22 de novembro | 2015

Aluno tem até quarta-feira para mudar de escolas reorganizadas

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O aluno que não estiver satisfeito com a escola para onde foi conduzido através da reorganização escolar realizada pela Secretaria Estadual de Educação, tem até a quarta-feira da próxima semana, dia 25, para fazer o pedido de transferência para outra unidade que prefira ou que esteja mais próximo de sua casa.

Desde a quarta-feira desta semana, dia 18, a solicitação está aberta aos 1,2 mil alunos das cinco escolas reorganizadas no município de Olímpia, que não estiverem satisfeitos com as unidades ou turno indicados pela diretoria de ensino para matrícula em 2016.

Para fazer o pedido, pais e responsáveis (no caso de alunos menores de idade) devem se dirigir às unidades de interesse. É recomendável apresentar certidão de nascimento do estudante e comprovante de residência.

Os requerimentos passam por uma análise das equipes gestoras e, havendo vaga, as transferências serão aprovadas. O resultado final deve ser divulgado somente em janeiro.

As classes devem respeitar a capacidade determinada a cada módulo. Dessa forma, nos Anos Finais do Ensino Fundamental (AFEF) o limite é 35; e no Ensino Médio, a recomendação é não ultrapassar o número de 40 jovens.

As propostas de remanejamento feitas por cada Diretoria de Ensino consideraram a distância de 1,5 mil metros entre a escola atual e a nova, além do ciclo de ensino oferecido. No entanto, caso seja da preferência das famílias, há a possibilidade de realizar o cadastro e solicitar a troca.

Pais, responsáveis, alunos e professores poderão acessar as informações sobre a matrícula e a transferência dos estudantes da rede estadual paulista por meio de um sistema de consulta pública: https://gdaenet.edunet.sp.gov.br/consultamatricula/

Para realizar a consulta na ferramenta online, basta informar o número do Registro do Aluno (R.A.). Após o preenchimento, os dados do estudante, o nome da escola atual e, em caso de transferência, o nome da unidade que ele irá frequentar em 2016 aparecerão na tela.

O R.A. pode ser fornecido pela escola ou consultado no Boletim Escolar, além de ser o mesmo número utilizado para acessar a Secretaria Escolar Digital. Caso não localize o R.A. de seu filho, basta consultar a carteirinha escolar ou procurar a unidade de ensino.

REORGANIZAÇÃO

Essa readequação mexerá com quase 1,2 mil alunos da rede estadual de ensino de Olímpia e dezenas de professores. Com a medida, as escolas Dr. Antônio Augusto Reis Neves e Maria Ubaldina de Barros Furquim, passarão a atender apenas alunos do Ensino Médio.

Já as escolas Professora Alzira Tonelli Zaccarelli, Dona Anita Costa e Dr. Wilquem Manoel Neves, atenderão alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, ou seja, do 6.º ao 9.º anos.

As unidades de Olímpia fazem parte das 754 escolas que vão ser de ciclo único no Estado. A alteração faz parte de um processo de readequação do ensino estadual.

A Secretaria de Educação revelou ainda as 94 escolas estaduais que terão seus prédios “disponibilizados” para outras atividades, mas nenhuma delas é de Olímpia e mesmo da região. Na prática, são escolas que serão fechadas e usadas com outras finalidades na área da educação.

Com essas mudanças, 340 mil alunos serão trans­fe­ridos de escola no ano que vem. Em Olímpia, a reorganização do sistema da rede estadual de ensino vai mexer com a vida de aproximadamente 1,2 mil alunos a partir do próximo ano letivo. Embora os números ainda não sejam definitivos a alteração poderá mexer com a vida de 1.190 alunos aproximadamente, ou seja, cerca de 590 do ensino médio e de 600 do segundo ciclo do ensino fundamental, que terão que migrar de uma escola para outra.

Consta que em relação ao ensino médio 420 alunos sa­em das escolas Professora Alzira Tonelli Zaccarelli, Dona Anita Costa e Dr. Wilquem Manoel Neves. Outros 170 saem das escolas Dr. Antônio Augusto Reis Neves e da Professora Maria Ubaldina de Barros Furquim. Já em relação ao ensino fundamental 600 alunos deixam as Escolas Reis Neves e Maria Ubaldina de Barros Furquim.

Outras escolas como a Dalva Vieira Ittavo, nas Co­ha­bs I e II, que oferece aulas em período integral, continuará a ter o segundo ciclo do ensino Fundamental e o Ensino Médio, assim como as escolas dos distritos, Eloi Lopes Ferraz em Baguaçu e a Comendador Francisco Ber­nardes Ferreira em Ribe­i­ro dos Santos.

TODOS PREOCUPADOS

Quanto aos professores, embora a secretaria não tenha divulgado os números, estima-se que em torno de 40 professores terão que mudar suas sedes de uma escola para outra.

Em Olímpia, embora não tenha havido nenhuma manifestação contrária, nem de professores, nem de pais e nem de alunos, ao que se comenta, alguns professores e pais de alunos estariam preocupados.

Os alunos de regiões mais afastadas das duas escolas que ficarão encarregadas do Ensino Médios é que estão esperando ter os maiores problemas, não tanto pelo aumento das distâncias que, em nenhum caso, de escola para escola, supera um quilômetro, mas em razão do transporte que ficará mais difícil e, principalmente, nos casos onde irmãos frequentam ciclos diferentes.

Segundo o sindicato dos professores, esta “reorganização” provocará um “efeito cascata”, ou seja, a reestruturação de uma escola repercutirá nas demais escolas da região, com a su­per­lotação de salas de aula, alteração na vida do professor e até mesmo demissões.

Os professores transferidos de escolas fechadas ou reorganizadas para outras unidades disputarão as aulas com os professores da nova escola, deslocando aqueles com menor pontuação. Além disso, professores efetivos que não encontrarem aulas na nova unidade poderão ser transferidos para escolas mais distantes ou ficarem adidos, ou seja, “encostados”; os professores estáveis (categoria F) também serão muito afetados, pois poderão ficar com “horas de permanência” (ou seja, sem aulas atribuídas). Para se ter uma ideia, se um professor PEB II, que tem jornada de 40 horas, cujo piso é de R$ 2.415,89, ficar adido, se efetivo, ou com “horas de permanência”, se estáveis (categoria F), receberão piso de R$ 724,71. Para o PEB I, o piso de 30 horas é de R$1.565,00; de 12 horas, R$ 622,00. Ou seja, os professores nesta situação receberão menos que o salário-mínimo em vigor. Sem contar o professor da categoria O, que poderá ficar desempregado.

Ainda para a APEOESP – a reorganização vai atingir resultado contrário ao esperado pela Secretaria de Educação e um dos problemas deverá ser o risco de se apequenar a profissão de professor depois das mudanças no próximo ano letivo. Segundo sua presidente, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, “Os professores não serão demitidos, mas muitos vão ganhar bem menos e não dará nem para sobreviver”, reclamou. “Com essas medidas sendo tomadas, a profissão vai voltar a ser uma espécie de ‘bico’ contra o qual tanto lutamos há anos.”

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