Embora não se tenha ainda uma explicação científica, mas trabalhando apenas como uma das hipóteses para a situação, o casamento gay de casais femininos seria mais aceito pela sociedade. Aliás, essa é a pergunta que a psicóloga Gláucia Regina Silveira Nogueira (foto) prefere fazer quando questionada se há uma explicação mais clara para o fato de, pelo menos até agora, em Olímpia a união homoafetiva entre mulheres estar predominando.

“Talvez uma explicação é que para a mulher, o gênero feminino, a sociedade seja mais permissiva no contato afetivo. Isso pode até ser um facilitador”, comentou Gláucia Regina Silveira Nogueira à reportagem desta Folha da Região.

Um fator que a leva a pensar dessa maneira é o fato de ser mais comuns os carinhos entre mulheres, do que com pessoas do sexo masculino. Entretanto, não faz nenhuma ligação com a cultura do machismo que, embora sempre disfarçado, ainda impera na sociedade. “Mas não sei dizer se seria uma explicação”, ressalva.

A dificuldade para se chegar a uma opinião definitiva passa pela falta de estatísticas a respeito da questão. Por estar sendo considerada apenas a situação que se verifica em Olímpia desde que os casamentos gays passaram a ser oficializados com autorização da justiça.

A dúvida que fica, considerando os casamentos já registrados, é se a sociedade é mais permissiva e favorecedora para um casal feminino tomar a decisão de se casar. “Será que a sociedade nos sugere que ainda ela é mais acolhedora com o sexo feminino do que com o masculino?”, questiona a psicóloga.

“Na sociedade é mais permitido que uma menina ande e tenha uma grande amiga que ela abrace e que beije. Para o menino não é muito aceito. A expressão do afeto sempre foi mais permitida às mulheres”.

O que também empurra a questão para o caminho desse pensamento é o próprio carinho materno. Na sociedade é mais comum que a mãe abrace e beije a filha, mas o pai não muito comum ver fazendo o mesmo com o filho.