28 de maio | 2007

Carro de boi está há mais de 10 anos abandonado no Museu

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 Que não se leve em conta a necessidade de punir algum culpado pela informação, mas o fato é que um carro de boi que foi doado ao Museu de História e Folclore Maria Olímpia, idealizado, principalmente pelos professores José Sant’anna e Victorio Sgorlon, há cerca de 45 anos, está há mais de 10 anos em estado de abandono, largado num canto sem merecer os cuidados que a peça talvez mereça, ou seja, a recuperação e colocação num lugar que permaneça protegido do tempo.

Pior que o descaso com o carro, é o fato de nem mesmo haver um registro da entrada da peça que faz parte da história dos mais de 100 anos de Olímpia. A reportagem desta Folha, em busca de fazer uma matéria jornalística, porém, alusiva à passagem do Dia do Museu na sexta-feira, dia 18 de maio, não conseguiu obter a informação do nome do doador da mesma.

As informações foram obtidas junto a funcionária Maria de Jesus de Miranda, responsável pela administração do Museu de História e Folclore Maria Olímpia.

"Aquele carro de boi quando veio meio quebradinho, mas eu recebi com carinho e coloquei debaixo de uma árvore, porque não tinha outra opção. E, se for ter abrigo pra tudo, tudo vem idéia do dinheiro e o museu não sei se tem uma verba específica. Eu não posso falar nada. Só sei que o museu é mantido pela prefeitura: funcionários, água, luz, telefone, tudo com maior carinho do mundo, mas só que não posso cobrar deles uma cobertura, a gente pede. Mas…!", respondeu com o carinho que lhe é peculiar.

O carro de boi que se encontra no mesmo local, embaixo de uma árvore, à mercê das intempéries do tempo, principalmente da chuva, não tem um registro de nascimento. Perguntada sobre o nome do doador, Maria Miranda respondeu: "Desculpa, mas me falha a memória, mas foi um sitiante por aqui e por sinal é até conhecido meu".

Mesmo a parte interna do museu demonstra necessitar de mais cuidados, como, por exemplo, elaborar um catálogo das peças. Toda vez que questionada sobre quantas peças forma o acervo, a resposta é sempre a mesma, ou seja, em torno de cinco mil peças.

O espaço também não demonstra ser suficiente para o tanto de peças que o museu já recebeu em toda sua existência e embora no local haja um grande terreno, que também pertence à prefeitura e consta da mesma escritura, nenhuma construção adicional foi pensada até hoje.

"Você sabe que essa casa e tão convidativa, mesmo acanhada, ela é sempre acolhedora e suficiente pra quem chegar aqui; será sempre bem recebido e cabe todo mundo e qualquer peça que vier até aqui. E, se olímpiense tiver alguma coisa que pode doar, que traga ao museu. Tem muito documentário por ai, que está ai guardado, traz para o museu, é importante. Revistas da Olímpia antiga, tudo que puderem doar, peças, podem vir, um cantinho um espaço nós fazemos", solicita dentro de sua simplicidade.

Maria Miranda explica que as doações são muito importantes para o museu e que elas sempre vêm, principalmente da parte dela que é responsável pela administração do local. "Se vejo necessidade do museu e não consigo por outros meios, procuro adquirir do nosso curso, da minha vida. Mas tem muita coisa da prefeitura, foi feita com muito carinho do prefeito Carneiro, não posso falar mal não", observou.

"Tudo precisa de melhorias. Tudo que existe em uma cidade você tem que pensar no melhor. Eu só não posso coisas assim, administrativas deixo para que meus superiores respondam, porque não entendo muito bem desta parte administrativa, como está a situação do prédio, como está isso aqui, então como vou falar pelo meu prefeito, não posso", acrescentou.

Mas mesmo assim, sabe das necessidades que o local tem: "É difícil. A mão-de-obra tudo bem. A matéria prima tem muito gasto e uma peça qualquer que for mexer você tem que dispor de dinheiro. É difícil. Nesses detalhes não gostaria de entrar muito não. Acho que ninguém sonha de ver isso daqui melhor. Eu sou uma sonhadora do museu. Humildemente tenho um respeito, um carinho muito grande por isso daqui".

 

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