09 de abril | 2018

O livro Assassinos da Lua das Flores chegou nas livrarias

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Enterre Seus Mortos
Edgar Wilson é “um homem simples que executa tarefas”. Trabalha no órgão responsável por recolher animais mortos em estradas e levá-los para um depósito onde são triturados num grande moedor. Seu colega de profissão, Tomás, é um ex-padre excomungado pela Igreja Católica que distribui extrema unção aos moribundos vítimas de acidentes fatais que cruzam seu caminho. A rotina de Edgar Wilson, absurda em sua pacatez, é alterada quando ele se depara com o corpo de uma mulher enforcada dentro da mata. Quando descobre que a polícia não possui recursos para recolhê-lo — o rabecão está quebrado —, o funcionário é incapaz de deixá-lo à mercê dos abutres e decide rebocar o cadáver clandestinamente até o depósito, onde o guarda num velho freezer, à espera de um policial que, quando chega, não pode resolver a situação. Nos próximos dias, o improvisado esquife receberá ainda outro achado de Wilson, o lacônico herói deste desolador romance kafkiano: desta vez o corpo de um homem. Habituados a conviver com a brutalidade, Edgar e Tomás não se abalam diante da morte, mas conhecem a fronteira, pela qual transitam diariamente, entre o bem e o mal, o homem e o animal.  De Ana Paula Maia, o livro tem 136 páginas e é um lançamento da Editora Companhia das Letras.

Os 120 Dias de Sodoma
Neste romance perturbador, pensado por Sade como sua grande obra, quatro amigos se isolam em um castelo na Floresta Negra para ouvir de quatro alcoviteiras histórias de sua vida nos bordéis e as taras de seus clientes. Para encenarem esta experiência sadomasoquista da qual ninguém sairá imune, os libertinos contam com as esposas, filhas e um séquito de jovens, todos obrigados a se submeter às paixões ali descritas. Escrito em 1785 pelo Marquês de Sade, durante uma temporada de prisão na Bastilha, este escandaloso relato permaneceria clandestino até 1904, ano de sua primeira publicação. Nem a perseguição de seu autor, nem sua censura sistemática foram suficientes para conter a avassaladora influência que tal catálogo de perversões teve sobre incontáveis leitores ao longo dos dois séculos seguintes, entre eles Roland Barthes, Simone de Beauvoir, Theodor Adorno e Samuel Beckett. Brilhantemente traduzida por Rosa Freire d’Aguiar, esta edição inclui um posfácio de Eliane Robert Moraes, que levanta uma questão mais do que pertinente: estaríamos nós, enfim, prontos para ler um dos livros mais controversos de todos os tempos? Com 510 páginas, o livro é um lançamento da Editora Penguin Companhia.

Assassinos da Lua das Flores
Nos Estados Unidos dos anos 1920, as pessoas com maior renda per capita do mundo eram membros da tribo indígena Osage, de Oklahoma. Depois da descoberta de petróleo sob o solo de sua reserva, esses improváveis milionários andavam em carros de luxo dirigidos por motoristas, viviam em mansões e mandavam seus filhos para estudar na Europa. Então, um a um, os Osage começaram a ser mortos. As primeiras vítimas são a família de Mollie Burkhart, cujos parentes são sucessivamente envenenados ou assassinados a tiros. E isso era apenas o começo, pois mais e mais membros morreriam nos próximos meses, sempre em condições misteriosas. Nessa parcela remanescente do Velho Oeste, habitada por notórios malfeitores como Al Spencer, conhecido como “o Terror Fantasma”, e onde homens do petróleo, como J. P. Getty, fizeram fortuna, muitos dos que ousaram investigar os assassinatos também perderam a vida. É só quando o número de vítimas ultrapassa a segunda dezena que o FBI assume o caso. Com 392 páginas, o livro do autor David Grann é um lançamento da Editora Companhia das Letras.

O Bebedor de Horizontes
Mia Couto conclui sua fascinante trilogia com o romance histórico “O Bebedor de Horizontes”, que retrata a saga final do imperador moçambicano Gugunhana, o derradeiro grande governante de um império na África no Século XIX. Neste último volume da trilogia, os prisioneiros do oficial Mouzinho de Albuquerque embarcam no cais de Zimakaze em um barco que parte em direção ao posto de Languene. De lá, irão seguir para o estuário do Limpopo e então iniciar a viagem marítima que conduzirá os africanos capturados para um distante e eterno exílio, em uma das ilhas dos Açores.Com a comitiva segue Imani Nsambe, jovem negra que estudou numa missão católica e serve como intérprete entre os nativos e as autoridades portuguesas. Imani está grávida do sargento português Germano de Melo, alocado em outra parte de Moçambique. A tradutora narra os trágicos acontecimentos do final do Império de Gaza, que se alternam no romance com as cartas do sargento. De Mia Couto, o livro tem 328 páginas e é um lançamento da Editora Companhia das Letras.

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