22 de outubro | 2007

Carneiro admite que não sabe como acabar com falta de médicos na saúde

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Ao envolver várias situações que atingem diretamente o serviço público de saúde do município de Olímpia, inclusive fazendo comparações ao que estaria ocorrendo também em São José do Rio Preto, o prefeito Luiz Fernando Carneiro admitiu esta semana que não sabe como pôr um fim na falta de profissionais médicos para atender aos usuários das várias Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade. Para ele é impossível.

Pelo menos isto é o que se pode depreender do bate-papo entre Carneiro e o locutor de uma das emissoras de rádio da cidade, durante uma entrevista que foi ao ar na quinta-feira (18) desta semana.

Em meio a críticas que fez a médicos que residem na cidade e atendem no serviço público apenas em outras cidades da comarca, manifestou a impossibilidade de encontrar solução para o problema.

O atendimento a outras prefeituras, segundo o locutor, teria como justificativa o fato da prefeitura de Olímpia pagar menos que as demais, com a justificativa do prefeito Luiz Fernando Carneiro, de que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não permite que a folha de pagamento do município ultrapasse a 54% do valor total do orçamento.

O prefeito explicou que a folha de pagamento compromete aproximadamente 50% da arrecadação do município de Olímpia. "Agora essa questão de salário de médicos não é a única dificuldade que tem para a contratação de profissionais", acrescentou. Carneiro citou que de acordo com informações divulgadas pelo Diário da Região de São José do Rio Preto, entre outras dificuldades que o setor enfrenta por lá, uma delas seria também a contratação de profissionais médicos.

Ele enfatizou que o salário pago naquela cidade é de R$ 2,2 mil por 20 horas semanais, ou seja, quatro horas por dia, mesma carga horária do município de Olímpia. "‘A grosso modo’ (sic) acaba sendo o atendimento de 16 consultas por dia. Se faz em três horas e vai embora, se faz em duas horas vai embora e, normalmente, só dá atendimento a 16 pacientes. Quer dizer, São José do Rio Preto paga 2.200 reais de salário para quatro horas por dia de um médico, 16 consultas, e não consegue suprir o número de vagas que estão disponíveis para médicos trabalharem no sistema público", comparou.

Além disso, aponta como outra dificuldade o fato de médicos de Olímpia atenderem em outras localidades. "Atendem pelo serviço público em Guaraci, Severínia, Cajobi, mas em Olímpia não. E ele mora em Olímpia e ele é de Olímpia. É uma coisa da consciência do médico e uma coisa que a população tem que saber e lembrar-se sempre", reclamou.

Conversa eleitoral

Entretanto, afirma que esses médicos fazem isso porque perderam eleição. "Eles não saíram do serviço público de saúde. Foram remanejados e transferidos para outra cidade. Isto é no mínimo imoral para com a população da nossa cidade. E ficam pregando inverdades, que a gente recebe essas comunicações de pacientes que ficam indignados, de que um ou outro se arvora de que se for eleito vai resolver o problema dos médicos. Mentira. Não vai resolver porque ele nunca quis resolver. Já foi governo e não resolveu. E não é falar que vai aumentar o salário que vai trazer os médicos. Vai sempre ter essa dificuldade. Não é somente salários e não é com conversa demagógica desses médicos que nunca fizeram nada para sua comunidade aqui em Olímpia, que vai de novo, num período já pré-eleitoral, querer se arvorar de ‘salvador da pátria’ (sic). É mais uma mentira que estarão querendo já plantar novamente". Ao final do assunto, antes de iniciar a discussão de outro tema, o prefeito teve sua afirmação completada por uma manifestação do locutor da emissora: "Não há criatividade que resolva".

 

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