18 de outubro | 2010
Comerciante é “despejado” da praça pela segunda vez
Pela segunda vez o comerciante Maurício Mendes Fialho, que há 23 anos vendia cachorro quente na Praça Rui Barbosa, recebeu ordem para deixar o local de trabalho, a partir de medida judicial tomada pela Prefeitura Municipal de Olímpia.
Desta feita recebeu ordem da justiça local para desocupar o espaço, adquirido por ele, no ponto de táxi localizado à margem da rua Coronel Francisco Nogueira. Um prejuízo que considera grande porque dali tirava o sustento de duas famílias, segundo ele.
“Tive que tirar a perua porque alegaram que é ponto de táxi e não podia vender lanches lá. Mas até ai eu pedi um prazo para que eu construísse minha lanchonete e o prazo não deu. Então, vieram pedindo para sair de lá. Eu pedi mais uma semana de prazo e a Mércia (Albano, fiscal) disse que não daria, que tinha que tirar no outro dia senão guincharia a perua”.
Maurício conta que pediu prazo na semana passada. “Ela disse que não, que era ordem da juíza, que tinha que tirar. Mas antes disso eu tinha falado com o Paulo Marcondes (secretário de Administração) e ele me deu prazo até 4.ª feira que vem (dia 20) para terminar a reforma da minha lanchonete. Mesmo assim, eles vieram e tiraram. Aí conversei com ele e ele disse que não me deu prazo nenhum. Ontem chegaram lá e tiraram”, acrescentou.
De acordo com o comerciante, no meio da tarde da quinta-feira, dia 14, dois oficiais de justiça, acompanhados de um advogado da prefeitura, cujo nome não definiu, mostrando a ordem que, segundo ele, partiu da juíza Adriana Bandeira Pereira.
Antes, ele foi alvo de uma ação que caiu para a 3.ª vara local, na qual havia solicitação de medida liminar para retirá-lo da praça imediatamente. Ocorre, que o juiz Hélio Benedine Ravagnani negou a liminar. Houve então recurso para o Tribunal de Justiça de São Paulo, que também negou a cautelar.
Porém, a ação de despejo ainda não foi julgada.
DECISÃO PRÓPRIA
Mesmo assim, por decisão própria e, de acordo com o que disse “a intenção era sair até para não bater de frente com o prefeito”. Maurício relatou na tarde desta sexta-feira, que apenas permaneceu com o trailer no local até que a modificação e adaptação da perua fosse concluída e quando isso ocorreu retirou seu comércio.
“Podia ser de outra forma e não dessa forma truculenta. Acho que foi um tipo de perseguição, porque não fui contra nem a favor deles em política. Sou comerciante e não tenho interesse em trabalhar nem para este e nem para aquele”, comentou.
Porém, Maurício, que e parente de ex-integrantes do primeiro escalão do ex-prefeito Carneiro, mesmo lamentado o que está perdendo sem poder ainda trabalhar, agradece ao prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho: “Tenho que agradecer ao Geninho porque por intermédio dele vou ter mais duas fontes de renda. Ele está pensando em me ferrar, mas ele está me ajudando. Quero agradecer ele e ao Paulo Marcondes por tudo que eles fizeram”.
Ficar sem trabalhar já o está prejudicando. Maurício, que deverá voltar a trabalhar somente dentro de aproximadamente 10 dias, conta que perdeu também o valor de R$ 800 que pagou pelo ponto, espaço que usava apenas para guardar a perua, para que não ficasse no sol. “Já prejudicou muito”.
PERDEU CONCESSÃO DO PONTO
De acordo com o Decreto 4.818 editado pelo prefeito Geninho e publicado na edição da Imprensa Oficial do Município de Olímpia (IOM), do sábado, dia 9, a autorização para uso do espaço no Ponto de Automóveis Oswaldo Martins está cassada.
De acordo com o Decreto “por uso indevido do local, desvio de finalidade do mesmo e o cumprimento do artigo 3.º do Decreto 720, de 12 de junho de 1972. O Decreto tem a data do dia 7 de outubro de 2010.
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