23 de fevereiro | 2021

A Vovó é Louca

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A Vovó é Louca

Parentalidade, homofobia e crises existenciais recheiam o que parece ser apenas mais uma história sobre uma família nada tradicional brasileira. “A Vovó é Louca”, do auditor-fiscal da Receita Federal, jurista e escritor paraibano Francisco Leite, conta como a vida da família Terno Aurora virou de cabeça para baixo depois que a vovó foi parar numa rave. Narrada por Amanda, neta da grande protagonista, a obra é ambientada na Paraíba.  O refúgio e a paz que oferecia a casa da vovó se transformou em caos após os acontecimentos revelados com a morte trágica do vovô durante um passeio na praia de nudismo. Abalada com a perda do grande amor da sua vida, a vovó revela um segredo, a primeira grande surpresa da narrativa. Amanda, que já vivia um caos na vida conjugal depois de beijar uma desconhecida na balada, entra em crise existencial para ressignificar tudo e a todos ao seu redor. Para os leitores abertos a obras que desafiam o politicamente correto, “A Vovó é Louca” encanta pelo ritmo frenético e narrativa desconstruída. Surpreendente até para as mentes mais abertas, a obra de Francisco Leite é um convite para a diversão. O livro tem 176 páginas e é da Editora Transversal.

 

O Futurista

E se fosse possível ler grandes reportagens jornalísticas internacionais quase uma década antes de serem lançadas? Esta é a proposta do lançamento ficcional do escritor André Cunha, “O Futurista – Reportagens Que Vão Mudar o Mundo”. Diferente da realidade atual, sacrifícios humanos, desastres ambientais e guerras civis são questões recorrentes em um contexto repleto de calamidades. Nações importantes, que atualmente não existem, são os grandes centros do mundo, como o Império Russo, o Alasca Canadense, a Tundra Siberiana, o Califado, os Estados Papais e o Quarto Reich tibetano. As reportagens, escritas pelo jornalista e personagem Patrick Landall, publicadas no jornal O Futurista e agora complicadas na obra, narram grandes eventos ocorridos entre os anos 2030 e 2038 e revelam a intimidade de personagens influentes, além dos bastidores de fatos marcantes que transformaram a história da humanidade. No enredo, o protagonista e outros sete profissionais da imprensa internacional foram assassinados pelo Paxá do Quirguistão durante a apuração de uma pauta. O lançamento publicado pela Editora Trevo convida o leitor a conhecer um futuro sinistro e dominado por novas e chocantes expressões de religiosidade, numa espécie de “Black Mirror das religiões”, pressionado pelo agravamento do aquecimento global e da crise climática. O livro tem 223 páginas.

 

Dia Zero

A única coisa mais aterrorizante que milhões de aranhas é a ideia de que todas elas trabalham em conjunto. A primeira onda devorou milhões de pessoas, a segunda fez hospedeiros e criou locais seguros para suas rainhas. Agora o governo precisa correr contra o tempo para impedir a chegada da terceira onda. A presidente dos Estados Unidos e a alta cúpula militar defendem estratégias opostas: matar as aranhas a qualquer custo, sem se importar com o preço de vidas humanas perdidas, ou esperar que os cientistas cheguem a uma solução melhor pesquisando essas criaturas ancestrais. O mundo está à beira do apocalipse. Mas qual ameaça é mais perigosa – as aranhas ou a sede de poder de quem deseja reinar sobre o caos?
Preparem-se: o Dia Zero chegou. Em “Dia Zero” chegamos ao final eletrizante e assustador da série do autor Ezekiel Boone. A guerra está declarada contra as aranhas que ameaçam varrer a raça humana do mapa. Com 272 páginas, o livro é da Editora Suma.

 

A Palavra que Resta

Aos 71 anos, Raimundo decide aprender a ler e a escrever. Nascido e criado na roça, não foi à escola, pois cedo precisou ajudar o pai na lida diária. Mas há muito deixou a família e a vida no sertão para trás. Desse tempo, Raimundo guarda apenas a carta que recebeu de Cícero, há mais de cinquenta anos, quando o amor escondido entre os dois foi descoberto. Cícero partiu sem deixar pistas, a não ser aquela carta que Raimundo não sabe ler – ao menos até agora. Com uma narrativa sensível e magnética, o escritor cearense Stênio Gardel o leitor para uma viagem ao passado de Raimundo, permeado de conflitos familiares e da dor do ocultamento de sua sexualidade, mas também das novas relações que estabeleceu depois de fugir de casa e cair na estrada, ressignificando seu destino mais de uma vez. De Stênio Gardel, o livro tem 152 páginas e é da Editora Companhia das Letras.

 


 

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