Professor Sem Pressa

A Matrix Editora lança no Brasil o livro “Professor Sem Pressa”, assinado pelas educadoras e pesquisadoras canadenses Maggie Berg e Barbara K. Seeber, que propõe um olhar crítico sobre os desafios da vida acadêmica moderna e a necessidade urgente de desaceleração no ambiente educacional superior. A partir dos princípios do Movimento Slow, que prioriza a qualidade de vida e conexão em vez da pressa e produtividade excessiva, as autoras defendem uma abordagem que valorize o tempo necessário para pensar, ensinar e pesquisar, combatendo os efeitos da cultura de velocidade imposta pela corporativização das instituições de ensino. A obra trata de temas fundamentais como o dilema da gestão do tempo, a busca pelo equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, a preservação do modelo humanista de educação e a construção de uma verdadeira comunidade cooperativa entre docentes. Ao mesmo tempo, aborda questões como o impacto do excesso de informações no dia a dia e das demandas burocráticas que consomem o tempo e a energia dos professores, interferindo na qualidade do ensino e da produção intelectual. Maggie Berg e Barbara K. Seeber apresentam reflexões sobre os caminhos para aliviar o estresse e melhorar a experiência acadêmica, propondo uma filosofia baseada na atenção e na qualidade, em oposição à distração e fragmentação que caracterizam o modelo atual. Elas reforçam a importância de preservar o prazer de ensinar e pesquisar e defendem a construção de uma resistência política frente à lógica corporativa, que transforma a academia em um espaço de competitividade incessante e metas de entregas desumanizantes. “Professor Sem Pressa” revela como a “cultura da pressa” na sala de aula não é um problema individual, mas sim uma questão estrutural que ameaça a essência de espaços que deveriam fomentar a reflexão crítica, a criatividade e a colaboração. Nesse sentido, as especialistas convidam os leitores a repensarem o propósito do trabalho universitário, resgatando os ideais do Movimento Slow para promover resiliência emocional e intelectual no contexto acadêmico. O livro tem 160 páginas.

O Cochilo de Deus

Em “O Cochilo de Deus”, Raïssa Lettiére mergulha nas questões profundas da criação do mundo e da espiritualidade, propondo uma abordagem que mistura reflexão filosófica e questionamentos existenciais. A narrativa parte de uma premissa ousada: após o sétimo dia da criação, Deus decide tirar um cochilo e o mundo é deixado em uma espécie de “suspensão divina”. Isso cria uma realidade onde a ausência de respostas finais é marcante, e a humanidade assume o protagonismo de seu próprio destino. A história, rica em personagens intrigantes e multifacetados, desafia o leitor a refletir sobre o impacto dessa ausência divina e sobre o sentido da vida e da existência, sem buscar respostas definitivas, mas apresentando novas questões. Raïssa Lettiére explica que o livro nasceu de suas próprias inquietações diante de um mundo desorientado, em que a busca por sentido se torna uma jornada universal, que transcende dogmas ou tradições religiosas. Ao abordar temas espirituais, a obra também se aprofunda em questões como individualismo, crise existencial, solidão e o acaso, oferecendo uma reflexão profunda e aberta para múltiplas interpretações. O romance propõe uma visão utópica e reflexiva sobre o papel da espiritualidade na vida humana, acessível tanto para crentes quanto para céticos. A autora destaca que a ficção, ao permitir que o humano se conecte com suas próprias incertezas, tem o poder de tornar a realidade mais suportável. Assim, “O Cochilo de Deus” não oferece respostas prontas, mas instiga o leitor a questionar e a buscar sentido de uma forma que é tão complexa e multifacetada quanto a própria vida. Com 176 páginas, o livro é da Editora Faria Silva.