26 de maio | 2015

O que é distonia?

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Distonia é uma doença que facilmente é confundida com o chamado “tique nervoso”. Ela é incapacitante e atualmente atinge cerca de 70 mil brasileiros, de acordo com estimativa do Ministério da Saúde.

A distonia é uma síndrome neurológica; caracteriza-se por movimentos involuntários, que podem levar a movimentos de torção ou posturas anormais do indivíduo. De origem genética ou associada a outras patologias, como doença de Parkinson, infecções e traumas diversos, a doença acomete qualquer faixa etária.

O principal sintoma é a contração lenta e involuntária, mas persistente, de um ou mais músculos, geralmente dolorosa e que prejudica a postura e a capacidade laboral do paciente. Os especialistas explicam que tais contrações de início são leves e passageiras, mas vão se agravando com o tempo tornando-se cada vez mais dolorosas. Geralmente tais sintomas são negligenciados na fase inicial e isto só agrava a situação.

Os espasmos provocados pela doença podem afetar uma única parte do corpo, como os olhos, o pescoço, os braços ou as pernas (distonias focais), duas partes, como o pescoço e tronco (distonias segmentares), um lado inteiro do corpo (hemidistonia) ou praticamente o corpo todo (distonia generalizada).

Segundo os especialistas neste assunto, a distonia ainda é alvo de preconceito por parte da sociedade. Além de afetar a autoestima do paciente, ao impossibilitá-lo de realizar tarefas do seu dia a dia, muitas pessoas quando presenciam os movimentos involuntários podem ter conclusões equivocadas sobre o paciente e tratá-lo de forma discriminatória.  Sem o tratamento correto, a doença pode evoluir para formas incapacitantes, levando a dificuldades para andar, escrever, comunicar-se e enxergar. Além da presença de dor crônica, a distonia afasta os pacientes do trabalho, do convívio social e até de executar atividades rotineiras.

No mundo, a incidência da doença pode chegar a até 7 mil casos para cada milhão de habitantes. Um dos casos mais famosos é o do maestro João Carlos Martins, portador de distonia focal nas mãos – responsável por tirá-lo da função de pianista por alguns anos, passando a atuar como regente de um modo muito peculiar. 

Apesar da gravidade e de não haver cura, a distonia tem tratamento e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Boa parte dos pacientes é direcionada para tratamentos como a aplicação de toxina botulínica A, feita diretamente no músculo e que consegue inibir a contração muscular involuntária. A aplicação, que pode ser refeita de 3 a 5 meses, relaxa o músculo afetado e melhora a dor associada, o que possibilita, em alguns casos, que o paciente possa realizar tarefas cotidianas antes limitadas.

 

 

 

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