27 de julho | 2020

Valentes – Histórias de pessoas refugiadas no Brasil

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Valentes
A questão dos refugiados tem ganhado holofotes pelo mundo inteiro, mas o preconceito, a xenofobia, as fake news e o medo frequentemente atrapalham a discussão. Para auxiliar na compreensão desse tema tão complexo e combater a desinformação, as jornalistas Aryane Cararo e Duda Porto de Souza reuniram histórias de vida emocionantes, de pessoas de mais de quinze nacionalidades, que vieram para o nosso país pelos mais variados motivos – desde dificuldades financeiras até perseguição baseada em raça, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero ou opinião política -, todas em busca de um lugar onde pudessem de fato viver. Com uma linguagem acessível, a obra também traça um panorama histórico do refúgio no Brasil e no mundo, apresentando conceitos e dados, e traz infográficos sobre os principais conflitos que geraram esses fluxos migratórios. O resultado é um material humano e sensível, que dá voz a quem precisa ser ouvido e celebra as diferenças que tornam nossa nação tão plural. Com 296 páginas o livro é da Editora Seguinte.

 

 

Quando Acaba o Século XX
Em entrevistas e textos publicados nos últimos meses, Lilia Moritz Schwarcz cravou um diagnóstico de grande repercussão: "Ao deixar mais evidente o nosso lado humano e vulnerável, a pandemia da COVID-19 marca o final do Século XX". A utopia tecnológica do século que agora termina deu lugar a uma crise social, econômica, ambiental, cultural, moral e da saúde — e o sofrimento que dela decorre é incomensurável. Nos últimos anos, a sucessão de desastres climáticos e ambientais de proporções inéditas alertava para o fato de que nossa marcha sobre a natureza encontrara seu limite. Mas as contradições da ideia de progresso também se manifestam na inaceitável desigualdade que marca a experiência de países como o Brasil, na perpetuação de estruturas sociais racistas e machistas, e na transformação da história e dos idosos em "velharia". Esses são alguns dos temas abordados em “Quando Acaba o Século XX”. O e-book publicado pela Breve companhia tem 16 páginas.

 

Parece que Piorou
Com um humor cáustico e sempre pronta para rir de si mesma, Bruna Maia deu vida à @estarmorta, perfil de enorme sucesso nos Instagram e no Twitter. Seus desenhos maravilho- samente mal-acabados falam de amor, sexo, carreira, transtornos mentais, feminismo e dilemas geracionais de um jeito inteligente e terrivelmente irônico. Mente, corpo, trabalho, relacionamento, amizade e espiritualidade: a partir de temas como estes, a autora coloca em cena personagens que poderiam estar ao nosso lado agora, gente que encontramos todos os dias pelas ruas dos grandes centros urbanos de nosso país. Cronista afiada das contradições, dores e delícias de ser mulher neste início de Século XXI, Bruna Maia faz um retrato mordaz dos costumes, um painel hilário onde a comédia humana ganha cor e forma. Não estava bom. Mas parece que piorou. Com 176 páginas, o livro é da Quadrinhos na Cia.

 

O Avesso da Pele
“O Avesso da Pele” é a história de Pedro, que, após a morte do pai, assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e filhos.
O que está em jogo é a vida de um homem abalado pelas inevitáveis fraturas existenciais da sua condição de negro em um país racista, um processo de dor, de acerto de contas, mas também de redenção, superação e liberdade. Com habilidade incomum para conceber e estruturar personagens e de lidar com as complexidades e pequenas tragédias das relações familiares, Jeferson Tenório se consolida como uma das vozes mais potentes e estilisticamente corajosas da literatura brasileira contemporânea. Com 192 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.

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