18 de fevereiro | 2019

Lilia Cabral, a grande vilã de “O Sétimo Guardião”

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Lilia Cabral estreou em novelas no início dos anos 80 e desde então participou de quase sessenta produções para a televisão, vários filmes e dezenas de espetáculos teatrais / Estevam Avellar-RG

Lilia Cabral em uma de suas primeiras cenas na pele de Valentina Marsalla, em “O Sétimo Guardião” / Fábio Rocha-RG

 


 

Debochada, cômica e trágica, malvada sem limites, assim é o perfil de Valentina/Marlene, uma das protagonistas da trama de “O Sétimo Guardião”, interpretada pela grande Lilia Cabral.

E grande não somente na estatura, mas grande no talento e na generosidade. Ela é uma das maiores artistas da dramaturgia brasileira. O reconhecimento do público não aconteceu de repente; a trajetória de Lília Cabral é marcada por muito esforço e dedicação, somente na fase mais madura é que ela foi incluída na lista dos melhores.

E agora, em “O Sétimo Guardião”, a atriz repete o sucesso. A sua personagem Valentina, que nasceu Marlene, é uma mulher sofrida que desconta em todos aqueles que a cercam a sua frustração e infelicidade. Maldosa e sem limites, faz da vida de todos um verdadeiro suplicio, misturando humor ácido, falta de educação e prepotência no trato com todos à sua volta. Nada fácil fazer um papel tão complexo. Mas, Lília Cabral novamente rouba a cena.

Foi em 1995, depois de 10 anos de muitas labutas que ela ganhou de Manoel Carlos a personagem Sheila, de “História de Amor”, seu primeiro grande destaque. Em 2000, com sua personagem Ingrid, em “Laços de Família”, também de Manoel Carlos foi que ela percebeu que o público começou a observá-la de maneira diferente.

Lília Cabral nasceu em São Paulo, no ano de 1957 e é filha de pai italiano e mãe portuguesa. Formada pela Escola de Arte Dramática da USP, os primeiros passos em direção à vida artística foram dados no palco atuando na peça “Feliz Ano Velho”, cujo roteiro é baseado no texto do jornalista Marcelo Rubens Paiva.

Para acessar suas emoções, Lilia  dedica muito tempo ao estudo, lê as cenas até se tornarem orgânicas, sem que seja preciso pensar nelas. Apenas num segundo momento, ela começa a pensar no tipo de emoção que a cena requer.

Uma vez, em uma entrevista Lilia afirmou que apesar de ser uma atriz consagrada, ela precisou mentir para o pai no início, sobre a profissão que escolheu seguir. A atriz recordou que era uma menina muito feliz na infância e adolescência, mas muito reprimida dentro de casa. Foi essa situação que a levou a mentir para o pai e dizer que estava estudando Jornalismo, em vez de Teatro na Escola de Artes Dramáticas.

Por sua atuação em “Páginas da Vida”, Lília Cabral foi indicada ao Emmy de Melhor Atriz em 2007, mas acabou perdendo o prêmio para a atriz francesa Muriel Robin. No entanto, ganhou o Troféu Imprensa, o prêmio da APCA e o Prêmio Contigo! pelo mesmo trabalho.

Na novela “Viver a Vida”, de 2009, Lilia Cabral foi Teresa, a personagem não era a protagonista, uma vez que isto parecia destinado a Taís Araújo, no entanto quem acompanhou o desenrolar da trama percebeu que o desfecho foi bem outro. Por vários motivos, outro núcleo da história acabou roubando a cena e nele estava Lília Cabral. A atriz deu um show de interpretação a cada capítulo, sem forçar; a arte está nela. E o mesmo aconteceu em “Fina Estampa”, na qual finalmente foi reconhecida e ganhou a personagem principal, Griselda, uma mulher completamente diferente daquelas que já havia feito anteriormente, a começar por exercer a profissão de “marido de aluguel”, que era conhecida na trama como Pereirão. Para este trabalho, a atriz teve que aprender a manejar ferramentas, como chaves de fenda, martelo e alicate.  E participou ainda de “A Força do Querer”, outro show em cena.

Além das inúmeras novelas, Lilia atuou também em minisséries e especiais da Globo. No cinema, deixou sua marca nos filmes “Dias Melhores Virão”, “Stelinha”, “Como Ser Solteiro”, e nos inesquecíveis, “A Partilha” e “Divã”, estreado na telona, em 2009. No filme dirigido por José Alvarenga e que virou seriado ela interpretou Mercedes, uma mulher que se descobre no sofá de seu analista e daí passa a viver novas e excitantes experiências. No longa, Lília Cabral contracenou com Reynaldo Giannechini. E falando mais um pouco de seu trabalho no cinema brasileiro, cabe destacar a participação de Lília Cabral nos filmes “Amor-Perfeito” e “Júlio Sumiu”.

Mas deixando a ficção de lado, a atriz Lilia Cabral habitualmente é muito chique e discreta. Sempre elegante, não gosta de falar de sua vida pessoal e raramente se expõe, a não ser que seu trabalho assim exija; dificilmente ela é flagrada em festas ou qualquer badalação. Ela é casada com o economista Iwan Figueiredo e tem uma filha, Giulia Bertolli que está dando os primeiros passos na carreira de atriz.

Competência e profissionalismo definem esta grande atriz.

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