22 de dezembro | 2013
A magia do Natal pelo mundo
A figura do Papai Noel tem origem na história de São Nicolau, um santo especialmente querido pelos cristãos ortodoxos e, em particular, pelos russos. São Nicolau, quando jovem, viajava muito, tendo conhecido a Palestina e Egito. Por onde passava ficava na lembrança das pessoas devido a sua bondade e o costume de dar presentes às crianças necessitadas / GB Imagem
Na Itália, quem entrega os presentes às crianças é uma bruxa chamada “La Befana”, e não o Papai Noel / GB Imagem
Apesar dos presentes e das ceias apetitosas, do Papai Noel e suas renas, sem dúvida alguma a característica religiosa é o ponto central da comemoração do Natal. Uma das mais coloridas e festivas celebrações deste dia é realizada na cidade de Belém. Na véspera de Natal formam-se longas filas de pessoas por entre as ruas estreitas da cidade. Encabeçando estas filas estão sacerdotes vestidos com magníficas túnicas. Eles levam um minúsculo e vistoso berço de vime contendo uma imagem de cera do Menino Jesus. Rumam para a Capela de Santa Catarina onde é celebrada uma missa à meia noite. Participam peregrinos de todas as partes do planeta. A cerimônia se encerra quando o patriarca de Jerusalém carrega a imagem do Menino Jesus para uma manjedoura ornamentada de vidro e mármore na “Gruta da Natividade”.
A figura do Papai Noel tem origem na história de São Nicolau, um santo especialmente querido pelos cristãos ortodoxos e, em particular, pelos russos. São Nicolau, quando jovem, viajava muito, tendo conhecido a Palestina e Egito. Por onde passava ficava na lembrança das pessoas devido a sua bondade e o costume de dar presentes às crianças necessitadas. Conta-se que o primeiro presente que o Papai Noel deu foi moedas de ouro, entregues a três meninas pobres. Quando voltou a sua cidade-natal, Patara, na província de Lícia, Ásia Menor, São Nicolau foi declarado bispo da cidade de Mira.
Com o tempo, o santo foi ganhando fama de fazedor de milagres, sendo esse um dos temas favoritos dos artistas medievais. Nessa época, a devoção a ele estendeu-se para todas as regiões da Europa, tornando-o o padroeiro da Rússia e da Grécia, das associações de caridade, das crianças, marinheiros, garotas solteiras, comerciantes, penhoristas, e também de algumas cidades como Friburgo e Moscou. Milhares de igrejas europeias foram dedicadas a ele, uma delas ainda no Século VI, construída pelo imperador romano Justiniano I, em Constantinopla, atual Istambul.
A Reforma Protestante fez com que o culto a São Nicolau desaparecesse da Europa, com exceção da Holanda, onde sua figura persistiu como “Sinterklaas”, adaptação do nome São Nicolau. Colonizadores holandeses levaram a tradição consigo até New Amsterdan (a atual cidade de Nova Iorque) nas colônias norte-americanas do Século XVII. “Sinterklaas” foi adotado pelo povo americano falante do Inglês, que passou a chamá-lo de “Santa Claus”; em Português, Papai Noel.
A figura do Papai Noel ganhou o mundo, o seu significado é praticamente o mesmo, sendo que em alguns lugares ele ganha outro nome.
Na Itália, quem entrega os presentes às crianças é uma bruxa chamada “La Befana”, e não o Papai Noel. Na França, ao invés de pôr meias sobre a lareira, como é feito nos EUA, os franceses colocam os sapatos.
Na Alemanha, São Nicolau visita as casas das crianças na noite do dia 5 de dezembro e entrega balas e outros doces que devem ser abertos no dia 6, Dia de São Nicolau. Segundo uma das tradições, mais popular na região católica do sul do país, o “Christkind” (Menino Jesus) traz os presentes na noite de Natal. Nas regiões do norte da Alemanha, os pais costumam dizer que o “Weihnachtsmann” (Homem do Natal) é quem traz os presentes. A maioria das famílias alemãs arma uma árvore de Natal decorada com luzes e ornamentos. Bolos e bolachas aromáticas chamados de “lebkuchen” são preparados em vários formatos e usados como decoração.
