09 de novembro | 2014

Agrônomo alerta que é preciso repor e conservar mata nativa no Olhos D'Água

Compartilhe:

O agrônomo Abrão Amud Neto (foto), que possui uma
propriedade rural nas proximidades da antiga represa do Recco, como era chamado por todas as pessoas da cidade, o local de contenção das cheias que eram muito comuns no cór­rego Olhos D’água, diz que primeiro é preciso repor as ma­tas nativas e depois con­servá-las para que se consiga dar uma sobrevida ao rio tão importante para boa parte da cidade de Olímpia, mas que está desaparecendo paulatinamente.

Abrão Amud Neto conta que através da conservação das Áreas de Proteção Permanente (APP), foi possível notar a melhora na quantidade de água e a presença de muitos pássaros e a volta de vários peixes.

Há oito anos dono da propriedade, ele relata que no local não havia mais a mata ciliar porque soltavam o gado no meio da mesma: “o pessoal não tinha consciência e quando eu peguei para tocar essa propriedade a primeira coisa que eu fiz foi tirar os animais da beira do rio para que haja a preservação de uma reserva legal, de uma ma­ta ciliar, porque o problema de água que nós estamos tendo é muito intenso”.

Ele acrescenta que as minas voltaram e o lençol fre­ático começou a subir: “hoje nós temos uma quantidade de água muito boa na propriedade, graças a essas curvas de níveis que foram feitas e graças a essa proteção que nós es­tamos dando ao Olhos d´Á­gua”.

Abrão Neto entende que o rio deveria ter uma proteção através da permanência das matas ciliares: “com isso, nós só vamos ganhar, ter uma água limpa, uma água filtrada e a população não vai ter problema de água na época da seca”.

RIOS PEQUENOS ENCHEM OS MAIORES

De acordo com ele não é a quantidade de chuvas que vai resolver o problema da falta de água: “porque para você ter água você tem que ter as minas. Você não pode drenar isso daí. Os rios pequenos que vão encher os rios maiores”.

De acordo com Abrão A­mud Neto bastou tirar o gado da mata para que ela se recuperasse e crescesse. “O solo é um laboratório. A semente está aí e se você der condições a ela, ela vai germinar, então as matas que eram nativas vão começar a voltar”, aponta.

No entanto, avisa que a pessoa também tem de ajudar com algumas mudas, principalmente de árvores frutíferas que os pássaros comem: “esses bichos comem e você vai ter uma fauna e uma flora protegidas”.

O agrônomo explica que a preservação da APP evita o desbarrancando dos rios e o consequente assoreamento. “Tem que ter uma proteção”, assevera.

Neto estima que a propriedade tenha um pedaço de 60 metros de largura por 800 metros de comprimento: “o terreno não fica limpo, ele está sempre protegido, pegando essa água de chuva e deixando no solo. Ela não corre para o rio. Não corre terra, não corre sujeira, da minha parte aqui, não vai correr na­da disso, eu vou preservar o que eu posso”.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas