13 de janeiro | 2020

A vida de Chacrinha em quatro capítulos

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1- A personalidade mítica do comunicador revolucionário e inovador, que mudou a forma de fazer TV no Brasil, será mostrada na série “Chacrinha” / GB Imagem-Divulgação

 

2- Stepan Nercessian interpreta magistral- mente o Velho Guerreiro na segunda fase da trama / GB Imagem-Divulgação

 

3- Eduardo Sterblitch como Chacrinha mais jovem, também, uma atuação brilhante / GB Imagem-Divulgação

 

4- Na série, estrelada por Stepan Nercessian e Eduardo Sterblitch, que vivem Abelardo Barbosa em fases diferentes, há cenas inéditas para costurar a narrativa / GB Imagem-Divulgação

 

5- Chacrinha (Stepan Nercessian) e sua famosa buzina não podia deixar de aparecer na série que homenageia o “Velho Guerreiro” / GB Imagem-Divulgação

 

6- Chacrinha (Stepan Nercessian) que sempre estava cercado por belas mulheres, que adorava vestir roupas extrava- gantes, que jogava frutas, legumes, bacalhau e até penicos na plateia / GB Imagem-Divulgação

 

Tímido e reservado na vida particular, ele era José Abelardo Barbosa de Medeiros; com suas roupas coloridas e sua inseparável buzina, ele era Chacrinha, o maior comunicador que o país já viu.

A personalidade mítica do comunicador revolucionário e inovador, que mudou a forma de fazer TV no Brasil; e a do homem por trás do visual irreverente e inconfundível convergem na série “Chacrinha”, que a Globo exibe a partir desta terça-feira, após “Amor de Mãe”. Baseados no filme “Chacrinha: O Velho Guerreiro”, dirigido por Andrucha Waddington e com roteiro de Claudio Paiva, os quatro capítulos contam a trajetória de José Abelardo Barbosa do momento em que ele larga a faculdade de Medicina para se aventurar como locutor de rádio até o auge na televisão. “Chacrinha é uma figura extraordinária, talvez o maior ícone pop brasileiro do Século XX, mas optamos por retratá-lo como um ser humano, de uma forma não romantizada, uma pessoa que, como qualquer outra, tem um lado solar e um lado menos solar”, explica Andrucha Waddington.

Na série, estrelada por Stepan Nercessian e Eduardo Sterblitch, que vivem Abelardo Barbosa em fases diferentes, há cenas inéditas para costurar a narrativa. “A série é uma oportunidade de levar para ainda mais pessoas tudo o que Chacrinha representou. Como ator, foi um grande desafio e contei com a parceria fundamental do Stepan”, diz Eduardo. “Era importante fazer essa passagem entre as fases com consistência, para dar credibilidade ao personagem. Acho que conseguimos, eu e Eduardo, fazer o personagem de maneira humanizada, crível”, completa Stepan.

Outra novidade são os minidocumentários, com imagens de arquivo da época sobre os cassinos, a era do rádio, o início da televisão, calouros, musicais, concursos, chacretes, tropicalismo e censura. “O material documental da série colabora com a parte ficcional de uma maneira muito interessante, porque contextualiza a figura do Chacrinha e sua personalidade com a época em que ele vivia”, explica Claudio Paiva.

Também fazem parte da série personagens marcantes da trajetória de Chacrinha, como Elke Maravilha, interpretada por Gianne Albertoni; Rita Cadillac, por Karen Junqueira; e Boni, por Thelmo Fernandes.

Chacrinha que sempre estava cercado por belas mulheres, que adorava vestir roupas extravagantes, que jogava frutas, legumes, bacalhau e até penicos na plateia. Para realizar suas brincadeiras, contava com Russo, seu fiel assistente de palco: "Eu era o braço direito dele, o que ele cismava fazer, fazia em cima de mim, pintava o sete, brincava, me fazia comer banana e até jaca já comi dentro de um pão que ele me deu”, relembrou Russo em uma entrevista, pouco antes de sua morte, em janeiro de 2017.

Nascido em Pernambuco, Chacrinha deixou sua terra natal, mas sempre se inspirou no clima festeiro e nas cores do Nordeste. Aos 21 anos, decidiu seguir de navio para a Alemanha. Porém, o destino e a Segunda Guerra Mundial que agitava o mundo em 1939 o fizeram desembarcar no Rio de Janeiro. A cidade vivia a "era do rádio" e ele ficou fascinado com o trabalho e a fama dos locutores. Até 1942, ele nada conseguiu, pois estava decidido a estudar Medicina e durante três anos esteve na universidade. A partir daí, decidiu se entregar à comunicação. A vida de Abelardo era bem diferente do glamour do seu cassino imaginário. Ele acumulava empregos em várias rádios e fazia “bicos” de todos os tipos para ganhar um pouco mais de dinheiro. No final dos anos 50, a televisão estava no ar e a história da comunicação de massa tomou um novo rumo. Chacrinha usou elementos do rádio para criar uma receita inédita e infalível que permaneceu, com grande sucesso, por mais de vinte anos. O segredo: descontração, improviso e muito humor.

No início da década de 70, Chacrinha era um sucesso. Famoso em todo o país, ele vivia o auge de sua vida profissional. Os altos índices de audiência não lhe deram tranquilidade nem serviram como desculpa para a aposentadoria. Perfeccionista e apaixonado pelo trabalho, ele sofria com as cobranças que se impunha. Com quase 70 anos, todas as semanas, comandava um programa com mais de três horas de duração, onde ele próprio fazia questão de opinar em todas as etapas. No rádio, na televisão, em casas noturnas e em estádios por todo o país, Abelardo Barbosa trabalhou, sem parar, por quase 50 anos. Em 1988, ele não conseguiu driblar a fragilidade de seu corpo, faleceu no dia 30 de junho.

Vale a pena assistir a série que a Globo vai exibir e conhecer um pouco mais desse fenômeno que divertiu às tardes de sábado de muitos brasileiros, com seu programa descontraído que marcou época e várias gerações.

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