15 de janeiro | 2025
Candidato a prefeito derrotado de Olímpia arruma cargo de R$ 10 mil no CODEVAR e causa polêmica
Controvérsia no CODEVAR envolve nomeações e altos salários. Nomeação de Tarcísio Aguiar como Secretário Executivo do consórcio levanta questionamentos sobre gastos públicos e motivações políticas.
Candidato derrotado na última eleição para prefeito de Olímpia (ficou em terceiro lugar) e ex-vereador, o Sargento Tarcísio Aguiar está no centro de uma nova polêmica. Nomeado para o cargo de Secretário Executivo do Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Rio Grande (CODEVAR), com salário de R$ 10.000,00 por mês, Tarcísio enfrenta críticas sobre sua qualificação para o cargo e a rapidez das decisões administrativas que envolvem ele e outros nomeados.
A nomeação foi oficializada no dia 2 de janeiro de 2025, por meio da Portaria nº 003, assinada pelo presidente interino do CODEVAR, Mardqueu Silvio França. No mesmo período, o consórcio também aprovou aumentos salariais e a criação de novos cargos, gerando o que muitos chamaram de “turismo político-administrativo” na entidade.
DECISÕES ADMINISTRATIVAS GERAM SUSPEITAS
A nomeação de Tarcísio foi acompanhada de outras medidas controversas. A Portaria nº 002, também assinada por Mardqueu, fixou o salário do Secretário Executivo em R$ 10.000,00 e o do Assessor Executivo Institucional em R$ 7.000,00. Já no dia seguinte, foi criada a função de Gerente de Programas, com remuneração mensal de R$ 6.000,00, conforme a Resolução nº 001.
As medidas foram tomadas em sequência, sem uma consulta mais ampla aos municípios consorciados, gerando descontentamento entre gestores das cidades menores que compõem o CODEVAR. Para muitos, a criação de cargos e os altos salários sinalizam um desvio de prioridades.
“Essas nomeações e aumentos salariais passam a impressão de que o consórcio está servindo a interesses pessoais e políticos, e não ao desenvolvimento regional”, criticou um prefeito que preferiu não ser identificado.
IMPACTO POLÍTICO E QUESTIONAMENTOS
A presença de Tarcísio no cargo levanta suspeitas sobre motivações políticas. Com um histórico recente de candidatura para prefeito e atuação como vereador, sua nomeação é vista por críticos como uma forma de “acomodação política”.
Para opositores, o salário de R$ 10.000,00 também soa desproporcional para um consórcio que deveria priorizar investimentos em projetos regionais. “Estamos falando de uma entidade que depende da contribuição dos municípios, muitos deles com dificuldades financeiras. Cada real deveria ser usado para atender as demandas das cidades, não para cargos políticos”, disse um político que não quis se identificar.
PREJUÍZOS PARA O CONSÓRCIO
As decisões do CODEVAR também têm impactos financeiros diretos. Com o acréscimo de novos cargos e salários, o consórcio pode enfrentar dificuldades para cumprir suas metas sem recorrer a aumentos na contribuição dos municípios ou cortes em outras áreas.
“Estamos vendo uma explosão de gastos administrativos que, no fim das contas, acabam sendo pagos pelos contribuintes das cidades associadas”, apontou outro descontente.
Além disso, a falta de clareza sobre o processo de nomeação e a ausência de um planejamento financeiro mais detalhado para justificar as decisões colocam em xeque a gestão do consórcio.
PRÓXIMOS PASSOS E REPERCUSSÕES
Até o momento, nem o presidente interino do CODEVAR, Mardqueu, nem Tarcísio Aguiar se manifestaram publicamente sobre as críticas. A pressão, no entanto, continua a crescer, com prefeitos e vereadores da região cobrando explicações e maior transparência.
A situação também reacendeu o debate sobre o papel e a governança dos consórcios intermunicipais no Brasil. Especialistas defendem que entidades como o CODEVAR precisam adotar critérios mais rigorosos e técnicos na escolha de seus dirigentes, além de maior controle sobre os gastos administrativos.
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