09 de outubro | 2022

Vivendo a terceira idade e a menopausa em sustos

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Passar pela menopausa é literalmente uma prova de fogo para a maioria das mulheres. Quase todas se queixam das ondas de calor que tomam conta do corpo feminino na faixa dos cinquenta anos e que, associadas a suor frio e a fatores como insônia, perda da massa óssea, secura da vagina e perturbações urinárias caracterizam um dos períodos mais difíceis e delicados da mulher.

A menopausa pode ser definida como o momento em que a menstruação sofre uma interrupção pela falta de hormônios sexuais (Progesterona e Estrogênios). Nesse sentido, há todo um funcionamento hormonal comandado pela hipófise, uma glândula cerebral que envia ordens a várias regiões do corpo, inclusive aos ovários, onde são produzidos os tais hormônios sexuais.

Os hormônios sexuais são importantíssimos, pois servem de proteção contra doenças do coração e das artérias como trombose e infarto do miocárdio.

A “descoberta” da menopausa é coisa recente na Medicina, pois até a virada do Século XX a expectativa de vida para mulheres era de 40 anos e assim, até bem pouco tempo, não havia estatísticas para divulgar com clareza os sintomas dessa parada hormonal. Hoje em dia sabe-se, por exemplo, que estes sintomas duram uma média de cinco anos.

Até aqui foram tratados dos sintomas puramente físicos, mas e sob o ponto de vista psicológico, quais seriam as suas consequências?

O que se pode levar em conta é que toda essa mudança no corpo tem fortes repercussões na mente feminina. Isso porque, quando os ovários deixam de funcionar, não há mais óvulos para serem fecundados. Ou seja, a perda da menstruação passa a ser sinônimo de perda de fertilidade e, portanto, de possíveis angústias, voltadas, quase sempre, para as relações entre menopausa e velhice. Isso sem falar na desmotivação sexual – a secura da vagina é uma das grandes responsáveis por isso.

Apesar da enumeração dos sintomas e suas consequências, cada mulher reage de maneira própria à esta nova fase de sua vida. Uma destas reações é a mulher não deixar-se abalar e encarar tudo de modo natural, contornando os sintomas com soluções práticas, possíveis graças aos avanços alcançados nesta área. Uma delas, talvez a mais eficiente, é o reequilíbrio hormonal.

Isto é nada mais, nada menos, do que a reposição de Progesterona e Estrogênios. Os métodos variam. Pode ser através de injeções, comprimidos ou adesivos especiais. Nesse último caso, a reposição hormonal se dá pela pele.

Para que esses recursos sejam empregados com segurança são recomendados exames específicos como a mamografia, exames de sangue e a densitometria óssea que avaliam as condições de saúde da paciente e indicam possíveis contraindicações. Quem teve hepatite ou é diabética, por exemplo, precisa ter seus riscos avaliados. Já a mulher com um histórico familiar que inclui um câncer de mama deve se submeter a uma melhor avaliação dos riscos da reposição hormonal.

As outras armas no combate aos sintomas incluem a dieta alimentar que deve conter alimentos ricos em cálcio e pobres em gordura, além da prática de exercícios físicos diários (a natação é um dos esportes mais indicados). Desse modo, a mulher fortalece seu corpo e lhe dá as condições necessárias para lidar com muitos dos problemas da menopausa.

Outra consequência é a perda da massa óssea – Osteoporose – que aparece com frequência depois dos 50 anos, instaurando o risco de fraturas, principalmente da bacia, da coluna e do fêmur.

Existem muitos outros sintomas que acompanham as características individuais da mulher. Quem apresenta tendência a engordar pode ver a balança apontar números altos nesse período. Já a mulher que é ativa, envolvida com o trabalho, é capaz de nem sentir as consequências da perda de menstruação, em vista de tantas outras preocupações como questões financeiras, educação dos filhos etc.

Cada caso tem suas características próprias. Portanto, melhor do que especular sobre a interrupção da menstruação é evitar o excesso de psicologização dos sintomas e não achar que tudo o que se sente depois dos cinquenta anos tem ligação com essa parada hormonal.

Menstruar, engravidar e depois perder a fertilidade representa um ciclo complexo. Mas é justamente a partir daí que a mulher pode compreender a menopausa apenas como uma nova etapa de vida. Dessa vez, mais madura e reflexiva.

 

 

 

 

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