10 de novembro | 2013

Tony Ramos mostra todo o seu talento para a comédia

Compartilhe:

Atualmente o talento de Tony Ramos também pode ser apreciado nas noites de domingo. O ator fez uma participação especial nos quatros episódios inéditos do “Sai de Baixo”, que está sendo exibido após ao “Fantástico”, vivendo Jean-Jacques, um mordomo francês fajuto. Na foto o ator aparece em cena com Miguel Falabella, o eterno Caco Antibes / Eliana Rodrigues-RG

 

 

Ao lado da atriz Denise Fraga, Tony Ramos estrela a seriado “A Mulher do Prefeito”, que vai ao ar nas noites de sexta-feira / Zé Paulo Cardeal-RG

 

 

Nascido Antônio de Carvalho Barbosa, em Arapongas no Estado do Paraná, em 25 de agosto de 1948, o ator Tony Ramos é um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira; ele construiu uma carreira sólida e impõe respeito mesmo que não diga uma só palavra. Analisando o meio artístico, ele figura no rol daqueles que mantém um longo relacionamento com a mesma pessoa, Tony Ramos é casado desde o ano de 1969 com Lidiane Barbosa, o casal tem dois filhos e netos.

O ator e sua família sempre cultivaram hábitos simples e fizeram questão de manter a vida pessoal bem longe dos holofotes. No ambiente de trabalho ele é considerado um colega leal, sempre de bem com a vida e disposto a colaborar com os companheiros de elenco e produção.

Depois de ter feito uma participação especial nos primeiros capítulos de “Avenida Brasil”, em 2012, interpretando o Genésio, personagem que teve final dramático na história de João Emanuel Carneiro, Tony foi convocado para protagonizar o remake de “Guerra dos Sexos” entrando na pele do personagem Otávio de Alcântara Rodrigues e Silva II, o Bimbinho. O mesmo papel foi de Paulo Autran na primeira versão, daí a responsabilidade porque as comparações seriam inevitáveis, mas quando a nova produção entrou no ar, o telespectador que vira a versão anterior entendeu que nada tinha do passado, Tony Ramos deu ao Bimbinho nova personalidade, mostrando a sua versatilidade, ou seja, o ator transita da tragédia para o cômico com naturalidade.

Definitivamente, Tony Ramos é incansável. Ele costuma dizer que não descarta nenhum personagem e que o seu ofício é mesmo representar, deve ser por isso que ele tem praticamente emendado um trabalho ao outro. E foi o que aconteceu este ano. “Guerra dos Sexos” terminou em abril e logo em seguida Tony já estava escalado e gravando sua participação especial nos quatro episódios inéditos do “Sai de Baixo” que originalmente foi exibido no Canal Viva e agora na Globo, aos domingos, após o “Fantástico”.

No humorístico que conta a saga da família do Largo do Arouche, Tony vive Jean-Jacques, um mordomo francês fajuto.

Assim que as gravações do “Sai de Baixo” chegaram ao fim, Tony Ramos já havia sido avisado que teria mais um trabalho cômico: viver o prefeito corrupto em “A Mulher do Prefeito”, ao lado da atriz Denise Fraga. Sobre, Reinaldo, seu personagem no seriado, Tony faz questão de explicar: “Ele era professor da Aurora (Denise Fraga) na faculdade, um homem mais velho, e eles se apaixonam. É uma história de amor entre os dois. Do casamento, nasce uma filha e uma estrutura familiar. Esse professor, esse homem interessado na sua pesquisa pessoal, é eleito prefeito e convence a mulher a ser a vice-prefeita. Quando percebe, já está inebriado e definhando por causa do poder”. O público se delicia com a performance dele frente às câmeras. Show de interpretação deste talento comprovado ao longo de mais de 40 anos de carreira.

E o que dizer do filme “Se Eu Fosse Você 1” e “Se Eu Fosse Você 2”, “estouros” de bilheteria e que deverá ganhar uma terceira edição, tamanho é o sucesso que alcançou.  

