Operações serão retomadas somente se surgirem novas informações; família e amigos seguem esperançosos por desfecho do caso.

O Corpo de Bombeiros encerrou, na segunda-feira (2), as buscas por Edson Ramos, de 24 anos, morador de Olímpia (SP), que desapareceu no dia 24 de novembro após ser levado pela correnteza na Cachoeira do Talhadão, em Duplo Céu, distrito de Palestina (SP). A corporação informou que novas operações de resgate só serão realizadas se surgirem informações concretas sobre o paradeiro do jovem.

Durante nove dias consecutivos, equipes percorreram cerca de seis quilômetros do Rio Turvo, utilizando embarcações motorizadas, balsas de rafting e botes infláveis para tentar localizar Edson. Apesar dos esforços, as características do local representaram desafios significativos, incluindo a força da correnteza, baixa visibilidade e presença de galhadas e pedras no fundo do rio.

De acordo com o tenente Marcus Vinícius de Oliveira Barbosa, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Rio Preto, a decisão de encerrar as buscas ativas foi tomada após análises técnicas detalhadas. “Fatores como a temperatura da água, características do fundo do rio e as condições da correnteza influenciaram na viabilidade de continuar. A partir de agora, aguardaremos por novas informações que possam direcionar nossos esforços”, explicou.

DESAPARECIMENTO OCORREU
APÓS RETIRO RELIGIOSO
Edson Ramos havia participado de um retiro religioso com amigos da igreja na região. Segundo sua mãe, Elizabeth Ramos de Carvalho, o jovem enfrentou problemas com o carro ao final do passeio e retornou à cachoeira para buscar ajuda. Foi nesse momento que ele escorregou e foi arrastado pela correnteza.

“Ele já conhecia o local e gostava muito de lá. Nunca imaginaríamos que algo assim pudesse acontecer”, afirmou Elizabeth. Uma turista registrou em vídeo o momento exato em que o jovem desapareceu nas águas do Rio Turvo, aumentando ainda mais a angústia da família.

PREFEITURA INSTALA PLACAS
PROVISÓRIAS NA CACHOEIRA
Diante das críticas sobre a falta de sinalização no local, a Prefeitura de Palestina instalou, na segunda-feira (2), placas provisórias que alertam os banhistas para os riscos de afogamento e proíbem atividades como banho, pesca e caça. Segundo a prefeitura, placas anteriores haviam sido destruídas em incêndios que ocorreram entre setembro e outubro.

O voluntário Bruno Castor, que trabalha há mais de 20 anos orientando turistas sobre os riscos do local, destacou que a medida é positiva, mas não suficiente. “O ideal seria a presença de fiscais da prefeitura para orientar os visitantes. Placas ajudam, mas a conscientização no momento certo pode salvar vidas”, afirmou.

LOCAL ATRAI CENTENAS
DE VISITANTES SEM CONTROLE ADEQUADO
Entre julho e novembro, mais de 4 mil pessoas visitaram a Cachoeira do Talhadão, segundo dados de voluntários que monitoram a região. No entanto, apenas 120 buscaram informações detalhadas sobre os riscos, o que, para Castor, reflete uma falta de preocupação por parte dos visitantes. “A beleza do lugar atrai muitos turistas, mas poucos realmente se informam sobre as condições e os perigos”, disse.

A Prefeitura de Palestina informou que uma sinalização definitiva será instalada nas próximas semanas, junto com outras medidas de segurança. Enquanto isso, familiares e amigos de Edson Ramos permanecem esperançosos de que o corpo do jovem possa ser localizado para trazer algum conforto à família.