07 de dezembro | 2009

Ansiedade inibe utilização de preservativos para a relação

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Se uma das dúvidas apontadas pelo levantamento divulgado pela Secretária de Estado da Saúde de São Paulo, principalmente da parte das meninas, está relacionada à anticoncepção, o problema chega a atingir grande parte dos meninos que acabam crescendo sem as devidas informações. Já na fase adulta, eles vão deparar com outra dificuldade. Quer dizer, a ansiedade no momento do ato sexual acaba inibindo a utilização de preservativos para a relação.

Mas segundo o urologista Luiz Fernando Vicente, a dificuldade que os jovens têm de usar o preservativo não passa que uma questão cultural. “Aquela velha história que isso pode interferir com a satisfação pessoal da atividade sexual, às vezes a ansiedade que isso gera, no momento que o homem interrompe o ato sexual em si, para a colocação do preservativo, acaba gerando angústia e ansiedade, que muitas vezes leva à perda da ereção”, comentou.

Essa dificuldade, segundo Vicente, acaba gerando um determinado preconceito em relação ao uso do preservativo masculino, a camisinha de Vênus. “Na verdade é uma coisa muito simples e existe uma metodologia da forma que tem que ser colocado para que funcione com toda a segurança, tanto na contracepção quanto a proteção das doenças sexualmente transmissíveis”, explica.

Por isso destaca que esse ‘tabu’ em relação ao uso de preservativos tem que ser deixado de lado. “Cada vez mais a gente sabe da necessidade real que existe do uso dele entre os jovens, principalmente aquele que não tem atividade sexual com uma parceira única”, acrescenta.

A psicóloga Rejane Bronhara Puttini afirma que a dificuldade só vai existir se os jovens quiserem. “Porque está na rede pública e tem bastante informação nas escolas. Talvez na hora do ‘vamos ver’ (sic) eles não tenham a lembrança. Eles têm que carregar e lembrar que isso é normal, que estão se prevenindo e que pode acontecer algo muito sério”, avisa.

Com relação ao grau de consciência do jovem sobre o uso de preservativos, a psicologa disse que acredita ter aumentado bastante. Segundo a psicóloga, a informação que hoje o adolescente tem em relação a tudo, das doenças, o que elas provocam, das conseqüências, está na internet, está na mídia, está na novela, eles tem bastante acesso, por isso ela entende eles têm bastante consciência.
 
explorado

Para o ginecologista João Wil­ton Minari, embora reconhecendo que até já melhorou um pouco, as questões sexuais, dentre elas, o uso de preservativos, são muito pouco exploradas e divul­gadas.

“Hoje em dia a gente vê mais um pouco de informação. Graças à ‘desgraça’ (sis) que é a Aids, se viram obrigados a informar mais sobre sexo e sobre o uso de camisinha, sobre prevenção de gravidez e doenças. A camisinha é o único método anticoncepcional que previne, além da gravidez, também as doenças sexualmente transmi­s­síveis”, reforça.

No entanto, Minari reforça que na cultura brasileira a consciência ainda é muito pequena, principalmente em relação a se prevenir, principalmente de doenças sexualmente transmissíveis. Embora acredite que grande parte dos jovens saiba da importância do preservativo, na prática o resultado é outro.

“Metade das mulheres não tomam pílulas tendo relação, as mulheres não usam camisinha, mesmo tendo três ou quatro parceiros. É o cúmulo ter quatro parceiros e ficar quieta, porque tem a Aids e as DST. Não pode. Tem que começar a cobrar a ferro e fogo, porque você sabe que tem o método. E por quê você não usa? Vai esperar engravidar para depois provocar um aborto? Isso é o cúmulo”, afirma.

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