Na Dinamarca, Noruega e Suécia o jantar de Natal inclui um pudim de arroz denominado “julgrot”, que contém uma amêndoa em seu interior. De acordo com a tradição, quem encontrar a amêndoa na sua porção terá boa sorte durante todo o ano seguinte. O Papai Noel é um personagem familiar nos países escandinavos, mas muitas crianças acreditam que um duende é quem traz os presentes do velhinho até suas casas. Os dinamarqueses e noruegueses chamam esse duende de “Julenissen”, e os suecos se referem a ele como “Jultometen”.
Na Suécia, a temporada do Natal começa em 13 de dezembro, dia de Santa Lúcia. Na manhã desse dia, a filha mais velha da casa se veste de branco e coloca sobre a cabeça uma grinalda com sete velas acesas. Ela serve bolo de passas e leva o café-da-manhã às camas dos demais integrantes da família. Por toda a Noruega, os sinos das igrejas tocam às 17 horas da véspera de Natal em um ritual chamado “Ringe in Julem” (Sinos no Natal). Na Dinamarca, as árvores de Natal são decoradas com pequenos cones de papel cheios de doces. As crianças não podem ver a árvore até a noite de Natal.
Nos EUA as pessoas decoram suas casas com árvores de Natal, guirlandas e outros enfeites. As ruas das cidades são decoradas com luzes coloridas e sons de sinos e canções natalinas ecoam por todos os lugares. Muitas pessoas vão à igreja na manhã de Natal ou na noite da véspera.
As crianças costumam escrever cartas para o “Santa Claus” pedindo presentes, e muitos trocam saudações e votos com seus amigos e familiares através da troca de cartões de Natal. Muitas empresas dão presentes a seus empregados.
A árvore de Natal decorada é atração principal. Os presentes são depositados embaixo dela. O jantar tradicional inclui uma variedade de pratos, como peru recheado, purê de batatas e bolo de frutas.
Em algumas regiões dos EUA e Canadá, grupos étnicos seguem os costumes de Natal dos seus ancestrais. Alguns negros norte-americanos combinam o Natal com o Kwanzaa, um feriado afro-americano que dura sete dias, de 26 de dezembro a 1 de janeiro: a cada dia, as famílias acendem uma vela simbolizando um dos sete princípios, incluindo criatividade, fé e união.
Na França, as crianças colocam seus sapatos na frente da lareira para que o “Pere Noel” possa enchê-los de presentes. Muitas famílias vão à missa e depois fazem um jantar festivo chamado “Le Reveillon”. A maioria das famílias também decora suas casas com presépios montados com figuras de argila, que são compradas em feiras especiais antes do feriado.
Na Inglaterra, as crianças penduram meias compridas na véspera de Natal para que o “Father Christmas” (versão britânica do Papai Noel) as encha de presentes. Na tarde do dia de Natal, a maioria das famílias assiste pela televisão a mensagem especial de Natal enunciada pelo monarca. O jantar consiste em peru assado, torta de carne e pudim de ameixa. Nos dias anteriores ao Natal, corais vão de casa em casa cantando músicas natalinas. Crianças pedem dinheiro e adultos também costumam pedir dinheiro destinado às obras de caridade.
Na noite de Natal da Itália, as famílias rezam enquanto a mãe coloca uma estátua do “Bambino” (o Menino Jesus) na manjedoura de um presépio que é montado na maioria das casas. Muitos italianos servem enguias no jantar de Natal, além de um pão especial denominado “panettone”, contendo passas de uva e frutas cristalizadas. As crianças italianas recebem os presentes de “La Befana”, uma bruxa velha e bondosa. De acordo com a lenda, os Sábios pediram à bruxa que os acompanhasse para ir ver o Menino Jesus. Ela não pôde ir, pois estava muito ocupada limpando a casa. Todo ano, “La Befana” vai de casa em casa, deixando presentes e procurando pelo Menino Jesus.
Na Austrália e Nova Zelândia, como no Brasil, o Natal acontece no verão. Muitas pessoas celebram a data fazendo um piquenique ou indo à praia. Em muitas cidades, as pessoas cantam músicas natalinas. Peru e pudim de ameixas são os pratos tradicionais da data. No País de Gales, há concursos de canto nas semanas que antecedem a data. O prato principal da ceia da esperada noite é peru assado.
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