24 de setembro | 2017

Briga entre ruralistas quase termina em morte e um boi teve que ser sacrificado

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Foi registrado na delegacia de polícia de Olímpia, na manhã de quarta-feira, 20, um boletim de ocorrência como tendo ocorrido vários crimes, entre eles, crueldade contra animais, ameaça, dano e lesão corporal.

Em seu histórico, no entanto, os vários lados de ruralistas envolvidos em uma situação inusitada que quase termina em morte com possíveis agressões e um boi tendo que ser sacrificado por ter tido uma de suas pernas quebradas (foto).

Segundo o que foi registrado na delegacia, o fato aconteceu no Sitio Formoso, no bairro rural Bela Vista, Olímpia, por volta das 7h30. Aparecem como autores e vítimas ao mesmo tempo Marcos Rober­to Ramos Martins (foto), 43 anos, pecuarista e morador da Chácara Ramos, bairro rural Olhos D´água, Olímpia e Abilio Zambon Filho, 52 anos, agricultor e morador do Sítio São João, bairro rural Bela Vista, Olímpia.

Marcos declarou na delegacia que arrenda uma propriedade rural em frente a Fazenda de Abílio Zambon Filho. Lá, Marcos disse que cria algumas cabeças de gado da raça cruzada com um único touro reprodutor, da raça Tabapuã. Na manhã do dia dos fatos estava retirando leite em outra propriedade, quando uma testemunha apareceu para avisar que Abílio havia tentado matar o seu Boi com o uso de um trator.

Marcos disse que foi até a estrada municipal, próximo a propriedade dele e deparou com o Boi em sofrimento e agonizando deitado na areia com uma das pernas quebrada e no barranco. Ao lado de onde o boi estava caído, havia várias marcas do para-choque do trator e rastros dos pneus, não tendo dúvidas que o boi fora prensado contra o barranco.

O pecuarista disse que buscou o veterinário que constatou a fratura no animal e decidiu que o mesmo deveria ser sacrificado o mais rápido possível.

Marcos, do local, teria visto o autor cortando cana em sua propriedade rural e teria ido lá questionar o fato e o autor Abílio, que estava de posse de um facão teria avançado contra ele dando um golpe. Mesmo tendo se esquivado a lâmina do facão acabou atingindo e ferindo o nariz de Marcos, o dono do boi.

A versão de Marcos que foi praticamente confirmada pelas outras testemunhas é concluída com ele afirmando que Abílio subiu no trator a manobrou o mesmo em direção a Marcos e seus colegas (testemunhas). Depois, fugiu do local.

O pecuarista Abílio Zambom Filho, enquanto Marcos foi até a UPA para fazer curativo no nariz e fazer o exame de corpo de delito, foi até a delegacia de polícia e registrou o seu lado dos fatos.

Abílio começou seu depoimento alegando que o gado de Marcos quase sempre invade a sua propriedade, pois a cerca onde estão confinados não é conservada e não passa por reparos necessários. Que na noite anterior, teria visto cinco vacas e o boi de Marcos solto na estrada e que na quarta-feira, por volta das 6 horas da manhã, ele ia para a fazenda com o trator e que a estrada estava coberta de poeira e farelo de palha do corte de canaviais vizinhos, com péssima visibilidade.

Abílio disse na sequência que se deparou com um boi deitado no meio da estrada e por pouco não passou por cima do mesmo. Disse que desviou e passou o trator, mas logo pensou que algum dos caminhões que colhem cana na região poderia passar em cima do animal, razão pela qual “tocou” ele até perto da cerca, observando que ele “estava” com uma das pernas traseiras quebradas.

Que por volta das 9 horas da manhã ele cortava cana para tratar de seus bovinos quando viu três ou quatro rapazes chegando em duas camionetes. Que o autor Mar­cos come­çou a xingá-lo de Filho da P….a” e acusando-o de ter atropelado o boi e que por causa disso iria matá-lo. O declarante Abílio reagiu tentando con­vencê-los que ele não era o autor, inclusive, dizendo-lhes que criavam gado sem ter pasto. Diante disso, disse que partiram para cima dele para agredi-lo.

Zambom Filho também declarou na polícia que Marcos teria dito: Vá na camionete e pega o revólver”. Quando um deles caminhou em direção ao veículo, Abílio disse que subiu no trator e acelerou o quanto pode. Os outros foram atrás dele batendo-lhe pedaços de cana, mas não lhe feriram. Eles então vieram no meu encalço, disse Abílio, mas não conseguiram passar com o veículo sobre a ponte, motivo pelo qual foram até a casa da seda da fazenda.

Abilio contou também que, de longe viu eles quebrando  o portão. Por causa disso, temendo pela sua vida, Abílio procurou refúgio numa propriedade vizinha. Quando não os viu mais e que ligou na PM e pediu proteção, indo para a casa esperar os policiais. Lá ele disse que viu que além do portão, eles quebraram a porta de vidro, duas portas internas e duas portas do guarda-roupas e ainda a janela da cozinha. Abílio diz ainda que eles ainda jogaram coisas no chão e soltaram alguns passarinhos que havia comprado numa casa de ração. Que eles arrebentaram a cerca da frente e soltaram o seu gado que estava no piquete e também colocaram fogo na sua cana (pequeno trecho que usa para alimentar o gado). Que eles podem ter quebrado mais coisas mas que não viu e não percebeu se algo foi subtraído.

O caso foi registrado na delegacia de polícia de Olímpia onde será agora investigado pela polícia.

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