09 de março | 2008

Combate ao consumo de bebidas alcoólicas pode evitar homicídios

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Talvez a fiscalização mais intensa, principalmente em bares durante a noite, seja uma maneira de prevenir a ocorrência de alto índice de homicídios na cidade de Olímpia, apontado no Mapa da Violência nos Municípios, elaborado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), divulgado no final do mês de janeiro próximo passado.

"São pontos onde as pessoas se embebedam e locais propícios à ocorrência de homicídios", opinia o delegado Leonardo Isper Nassif Balbim, que até meados desta semana atuou como titular da Delegacia de Polícia local.

O trabalho mostra que, proporcionalmente, o município de Olímpia é mais violento que o de São José do Rio Preto. A lista analisa o índice de homicídios de 2002 a 2006.

Balbim acrescenta ainda que se há casas de prostituição ou coisas do gênero na cidade, também é necessário se prevenir com estes locais. "É um ponto que deve ser atacado", acrescentou. No entanto, ressalva que o trabalho de policiamento preventivo cabe diretamente à Polícia Militar.

A Polícia Civil, ensina o delegado, atua sempre após a ocorrência do crime para colher provas e investigar a autoria do homicídio, para concluir o inquérito instaurado e instruir uma possível ação penal. "Nos últimos dois anos a polícia judiciária de Olímpia esclareceu 100% dos homicídios, então nosso serviço é por excelência muito bom", comentou.

Porém, ressalva também que é muito difícil prevenir a ocorrência de homicídios. "Não é como o crime de tráfico que acontece em determinados locais e você conhece as pessoas que estão voltadas para a prática criminosa, como crime contra patrimônio e assim por diante", observa.

O homicídio, segundo Balbim, quase que na maioria das vezes é cometido durante uma briga ou desentendimento e, até, em algumas ocasiões, envolve pessoas que estão alcoolizadas. "Então, mesmo para a Polícia Militar, que tem a obrigação de prevenir, é um crime de difícil prevenção", justificou.

Mas o delegado não concorda com o tipo de comparação realizada por esta Folha. Ele ressalta que pegar números estatísticos como referência para ver que uma cidade é mais ou menos violenta que outra pode ser considerado temeroso.

"Ainda mais uma cidade que tem uma população bem menor do que São José do Rio Preto e onde um homicídio a mais já dá um número estatístico diferenciado com relação a outras cidades. Por exemplo, teve ano com dois homicídios e se no ano seguinte teve quatro o aumento foi de 100%", afirmou.

De acordo com Balbim, não se pode comparar com uma cidade maior, sem antes ter a dimensão exata do que acontece na cidade: "Você tem que tomar números absolutos de ocorrências e não simplesmente os percentuais".

O crime de homicídio, explica, eliminando-se casos de que seja um matador em série ou mesmo um caso envolvendo um pistoleiro profissional, que não é o caso de Olímpia, não tem um fator específico.

"O homicídio é um crime eminentemente ocasional, daí a dificuldade na prevenção de sua ocorrência. São vários fatores que vão desde uma briga de casal a uma briga num bar por conta de um pagamento de uma dose de pinga. Quer dizer, tem um monte de fatores", explicou.

Por outro lado, a reportagem desta Folha solicitou ao comando da 2.ª Companhia de Polícia Militar de Olímpia que comentasse os dados divulgados no levantamento. Porém, a resposta é aguardada há pelo menos 15 dias.

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