Tony Ramos manifestou seu lado artístico ainda na adolescência, tanto que sua estreia em novelas foi em 1965. Sem dúvida, é um dos mais importantes atores nacionais, alcançando a fama principalmente por seu trabalho em telenovelas. O nome americanizado, Tony, era um costume da época em que estreou na carreira artística, e Ramos é o sobrenome de um parente.

Quando criança, sua família mudou-se para São Paulo e a vontade de ser ator surgiu ainda na infância, quando assistia aos filmes de Oscarito e desejava ser como ele. Aos 14 anos, fez sua estreia na televisão, atuando em esquetes no programa "Novos em Foco", na extinta TV Tupi. Ainda nessa emissora, fez sua primeira novela, "A Outra", de Walter George Durst. Aos 16 anos, participou da dupla musical Tony & Tom, que chegou a se apresentar no programa "Jovem Guarda". Vale lembrar ainda sua atuação em "Vitória Bonelli", uma das últimas novelas exibidas pela TV Tupi.

No ano de 1977, transferiu-se para a Rede Globo, emissora na consolidou uma carreira de sucesso, tendo estreado em "Espelho Mágico". Passou, então, a morar no Rio de Janeiro. Dentre seus memoráveis personagens, encontram-se: o filho de Dona Santa em "Nino, o Italianinho" (1969); André Cajarana, que lutava para provar a inocência do pai, em "Pai Herói" (1979); Tom, contracenando com Sônia Braga, em "Chega Mais" (1980); os gêmeos João Victor e Quinzinho, de "Baila Comigo" (1981); Riobaldo, o jagunço que se apaixona por Diadorim, interpretada por Bruna Lombardi, em "Grande Sertão: Veredas" (1985), minissérie adaptada da obra de Guimarães Rosa; Tonico, um tipo amoral, em "Bebê a Bordo" (1988); José Clementino, um dos poucos personagens que fogem à linha de bom moço na carreira de Tony, em "Torre de Babel" (1998); Miguel, o livreiro romântico, espetacularmente contracenando com Vera Fischer, em "Laços de Família" (2000); Manolo, outro personagem que fugiu um pouco do seu estilo em "As Filhas da Mãe", protagonizando cenas "calientes" com Cláudia Ohana; o Theo, em "Mulheres Apaixonadas" (2003); o Coronel Boanerges, em "Cabocla" (2004); o mulherengo Antenor Cavalcanti, em “Paraíso Tropical”; o indiano Opash, em “Caminho das Índias”, contracenando memoravelmente com Eliane Giardini, Laura Cardoso e Lima Duarte; e um dos seus últimos trabalhos foi fazer o Antônio “Totó” Mattoli, em “Passione”.

Tony Ramos conquistou o prêmio de Melhor Ator da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) por sua atuação como José Clementino, de "Torre de Babel", personagem polêmico, que iniciou a história preso, por ter assassinado a mulher ao descobrir que ela o traía, e depois se regenerou ao lado de um novo amor, Clara, interpretada por Maitê Proença. Além disso, pelo mesmo papel, foi eleito o Melhor Ator de 1998 segundo a pesquisa InformEstado.

No cinema, atuou em "Pequeno Dicionário Amoroso" (1997), de Sandra Werneck; "Bufo & Spallanzani" (2000), dirigido por Flávio Tambellini, dentre outros. Conquistou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Gramado por seu trabalho em "Bufo & Spallanzani" e no “Se Eu Fosse Você” e “Se Eu Fosse Você 2”.

Esta é a trajetória de um ator de sucesso, um homem bem-sucedido na vida pessoal também. Como já é do seu comportamento, Tony costuma atender a todos, sem exceção, tira fotos e dá autógrafos, com calma e educação. Esse é o verdadeiro artista, aquele que reconhece que sem o público, ele não seria nada.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas