10 de outubro | 2010

Cetesb constata forte degradação e falta de oxigênio no rio Cachoeirinha

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A agência ambiental da CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, de Barretos, constatou forte degradação, que levou à falta de oxigênio nas água do rio Cachoeirinha. Os testes foram realizado na tarde da quinta-feira, dia 7, pelo técnico do órgão, Mário Barbosa Tango (foto).

O técnico atendeu a uma denúncia de mortalidade, ainda de uma pequena quantidade de peixes, denunciada por frequentadores habituais do rio. Os testes realizados na região entre os bairros rurais Tamanduá e Lambari, foram acompanhados pela reportagem desta Folha da Região.


De acordo com Tango, o rio apresenta forte degradação devido ao lançamento de matérias orgânicas provenientes do esgoto. A análise da amostra coletada demonstrou que o nível de oxigênio está baixo. “O esgoto do município, que é lançado sem tratamento no córrego Olhos D’água, atinge e prejudica o rio Cachoeirinha”, enfatizou o técnico.


No entanto, alertou também que o esgoto proveniente do córrego dos Pretos, que também é despejado e nesse caso, diretamente no Cachoeirinha, embora “menos problemático, uma vez que recebe tratamento”, também acaba interferindo na qualidade da água do rio.


Logo que chegou ao local o técnico observou que a água estava muito escura (na cor marrom) e com mau cheiro. Havia alguns exemplares de lambaris e curimba, pelo menos três de cada, mortos na margem do rio.


A análise foi realizada no próprio local. Inicialmente observou que a temperatura da água era 25, que considerou dentro da normalidade. Em seguida, mediu o PH (acidez da água), cujo teste apontou 6, índice considerado também normal.


Porém, ao realizar um teste misturando um composto químico, notou que a água na hora ficou com uma coloração amarelada, quase que branca, indicando o baixo índice de oxigênio.


FALTA DE OXIGÊNIO


De acordo com o técnico, nesse teste, quanto mais claro o tom de branco, mais baixo é o índice, indicando o baixo índice de Oxigênio Dissolvido (OD), situação que prejudica a vida no rio, causando mortes de peixes e é provocada pela ação do esgoto lançado no rio.


A partir desse diagnóstico, o técnico ressaltou que não havia necessidade de realizar estudos laboratoriais, porque o resultado confirmava a suspeita que tinha desde o início, quando recebeu a denúncia. Quer dizer, ele já tinha conhecimento do despejo de esgoto, além do próprio período do ano.


“Esse comportamento é típico de rios que recebem cargas orgânicas muito grandes. Durante o período que não tem chuva ocorre a sedimentação de boa parte da matéria orgânica lançada e, quando começa a chover, essa matéria é revolvida. Ela se desprende do fundo e começa a caminhar no rio e esse efeito ocasiona a diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido no rio”, acrescentou.


O problema, segundo Tango, será amenizado com a construção da Estação de Tratamento de Esgoto. “Nossa expectativa é que uma vez em operação, traga grandes benefícios para o Cachoeirinha”, disse.


“O esgoto – explica o técnico – é uma matéria orgânica e também um nutriente e no ponto em que cai pode até se constituir em alimento para as espécies que habitam o local, mas na medida que vai se afastando do ponto de lançamento, vai roubando o oxigênio do rio e tornando as águas cada vez mais impróprias para a vida aquática”.

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