23 de agosto | 2009

Barracas apontam prejuízos de até R$ 8 mil com falta de público

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As alterações drásticas definidas para o funcionamento das barracas, que acabaram por inibir a participação das entidades assis­ten­ciais tradicionais ao evento, somadas a outros problemas pontuais, tais como um possível receio de contrair o vírus da gripe In­fluenza A, denominada H1N1, que ficou conhecida mundialmente como ‘gripe suína, podem ter sido as causas da falta de um público considerável no Recinto de Exposições e Atividades Folclóricas Professor José Sant’an­na, durante a semana do 45.º Fefol (Festival do Folclore).

Pelo menos é isso o que se de­pre­ende das opiniões de alguns barraqueiros entrevistados no domingo, dia 16. Enquanto apenas um deles informou que pagou o espaço alugado e até teve algum lucro, os demais auferiram prejuízos de até R$ 8 mil ou, como no caso de três deles, puderam saldar o compromisso com a comissão organizadora pagando na “rapa” (sic) ou mesmo sem ter alguma sobra, neste caso, levando a acreditar que trabalhou uma semana de graça.

O prejuízo maior detectado pe­la reportagem foi na barraca do Rotary Club, que neste ano era a única de tradição no evento. De acordo com o presidente da entidade, Luiz Donizete Ribeiro, o resultado negativo já estava em torno de R$ 8 mil, impossibilitando saldar o compromisso do aluguel do espaço, no valor de R$ 2,5 e os outros compromisso como, por exemplo, a compra de vinhos.

Esta foi a primeira vez, desde que a entidade iniciou ainda na confluência das Praças da Matriz de São João Batista e Rui Barbosa, esquina da rua São João, que o prejuízo bateu na porta. “Quando tem renda e este ano não teremos, é usada para fazer trabalhos sociais para a comunidade”, lamenta.

Prejuízo também teve Ana Car­la Honório, da cidade de Franca, que há seis anos trabalha no Fefol. De acordo com ela, que pagou R$ 2,3 mil do aluguel, haveria um prejuízo de aproximadamente R$ 1 mil. “Não vai dar para pagar as despesas”, reforçou.

A estimativa de Francisco Peres Curiel, que contratou o espaço por R$ 2.250, era de um prejuízo de até R$ 2 mil. Ele explica que terá que tirar “dinheiro do bolso” (sic) para poder pagar as despesas com funcionários para o atendimento ao público.

“Acabaram com as barracas das entidades e com os camelôs e só isso já foi ruim demais, além dos problemas da doença (gripe) e da crise”, comentou.

PAGAR NA MARRA

Porém, mesmo para quem não obteve prejuízo não foi fácil pagar o espaço da barraca, como no caso do comerciante João Ferri Júnior, para quem o público foi pequeno e, conseqüentemente, as vendas caíram: “creio que dará para pagar, mas na rapa”.

João Roberto dos Santos, que trabalhou no evento pela primeira vez, acreditava num prejuízo de R$ 1,5 mil: “sem as barracas tradicionais de todos os anos, acho que a tendência é sempre diminuir”. Ele conta que pagou R$ 450 a título de aluguel do espaço, além do que comprou de mercadorias: “esse dinheiro não será ressarcido, mas os gastos nós temos que arcar”.

O único aparentemente satisfeito com o resultado era Roberto Gomes: “para mim, particularmente, foi bom”. Ele conta que pagou R$ 400,00 do espaço da barraca. No entanto, optou por não falar em valor de ganhos: “posso te falar que ganhei bem”.

Foi como  no futebol para Gilberto Donizete Vieira. Quer dizer, um empate com sabor de derrota. Ele conta que pagou quase R$ 2 mil do aluguel e que estava com margem de lucro “zer”: “se não morasse em Olímpia, poderia falar que estava indo para casa duro.

Estou saindo daqui bem dizer empatado”. Ele que trabalha no evento há 9 anos acrescentou: “foi a primeira vez que o movimento foi bem fraco mesmo”.

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