22 de novembro | 2009

Cantar Hino Nacional não vai inserir civismo nas pessoas

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O simples fato de cantar o Hino Nacional nas escolas, conforme prevê a Lei Federal vigente desde o dia 22 de setembro de 2009, não vai inserir o civismo nas pessoas, conforme imagina o autor da lei, deputado federal Lincoln Portela. Pelo menos isso é o que se depre­ende das opiniões dos alunos entrevistados pela reportagem desta Folha.

Embora concordem que faltem realmente atitudes cívicas nas pessoas, principalmente aos adolescentes, ao mesmo tempo cobram mais estrutura familiar que possa melhorar o nível da pessoa, antes mesmo de chegar à escola. Quer dizer, para eles se trata simplesmente de uma questão social que deve ser tratada com carinho pelos governos.

E, como conta o estudante da 7.ª série do Ensino Fundamental, Rogério Ribeiro dos Santos Júnior, da Escola Dr. Antônio Augusto Reis Neves, no meio escolar há programas direcionados para isso, mas ao mesmo tempo, a reportagem observou que não há participação efetiva dos pais dos alunos. “Temos o projeto Escola da Família que ajuda muito”, disse.

Mais crítico com a estrutura político-administrativa do País, o estudante do 2.º ano do Ensino Médio, Renan Abreu de Queiroz, da Escola Dona Anita Costa, não vê falta de civismo nos jovens, principalmente, mas sim no que poderia ser considerada a classe dominante, pelo menos politicamente. “Acho que falta um pouco de civismo das pessoas acima de nós, os que estão em Brasília. Acho que falta muito civismo por parte deles e não para nós”, asseverou.

Embora seja uma situação que não possa ser colocada como via de regra, o fato é que quanto melhor a condições social da pessoa, melhor também a consciência do que é civismo. Esse pensamento acaba sendo confirmado ao verificar as respostas da aluna do 3.º ano do Ensino Médio, também da Escola Anita Costa, Naiara Me­dei­ros de Oliveira.

Por isso, embora veja a obrig­a­torie­dade do Hino Nacional como positiva, destaca os trabalhos desenvolvidos dentro da escola. “Os professores trabalham bastante com isso e temos muitas idéias. Somos bem atualizados, não temos nenhuma dúvida sobre isso”, acrescenta.

O trabalho do professor é considerado importante até para quem já busca a formação acadêmica, como é o caso de Graziele Apare­cida da Silva, que vê ausência de civismo, mas cobra atitudes dos próprios professores.

“Falta um pouco de respeito, de responsabilidade. Acho que os professores têm que estimular mais os alunos a participarem mais desse patriotismo, desse civismo, a terem mais respeito pela pátria”, afirmou.

Desde o dia 22 de setembro as escolas de ensino fundamental, públicas e privadas de todo o país, passaram a serem obrigadas a executar uma vez por semana o Hino Nacional. A lei não prevê data e horário para a execução do hino, ficando a critério dos estabelecimentos de ensino.

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