28 de novembro | 2011

Advogado vai recorrer da condenação dos irmãos que mataram almoxarife

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Já teria sido protocolado recurso ao TJ – Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, contra a condenação de 18 anos e 9 meses, recebida pelos irmãos, o mototaxista Alessandro Luis Souza da Conceição, de 25 anos e o açougueiro Leandro Souza Conceição, de 27 anos. A informação é do advogado de defesa Antônio Martins Correia.

Os irmãos foram condenados por prática de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa) praticado contra o almoxarife João Carlos Fedato, de 52 anos. O crime aconteceu no dia 24 de novembro de 2009, na Cohab, em Olímpia.


O julgamento foi realizado na última quarta-feira, dia 23, tendo sido o mais longo do ano, com dezesseis horas de duração. O iniciou aconteceu às 9 horas, com o término acontecendo com a divulgação do veredicto aos 40 minutos da madrugada de quinta-feira.


Presidiu o julgamento o juiz de direito Hélio Benedini Ravagnani. O Ministério Público foi representado pelo promotor Gilberto Ramos de Oliveira Júnior, que teve como assistente de acusação o advogado Galib Jorge Tannuri. Foi defendida a integra da denúncia de homicídio triplamente qualificado.


Já na defesa atuaram os advogados Antônio Martins Correia e Gustavo Rosa Gonçalves, que tiveram como assistente o advogado Nilton Velho. Os defensores alegaram que o crime teria sido praticado apenas por Alessandro, vulgo “Nego” e que teria agido em legítima defesa, pois entre outras coisas estava sendo ameaçado de morte pela vítima. Também para “Nego” foi defendida a tese de desclassificação das qualificadoras.


Já quando ao réu Leandro Conceição, os advogados de defesa alegaram que ele não participou da execução do crime e sim apenas tentou apartar a briga. No entanto, o corpo de jurados, formado por quatro homens e três mulheres, acabou acatando a íntegra da denúncia, ou seja, que os dois irmãos praticaram o crime.


SAÍRAM DO
FORUM PRESOS

Depois de divulgado o veredicto condenando os dois irmãos a 18 anos e 9 meses de reclusão em regime inicial fechado, foi negado aos réus o direito de recorrer em liberdade. Foram expedidos os mandados de prisão e os dois condenados foram algemados e escoltados até a delegacia de polícia de Olímpia. Em seguida, os dois réus foram transferidos para a cadeia pública de Barretos.


Por outro lado, como se sabe, o motivo do crime foi a gravidez da filha de João Carlos Fedato, Janaina. Ela estava grávida do segundo filho (o primeiro de outro pai) e teria afirmado que o mototaxista Nego era o pai da criança que estava esperando.


Com isso Fedato teria procurado Nego e exigido que ele assumisse a criança e de imediato abrisse uma conta em uma farmácia em nome de sua filha e comprasse um carrinho de bebê.


O mototaxista, segundo consta no processo, teria argumentado que assumiria a criança, mas apenas depois do nascimento e a realização do exame do DNA. Mas, Fedato não teria concordado e estipulado um prazo até às 18 horas do dia 24/11/09, para o mototaxista cumprir o exigido senão o mataria.


Na tarde do dia 24, Nego, por volta das 15 horas, registrou B.O. de ameaça no 1º Distrito Policial. Por volta das 18 horas, como teria sido prometido, Fedato o teria procurado em sua casa. Como ele não estava, Fedato foi até a casa de Leandro, cerca de um quarteirão distante, onde aconteceu o crime.


João Carlos Fedato foi morto com 21 facadas e um tiro de revólver. A acusação afirmou no júri que a faca e o revólver eram dos irmãos.


Já a defesa, alegou que era Fedato que estava armado com a faca e a arma de fogo, que foram retiradas dele. Sobre o tiro a defesa alegou que foi acidental.

Familiares acusam irmãos de réus de ameaça

Seis familiares do almoxarife João Carlos Fedato aparecem como vítimas de ameaça, em boletim de ocorrência registrado na delegacia de polícia de Olímpia, na madrugada de quinta-feira, por volta da 1h15, depois do encerramento do julgamento realizado no Fórum de Olímpia, que condenou os irmãos Alessandro Luis Souza Conceição e Leandro Souza Conceição.

Segundo relatado na ocorrência policial pelo motorista Anderson Aparecido Stelari, de 30 anos, morador na Cohab III, depois do término do julgamento, na escadaria do prédio do Fórum, três irmãos dos réus aproximaram-se de sua esposa e um deles a ameaçou dizendo “vou matar todos de sua família”.


Acrescenta Anderson que parte de seus familiares também foram comunicados das ameaças; Cristiane Aparecida Stelari, de 32 anos, Cohab III; Márcia Angélica Fedato Stelari, de 51 anos, Cohab III; Taila Juliana Fedato Sobrinho, rua Silva Jardim; Evanil Aparecida Alizão Fedato, rua Silva Jardim; e Tiago Carlos Fedato, de 29 anos, jardim Paulista. Por sua vez, Regislaine Aparecida de São José de Souza, de 29 anos, moradora na Cohab II, declara que, do lado de fora do Fórum, três irmãos dos réus se aproximaram dela e um deles de pré-nome Adriano, em tom ameaçador disse: “tá satisfeita com o resultado, parabéns”. 


Consta que a Polícia Militar realizou patrulhamento, mas os acusados não foram encontrados.

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