09 de fevereiro | 2023

“Na Sala dos Espelhos” – a artista sueca investiga o cânone que nos escraviza o que há de real atrás de filtros e selfies

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A Ilustre Casa de Ramires

Final do Século XIX, Portugal. Gonçalo Mendes Ramires é um aristocrata rural, ansioso por ascender socialmente. Por sugestão de um antigo colega da Universidade de Coimbra, ele resolve escrever um livro que exalte os feitos de sua linhagem, narrando as agruras de Tructesindo Ramires, seu antepassado distante.
Fazendo da linguagem um potente artifício na construção de histórias e usando-a da forma que melhor lhe convém, Gonçalo tem como objetivo integrar o Parlamento Português – fato que lhe conferiria o máximo prestígio e pelo qual está disposto a distorcer a realidade. Publicado originalmente em 1900, “A Ilustre Casa de Ramires” foi impresso postumamente. Vista de forma ambígua, a obra já foi considerada uma ode a Portugal, mas também uma contundente crítica aos costumes do período. Considerado por muitos um dos pontos altos da narrativa de Eça de Queirós, este livro traz uma importante reflexão sobre o poder das histórias que contamos. Com 392 páginas, o livro é da Editora Penguin-Companhia.

 

Na Sala dos Espelhos

Por que as fotos que vemos rolar pelo feed das redes sociais podem nos levar a sentimentos de ansiedade, raiva, tristeza e frustração? Quando foi que criamos uma relação voyeurística crônica com nós mesmos? Como, afinal, enxergar a si próprio num mundo dominado pela hiperexposição? Depois dos sucessos de “A Origem do Mundo” e “A Rosa Mais Vermelha Desabrocha”, Liv Strömquist volta seu olhar para as imagens que brilham, sedutoras, nas telas dos nossos celulares. Do mito bíblico de Jacó à última sessão de fotos de Marilyn Monroe, da obsessão da imperatriz Sissi da Áustria com magreza e exercício físico ao roubo do busto de Nefertiti – o rosto mais belo que já existiu –, a artista sueca investiga o cânone que nos escraviza e tenta encontrar o que há de real atrás de filtros e selfies. Com a ajuda de reflexões de Susan Sontag, Naomi Wolf, Simone Weil, Eva Illouz e da madrasta da Branca de Neve, “Na Sala dos Espelhos” se pergunta como a inveja e o instinto competitivo alimentam o consumo compulsivo. Um livro raro, engraçado, com opinião e inteligência singulares. Com 168 páginas, o livro é da Editora Quadrinhos na Cia.

 

Nevasca

A quatro dias do Natal, a cidade de Atlanta se vê coberta de neve. E Stevie se vê prestes a perder a namorada para sempre. Afinal, Sola deu um ultimato: se Stevie não compensar o grande erro que cometeu até a meia-noite, o relacionamento das duas terminará de vez. Stevie nunca foi de fazer grandes gestos românticos, mas dessa vez terá que caprichar. Para isso, ela vai contar com a ajuda de seus amigos, cada um responsável por uma pecinha do grande plano para reconquistar Sola. O que eles não esperavam era ter que lidar com seus próprios sentimentos, romances mal resolvidos – e com a neve que não para de cair. Um floco de neve nunca é igual a outro – e o amor toma diversas formas neste novo livro das autoras Dhonielle Clayton, Tiffany D. Jackson, Nic Stone, Angie Thomas, Ashley Woodfolk e Nicola Yoon, do best-seller “Blackout”. Com 320 páginas, o livro é da Editora Seguinte.

 

A Ilha do Tesouro

Em sua adaptação do clássico de Robert Louis Stevenson, o premiado autor Luiz Antonio Aguiar garante a dinamicidade e as boas surpresas desta aventura pirata intemporal. Um jovem em busca de oportunidade, um tesouro perdido, uma ilha deserta e piratas gananciosos. Esses são alguns dos ingredientes que compõem esta brilhante adaptação do clássico de 1883. Após a morte do pai, o garoto Jim Hawkins, com o mapa que encontra no baú do misterioso pirata Billy Bones em mãos, sai à procura de um tesouro perdido, ao lado de Lorde Trelawney, Dr. Livesey e Long John Silver. Perigosa e surpreendente, a jornada desses personagens consagrados envolve totalmente o leitor, que irá se emocionar e se divertir acompanhando de um só fôlego as reviravoltas da narrativa. Tendo já publicado diversas adaptações de obras clássicas, o autor Luiz Antonio Aguiar capta com maestria a essência e o vigor do texto de Stevenson. Com 120 páginas, o livro é da Editora Escarlate.

 

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