25 de agosto | 2014

Mais um grande personagem na vida de José Mayer

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Acostumado a interpretar homens sedutores, na maioria de seus trabalhos, José Mayer acabou ganhando o rótulo de galã / João Cotta-RG

 


Em “Império”, José Mayer interpreta Cláudio Bolgari, um cerimonialista famoso. Casado e feliz com Beatriz (Suzy Rego) e pai de dois filhos, mas o personagem tem um lado secreto em sua vida, mantém um caso amoroso com outro homem / João Cotta-RG

 

 


Acostumado a interpretar tipos sedutores, José Mayer foi chamado para fazer o Cláudio Bolgari, em “Império”, um personagem diferente daqueles já interpretados pelo ator e que vem causando polêmica por causa de seu comportamento. Homossexual enrustido, Cláudio mantém uma espécie de “casamento aberto” com Beatriz (Susy Rêgo). O casal tem dois filhos, Enrico (Joaquim Lopes) e Bruna (Juliana Boller). Paralelamente, e com o conhecimento e aval de sua mulher, Cláudio tem um romance homossexual com Leonardo (Klébber Toledo). A vida de Claudio era um verdadeiro “conto de fadas” até que ele reencontrou um amigo de infância, Téo Pereira (Paulo Betti), um blogueiro mal intencionado e que passa comandar uma reviravolta na vida de Cláudio na medida em que descobre a sua dupla jornada amorosa. O medo de ser exposto na mídia faz com que Cláudio termine a relação com Leonardo, mas o rapaz sentiu-se traído e está prestes a se aliar com Téo numa insana vingança. Nos próximos capítulos de “Império”, Klébber desistirá de entregar as provas do romance com Cláudio para Téo. O blogueiro inconformado armará um plano: Robertão (Rômulo Neto) usa a sua astúcia e consegue entrar no apartamento de Kléber. Ele coloca um sonífero na bebida que deixa Klébber inconsciente e Robertão aproveita para roubar os bilhetes e fotos de Cláudio. Quem se diverte muito com a situação é Téo Pereira que aproveita para publicar mais uma de suas maldades contra Cláudio. O maior medo do promoter é que seu filho Enrico não o perdoe, já que ele é homofóbico. Esta situação promete render muito ainda; há aqueles que criticam o autor da novela, Aguinaldo Silva, por apresentar situação tão caricata ao universo gay, mas o fato é que o comportamento de Cláudio tem gerado discussões, assim como a atitude passiva de Beatriz não tem agradado às feministas de plantão.  

Na vida real, José Mayer ganhou o rótulo de galã; modesto e tímido, ele costuma dizer que não entende porque as mulheres o consideram bonitão, mas as fãs sabem muito bem o que dizem. Tanto sucesso deve-se a sua performance na interpretação de personagens conquistadores, geralmente homens fortes e decididos que sabem o que querem da vida e das mulheres. Foi assim quando o ator interpretou Pedro, em "Laços de Família", ou quando viveu o jornalista Dirceu de Castro, em "Senhora do Destino".

E por falar no público feminino, o que mais chama a atenção das fãs é que José Mayer tem um comportamento reservado e vive longe de badalações. Nada o irrita mais do que ver o seu nome ligado as naturais fofocas do meio artístico.  É muito bem casado há quase quarenta anos com a atriz Vera Fajardo; o casal tem uma filha, Júlia Fajardo que é atriz de teatro e atualmente interpreta a Helena, em “Império”.

Nascido José Mayer Drumond, na cidade mineira de Jaguaraçu, no dia 03 de outubro de 1949, antes de enveredar-se pelo mundo da televisão, era professor de Literatura e Idiomas. Tudo começou na década de 80, mas por detrás das câmeras: ele dublava o Burro Falante, na primeira versão do “Sítio do Picapau Amarelo”. Antes, tinha atuado no teatro em Belo Horizonte e foi em 1979 que ele e a mulher decidiram morar no Rio de Janeiro.

A primeira novela foi em 1983, na primeira versão de "Guerra dos Sexos" (Globo) e logo depois participou do filme "Bandidos da Falange". Os dois papéis lhe renderam o prêmio de Ator Revelação da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Bem, voltando ao passado, depois de sua estreia na Rede Globo, não faltou mais trabalho e os tempos de dublador ficaram para trás. Em 1987 protagonizou "O Pagador de Promessas"; fez o Osmar, de "Tieta" (1989); o Ricardo, de "Meu Bem Meu Mal" (1991), e o Comissário Mattos, na minissérie "Agosto" (1993). No mesmo ano, participou da novela "De Corpo e Alma". Em 1996 fez "História de Amor" e encenou a peça "No Verão de 96".

No ano seguinte, interpretou Teobaldo, em "A Indomada", o comerciante árabe que fazia par romântico com Helena (Adriana Esteves). Em 1999, foi a vez de "Meu Bem Querer".

No ano de 2000 estreou na peça "Mais Perto", e na novela "Laços de Família", outra novela de Manoel Carlos, como o rude Pedro, ex-namorado de Helena (Vera Fischer) e pai de Camila (Carolina Dieckmann). Foi nessa novela que Mayer mostrou o seu lado mais sexy, principalmente no relacionamento que manteve com a veterinária Cíntia, interpretada por Helena Ranaldi.  

Na minissérie de sucesso, "Presença de Anita", também de Manoel Carlos, interpretou o escritor Fernando, que se apaixonou pela ninfeta Anita. Neste trabalho mais uma vez mostrou o seu lado sedutor, contracenando com a então estreante Mel Lisboa (Anita). Nando e Anita protagonizaram um relacionamento sexual intenso e obsessivo.

José Mayer participou ainda do filme "Buffo & Spalanzani", baseado em romance de Rubem Fonseca, trabalhando ao lado de Tony Ramos, com quem dividiu também a cenas de "Mulheres Apaixonadas". Na novela de Manoel Carlos, os personagens interpretados pelos dois atores viveram um triângulo amoroso com Helena, papel de Christiane Torloni.

E quem não se lembra do jornalista Dirceu de Castro, em "Senhora do Destino", novela na qual fez par romântico com Suzana Vieira e Marília Gabriela.

Também teve uma rápida participação na novela "Esperança", de Benedito Ruy Barbosa, na qual viveu Martino, fazendo par romântico com Priscila Fantin.

Na novela “Fina Estampa”, o ator apareceu na pele do rústico pescador Pereirinha, o qual no decorrer da trama se tornou amante da socialite Thereza Cristina, vivida por Christiane Torloni.

No remake de “Saramandaia”, José Mayer fez o Coronel Zico Rosado e fez par romântico com Lília Cabral.

José Mayer contabiliza quase quarenta anos de carreira, mas ainda exibe fôlego e talento invejáveis. Será mesmo um eterno sedutor

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