07 de junho | 2023

 “A Voz do Tempo” é real, e as consequências são sentidas até hoje

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A Voz do Tempo

Pode até parecer o roteiro de uma novela de época, mas a história contada por Lenah Oswaldo Cruz no livro “A Voz do Tempo” é real, e as consequências são sentidas até hoje. A obra, autobiográfica, revela o relacionamento proibido do pai da autora, Luiz, um padre beneditino que chocou a sociedade dos anos 1940 ao deixar a batina após engravidar e casar com Dora, jovem da alta sociedade carioca. Lenah e o irmão Victor, frutos desta paixão proibida, viveram a rejeição social por serem “filhos de padre”, e, posteriormente, pais desquitados – somente 23 anos depois, em 1977, o divórcio foi permitido no Brasil. O relacionamento não suportou as dificuldades sociais e a traição de Dora com um americano. Desprezada pelos progenitores, que pareciam se arrepender das escolhas da vida, Lenah conta como passou a infância e a juventude praticamente sozinha, entre o internato e a casa da Avó Branca. Com saltos cronológicos no enredo, a história começa nos idos de 1935, em São Paulo, passa pelos Estados Unidos, França e termina no Rio de Janeiro. Mas tudo só se conecta na década de 1980, após a morte de Luiz. A autora encontra o manuscrito do pai enquanto procurava a antiga batina de padre que, arrependido e amargurado pelos rumos que a vida tomou, desejava ser enterrado com ela. Escrito em primeira pessoa, a obra mistura lembranças de Lenah às anotações do pai. Os relatos atravessam os mais diversos cenários do Século XX e se cruzam a acontecimentos importantes da história – como a Revolução Constitucionalista – e grandes personalidades do cenário nacional. Quase como numa catarse, Lenah Oswaldo Cruz mergulha no passado dos pais na tentativa de compreender a própria história e desvendar em que ponto a jovem estudante Dora e Luiz, o culto professor de Filosofia, preocupados com os menos favorecidos, se transformaram em pessoas que tiveram a coragem de agredir e abandonar os filhos. Se o passado não pode ser apagado, em “A Voz do Tempo” o leitor perceberá que o futuro sempre pode reservar surpresas. Antes de morrer, Luiz relevou a traição da ex-esposa, lamentou pelo casamento e pediu perdão aos filhos. Assim, ódio e mágoas deram lugar à compreensão, e a história que antes machucava agora merecia ser eternizada. Com 192 páginas, o livro é da Editora Migalhas.

 

Geração Ageless: Lobas

A jornalista e apresentadora Maria Cândida lançou em São Paulo, seu segundo livro, “Geração Ageless: Lobas”, pela Editora Literare Books. A obra é baseada em sua própria jornada dos 40 aos 50 anos, combinada com pesquisas e estatísticas relevantes para uma maturidade com excelência. Ao compartilhar sua história pessoal de superação, Maria Cândida revela as lutas e as vitórias que enfrentou durante essa fase, relatando situações reais como crises de pânico, desafios financeiros, invisibilidade profissional e depressão. “Escrevi tudo que gostaria que tivessem me falado antes dos 40 anos, para poder ter me preparado. Renasci e me reinventei nos últimos dez anos, mas fiquei perdida em muitos momentos nesse turbilhão que se chama maturidade. É uma mudança de fase, como em um jogo, e precisamos entender esse processo antes”, afirma. Maria destaca a importância de compreender o processo de envelhecimento e seus impactos na produtividade, além de fornecer orientações práticas para um envelhecimento saudável e uma segunda fase de vida repleta de bem-estar e autoestima. Este livro é um alerta necessário para as mulheres maduras, a quem a autora carinhosamente chama de “Lobas”. Ao longo das páginas de “Geração Ageless: Lobas”, as leitoras encontrarão uma série de dicas valiosas para enfrentar os desafios comuns da maturidade. Alguns tópicos abordados incluem: crise da meia-idade, ganho de peso após os 40 anos, menopausa e depressão, a importância de uma rotina de exercícios, alimentação adequada, skincare e cuidados com a pele e muito mais. O livro tem 224 páginas.

 

Carta do Profeta

Como jogador, os torcedores brasileiros conheciam bem os dribles, passes e lançamentos de Hernanes, que começou a carreira no Unibol, passou pelo São Paulo, chegou à Seleção Brasileira na Copa de 2014, e depois seguiu para a elite do futebol mundial. Mas, existe outra versão do astro menos conhecida: a de mensageiro da fé. O Profeta, como foi apelidado por declamar versículos bíblicos para pessoas próximas, decidiu, já aposentado dos campos, disseminar ainda mais o Evangelho. Assim nasce “Carta do Profeta”, livro publicado pela Citadel Grupo Editorial. “A cada meditação sobre a Palavra de Deus que eu fazia, passei a escrever o entendimento sobre a mensagem desvendada, e desse processo compreendi o que era verdadeiramente ser profeta. É aquele que sempre tem uma mensagem importante e reveladora para passar às pessoas.”, revela. Na obra, o pernambucano que atualmente vive na Itália, analisa o Velho e o Novo Testamento para mostrar as mudanças na forma de enxergar e viver a fé em diferentes períodos históricos. Ele destaca trechos das escrituras e demonstra como a interpretação sobre os acontecimentos foi modificada após a chegada de Jesus na Terra. Na narrativa, ele se utiliza de metáforas como “bom vinho” e “metanoia”, que representa a mudança de lógica, mental e espiritual. Em “Carta do Profeta”, Hernanes expõe maneiras de se libertar do medo, da ignorância, da vaidade dos pensamentos, da necessidade de aprovação, da culpa e da autocondenação. Além de passar a enxergar o mundo a partir de uma visão completamente diferente, que possibilitará um novo e poderoso entendimento em relação à vida, a Deus, à Bíblia e à religião. O livro tem 176 páginas.

 

A Casa das 100 Janelas

Localizada nas serras de Mata Atlântica da região de Juiz de Fora, Minas Gerais, a Fazenda Santa Clara abriga história e um dos locais mais emblemáticos do período escravocrata. A propriedade foi o local em que homens negros moldaram nas próprias coxas as telhas da casa com 365 janelas, que inspirou o escritor Jefferson Sarmento em seu quinto livro de terror. O enredo de “A Casa das 100 Janelas” gira em torno do fictício Solar dos Fortes, uma velha construção que remete às antigas fazendas localizadas entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Os elementos do passado colonial e escravagista brasileiro são a base para contar uma jornada de remissão e de horror fantástico nos dias atuais. O protagonista desta história é Chico Rezende, um homem negro que, quando criança, deixou a cidade após seu pai ser acusado de assassinar Adélia Fortes, a esposa do patrão. Ele volta a Bel Parque depois de 30 anos para recuperar o passado perdido e redimir os pecados e horrores que assombram uma velha casa amaldiçoada. Ao trazer o imaginário popular e a história brasileira como ponto de partida para o thriller, o autor promove e contribui para a ainda tímida literatura nacional do gênero. “É uma história de horror numa cidade brasileira, com todas as características que identificam esse lugar, com vínculo no nosso passado histórico, dramas familiares e sociais presentes no cotidiano”, comenta. Com 512 páginas, o livro é da Editora Tramatura.

 

 

 

 

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