integração social de pessoas com deficiência, a Inteligência Artificial está tornando o mundo mais acessível. Cumpre um papel fundamental na criação de uma sociedade mais inclusiva e justa para todos”, conclui o Defensor Público André Naves.
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