FEMINICÍDIO NO SANTA IFIGÊNIA!
Delegada da Mulher requereu prisão temporária dos acusados e a justiça concedeu.Eles já foram transferidos para Colina e Bebedouro.

O caso da morte da faxineira Suelene dos Santos, de 58 anos, que faleceu no dia 13 de dezembro devido a traumatismo craniano e foi denunciado por este jornal em sua edição da semana passada, teve avanços esta semana com o cumprimento de três mandados de prisão requeridos pela delegada Débora Cristina Abdala Nóbrega e concedidos pela justiça local.

Reinaldo, de 41 anos, irmão da vítima, e os sobrinhos, de 20 anos e de 24 anos, foram inicialmente encaminhados à cadeia de Barretos, onde passaram por procedimentos de triagem antes de serem transferidos para unidades prisionais específicas.
Os homens foram levados para a cadeia de Colina, que dispõe de infraestrutura adequada para a custódia de presos preventivos. A mulher foi transferida para a cadeia de Bebedouro, destinada ao público feminino.

DETALHES DAS AGRESSÕES

Suelene dos Santos foi vítima de agressões no dia 8 de dezembro, em frente à casa de sua mãe, localizada na Avenida Ângelo de Quadros Bitencourt, no bairro Santa Ifigênia.
De acordo com testemunhas e registros no boletim de ocorrência, a faxineira estava acompanhada de uma irmã quando iniciou uma discussão com a sobrinha Yasmin. O desentendimento evoluiu para uma briga física, sendo necessária a intervenção de familiares para separar as duas.

VIOLÊNCIA ESCALOU COM ENVOLVIMENTO DE OUTROS FAMILIARES

Posteriormente, Reinaldo, irmão da vítima, chegou ao local com seu filho Jonas, e a situação escalou. Relatos indicam que Reinaldo teria segurado Suelene pelo pescoço até que ela perdesse o fôlego, enquanto Jonas teria desferido um soco em sua cabeça.
A vítima caiu ao solo, desmaiada, sendo socorrida por familiares e levada à UPA, onde recebeu atendimento inicial e foi liberada. No dia seguinte, Suelene foi encontrada inconsciente em sua cama, com sinais de hemorragia, sendo então encaminhada à Santa Casa de Olímpia e transferida para Barretos, onde não resistiu aos ferimentos.

DEFESA DOS ACUSADOS

Os acusados compareceram à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) acompanhados de seu advogado, que alegou não poder divulgar detalhes devido ao segredo de justiça imposto ao caso.
No entanto, afirmou que aguarda a conclusão dos laudos periciais, incluindo o necroscópico, para consolidar a estratégia de defesa. Ele ressaltou que seus clientes não agiram de forma premeditada, atribuindo o ocorrido a um desentendimento familiar que tomou proporções trágicas.

ACUSAÇÕES E JUSTIFICATIVAS DO ADVOGADO

O advogado declarou que a faxineira era dependente química (alcoólatra) e tinha problemas de relacionamento com os familiares. Enfatizou que o sobrinho agiu para se defender de uma “agressão injusta” e que, posteriormente, prestou socorro à vítima. Afirmou que a esposa do sobrinho acompanhou Suelene até a UPA, onde foi medicada e liberada.
Ainda segundo o advogado, Jonas admitiu ter desferido um soco na vítima, mas justificou o ato como uma tentativa de se defender de uma suposta agressão.

CONCLUSÃO DO INQUÉRITO EM ANDAMENTO

A Polícia Civil segue analisando os laudos periciais e os depoimentos colhidos para estabelecer com precisão as responsabilidades dos envolvidos. Além disso, novas testemunhas podem ser ouvidas nos próximos dias, ampliando o entendimento das circunstâncias que levaram à tragédia.
A expectativa é de que as próximas semanas sejam decisivas para a conclusão do inquérito, com foco na consolidação das provas e no encaminhamento do caso para julgamento.

O QUE DIZ O BO

Embora as agressões contra a faxineira tenham acontecido no domingo, 8 de dezembro, o boletim de ocorrência, registrado como violência doméstica e homicídio (crime consumado), foi feito na tarde do dia 10, na DDM.
Conforme o BO, o fato ocorreu na Avenida Ângelo de Quadros Bitencourt, 441, no bairro Santa Ifigênia, por volta das 19h. A mãe da vítima, ARS, de 76 anos, declarou que Suelene estava sentada na porta de sua casa acompanhada de uma irmã, quando a sobrinha T. passou de carro. As duas discutiram, chegaram a entrar em vias de fato e foram separadas.

RELATO DETALHADO DA MÃE DA VÍTIMA

Ainda segundo a mãe, ao saber do ocorrido, Reinaldo, de 41 anos, foi até a casa com seu filho, de 20 anos. Ela relatou que R. segurou Suelene pelo pescoço até ela perder o fôlego. Em seguida, A. desferiu um soco na cabeça da vítima, que caiu desmaiada.
A faxineira foi socorrida e levada à UPA, onde foi medicada e liberada. No dia seguinte, ela foi encontrada pela manhã na cama, desacordada, com sangue próximo à cabeça. Foi levada à Santa Casa de Olímpia e transferida para Barretos, onde faleceu na sexta-feira, 13 de dezembro, devido a traumatismo craniano.