14 de janeiro | 2013

Hiperidrose, que doença é essa?

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A hiperidrose é nada mais do que transpirar excessivamente. É uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro e que tem cura.

Em tempos de altas temperaturas, a situação se agrava muito para quem sofre deste mal. É bom entender que a hiperidrose faz com que a pessoa tenha suor excessivo também no inverno, fazendo com que fique com o rosto, cabeça, axilas, mãos e pés molhados, muitas vezes logo após o banho. O odor é bem forte, as roupas mancham, pés e mãos ficam frios e inchados.

A Organização Mundial de Saúde classifica a hiperidrose como uma doença funcional que não acarreta nenhum mal orgânico, permitindo que a pessoa conviva com o problema, mas a caracteriza como uma doença limitante e constrangedora, e recomenda que ela não seja avaliada apenas sob o aspecto estético.

A doença causa um grande desconforto para quem a apresenta, gerando vários tipos de limitação funcional, fobias e constrangimentos, incapacidades específicas e até riscos ocupacionais, dependendo da profissão que exerce. Como a única função do suor é perder calor e auxiliar no controle da temperatura corporal (termoregulacão), a hiperidrose não causa nenhum problema nos órgãos e nas suas funções. 

Para entender melhor, como a produção do suor para perda de calor é um controle autônomo do nosso organismo, o seu estimulo independe da nossa vontade. Por este motivo não conseguimos controlá-lo. Quando menos queremos basta pensar ou ficar ansioso que o suor vem. Quem manda este estimulo para a glândula do suor é o nervo autônomo chamado Simpático (palavra de origem latina que quer dizer “paralelo”), por estar paralelo à coluna vertebral nas regiões do tórax e lombar nos lados direito e esquerdo.

Por um motivo constitucional individual algumas pessoas têm um desequilíbrio na função deste nervo, provocando um excesso de estímulo para as glândulas do suor. Não existe causa psicológica porque a disfunção é autônoma, mas, sem dúvida, muitas pessoas ficam constrangidas, limitadas, envergonhadas, nervosas e ansiosas com a hiperidrose. O tratamento existe e é eficaz para todos os tipos de apresentação da doença.

Essa doença é de diagnóstico clínico, e pode ser identificada até por um clínico geral que deve direcionar o paciente para o tratamento especializado, realizado por um dermatologista. O tratamento pode ser clínico e o cirúrgico. Se a opção for pelo tratamento clínico, a indicação é a iontoforese, aplicação diária por 30 minutos de pequenos choques em cada região acometida por um aparelho eletrônico e uma placa. São pequenos choques totalmente suportáveis que impedem que o estímulo do suor chegue até as glândulas. O resultado é parcial e não definitivo. Outro tratamento é a aplicação de toxina botulínica (Botox). Nesse caso, são aplicadas injeções com uma agulha subdérmica (bem pequena) nas regiões acometidas. O resultado é bom e a reaplicação deve ser feita em média a cada seis meses.

No entanto, o tratamento cirúrgico (simpatectomia torácica por videotoracoscopia) é o mais indicado porque tem os melhores resultados, é definitivo, apresenta baixo risco e custo menor com benefício maior e pode ser feito para todas as formas de hiperidrose. A cirurgia deve ser realizada por um médico cirurgião de tórax habilitado em videocirurgia (técnica de cirurgia minimamente invasiva, que necessita apenas de duas incisões de cinco milímetros em cada lado no tórax do paciente, na região axilar. Nesta região as cicatrizes muito pequenas ficam escondidas e com um resultado estético perfeito.

A simpatectomia torácica por videotoracoscopia é realizada em hospitais ou hospitais dia (day hospital) e os pacientes têm alta em menos de 24 horas. O retorno ao trabalho ou à escola é liberado em dois dias e, as atividades físicas, em 10 dias. O resultado da cirurgia é definitivo e excelente para as regiões acometidas com evidente melhora na qualidade de vida.

A cirurgia traz também mudança no comportamento do suor que aparecerá em outras regiões (normalmente abdômen e costas) todas as vezes que a pessoa operada precisar suar, portanto quando estiver calor ou durante atividades físicas.

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