01 de maio | 2016

Comerciante cria página no Face para combater crueldade contra os animais

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A comerciante Claudia Gaspareto criou uma página no site de relacionamento pessoal Facebook para lutar contra a crueldade praticada aos animais e também para tentar ajudar aqueles que estão abandonados e necessitando de comida. Com o nome Don Miguelito, que inclusive é o nome de seu gato, a página já tem aproximadamente cinco mil seguidores.

“Foi criado através da dor que nós passamos e que o Miguel (gato), sofreu crueldade. Foram arrancadas as perninhas dele. Foi um tratamento longo, de sete meses, e através de toda essa dor que nós passamos, nós decidimos ajudar os animais”, explicou.

Cláudia Gaspareto relata que chegou em casa em um sábado, por volta das 11 horas, e deparou com o gato machucado e arrastando as perninhas.

“Nós entramos em casa e o Miguel entrou em seguida arrastando as perninhas, uma perninha pendurada só por pele e outra toda estraçalhada. Nós levamos em um veterinário que infelizmente não fez um bom serviço na perninha que ficou, parou toda a circulação e a perninha acabou apodrecendo”, explicou.

De acordo com ela, a saúde do gato melhorou por causa da ajuda da Sueli da ONG Miau: “ligou para mim e disse: Cláudia, corre para Barretos. O Miguel já estava morrendo. Em Barretos houve todo um procedimento, chegamos às 23 horas e saímos as 2h30 da manhã do domingo, com o Miguel já internado e operado”.

Em Barretos o gato ficou internado durante 14 dias: “Eles arrancaram toda a parte da carne podre, ficou na pele e osso. A perninha que ficou dele houve uma tentativa de recuperar a pata. Não teve jeito, por causa da má circulação, apodreceu. Houve a amputação da patinha. Nós ficamos sete meses tentando salvar um pedaço da perna dele, mas chegou um momento que teve que amputar mais um pedaço, porque ele não aguentava mais de dor, sangrava todo dia”.

“A página “Don Miguelito” foi para contar a história dele e para mostrar para as pessoas que a gente pode cuidar, porque quando o Miguel amputou a perna e ficou naquela situação, nós pensamos; – Meu Deus, e agora? O que nós vamos fazer com um gato amputado? Você fica sem noção de como a sua vida vai ficar daí pra frente, então o primeiro intuito da página Don Miguelito foi ajudar as pessoas que estavam passando pelo mesmo processo que a gente”, acrescentou.

Na página do Don Miguelito, segundo a comerciante, “tem vários vídeos do Miguel que nós fizemos durante a época, ensinando fazer papinhas e mostrando como o Miguel estava. Dá página Miguel, surgiu o face “Don Miguelito”, que já veio com o intuito de ajudar se o cachorro desaparece ajudar encontrar, divulgar, arrecadar ração, ajudar na arrecadação de dinheiro para tratamento dos animais”.

Mas ela afirma que o “Don Miguelito” não é uma ONG (Organização Não Governamental): “ele auxilia, traz doação de ração, divulga as leis. Hoje o “Don Miguelito”, é mais para pressionar o poder público e trazer leis. Tem a parte de doação, tem a parte de arrecadação. Mas o nosso objetivo é trazer leis. Porque se você traz leis, você coíbe os maus tratos. Coibindo os maus tratos, você diminui a quantidade de cachorros e gatos na rua, mostrando que existe penalidade para a pessoa que abandona animal, apoiando as campanhas de castração, teremos menos animais na rua. Então a população de Olímpia, tendo todo esse amparo de leis, sabendo das leis, e sabendo que elas são punitivas, vai haver menos abandonos e menos maus tratos. Então o “Don Miguelito” está aí para isso! Para ajudar”.

Já existe uma lei federal contra os maus tratos aos animais: “Existe a Lei Tripoli, que foi criada em 1992 e veio sendo aperfeiçoado no ano passado foi aumentada a penalidade. Reclusão de 2 a 4 anos para pessoa que maltratar um animal. Não importa se animal foi abandonado. São maus tratos. Abandonar animal é crime! Se ele está passando, fome, se ele está recluso. Existe uma lei nova, quando um animal está recluso ou mau tratado, qualquer ONG ou qualquer voluntário tem o direito de entrar na sua casa e pegar o animal, tem o amparo policial nos apoiando”, contou a comerciante.

Implantar prótese para ajudar o gato andar custa US$ 2 mil

De acordo com a comerciante Cláudia Gaspareto, a implantação de uma prótese que ajude seu gato a andar e diminuir os problemas que estão surgindo na coluna por causa do esforço que faz custa em torno de dois mil dólares. “Nós estamos em busca de uma prótese para a perna dele. A saúde dele está boa, ele melhorou, mas está tendo muitas dificuldades em andar”, disse.

E acrescentou: “ele anda com as duas patinhas da frente e está dando muito problema na coluna dele, está travando a coluna e ele grita muito de dor, então nós estamos em busca de uma prótese, a prótese é muito cara”.

Segundo a comerciante há dois lugares no Brasil que fazem prótese: “só que o valor mínimo de uma prótese é de dois mil dólares. Então nós entramos em contato com esses locais, só que não obtivemos resposta. Só que nós vamos entrar com uma campanha no facebook que se chama “Força Don Miguelito” em busca de uma prótese”.

Tem uma ONG em São José dos Campos que faz próteses para humanos, faz mão mecânica em impressoras 3 D: “eles estão pesquisando uma maneira de fazer uma prótese para o Miguel. É um site muito legal, eles trouxeram essa tecnologia de fora, eles fazem essas mãos mecânicas em impressoras 3 D, principalmente para crianças, e é gratuito”.

A comerciante conta que tomou conhecimento da ONG de São José dos Campos por causa da página no Facebook: “Tudo isso aconteceu por causa da campanha “Abandonar Animal é Crime” e uma participante de São José dos Campos, conhece  essa ONG que faz prótese para humano e se propôs a conversar com eles, intermediar o assunto, me parece que vai sair alguma coisa. Eles estão pesquisando em fazer uma prótese para o Miguel, isso através da campanha”.

Conta a comerciante que uma pessoa, não sabe como, cortou as duas pernas do gato: “ele veio para casa e nós seguimos o sangue de volta e deu no fundo de uma garagem dessa pessoa e só tem sangue de saída, de entrada não. Então pela quantidade de sangue na garagem, e só sangue de saída, ficou obvio que foi lá”.

Ela acrescenta: “Mas o importante é isso, a gente tem cuidado do Miguel, salvado a vida dele, não importando o valor que ficou. O importante é isso, é a gente ajudar os animais hoje em dia, diminuir a dor. Porque animal sofre, animal sente dor, animal sente tristeza. Quando você abandona um animal, ele não sente só a dor da fome e da sede, ele sente a dor do abandono, animal é como criança”.

Pelo que ela está entendendo da situação “cortaram as pernas dele para ele morrer esgotado, e não para matar de imediato. Só que ninguém esperava que o gato reunisse forças e viria embora pedir socorro”.

Quem quiser fizer alguma doação pode entrar em contato com Don Miguelito que ele encaminha a doação para quem precisar. É só digitar Don Miguelito no Facebook.

“O abandono em Olímpia está muito grande, pelo motivo das pessoas acharem que existem ONG e que as ONG recebem dinheiro. Isso não é verdade. Tem a ONG Miau que é da Sueli, ela recebe da prefeitura 60 castrações mensais, as outras castrações, ela paga do bolso dela. Todo medicamento, todo acolhimento que a ONG Miau faz tem saído do bolso da Sueli”.

A ONG S.O.S Animais resgata também: “elas não tem salário, as meninas colocam tudo do bolso delas. Então não existe em Olímpia ONG que recebe dinheiro  de prefeitura, que recebe dinheiro de governo, existem pessoas dispostas a ajudarem os animais, somente isso. Toda a doação é muito bem vida, porque existe muitos animais que elas recolhem. A Gê Dias, também não é uma ONG, ela é uma pessoa que tira dinheiro do bolso também para ajudar os animais. As contas dessas meninas que se dizem ONG nos veterinários são muito altas. Então toda ajuda que a população puder dar a elas, não cobrando, mas ajudando, porque elas não tem salários. É muito bem vinda”.

 

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