23 de abril | 2018
A gravidez e a saúde dental
As mulheres grávidas muitas vezes são “vítimas” de algumas crendices, as quais deixam as futuras mamães preocupadas.
Por exemplo, é comum ouvir dizer que a gravidez enfraquece os dentes. Isso não é verdade. Os especialistas neste assunto explicam que a gestação não é a responsável pelo surgimento de cáries ou de doenças nas gengivas, assim como é uma grande besteira dizer que a mãe perde cálcio e fósforo dos dentes para formar os ossos do bebê.
Mas é verdade que a gestante precisa tomar alguns cuidados. Normalmente, os dentes conhecidos por “dentes de leite” se formam a partir da sexta semana da gestação e os dentes permanentes a partir do quinto mês da vida intrauterina. Por esta razão, o uso de alguns tipos de medicamentos durante a gestação, infecções não tratadas e principalmente carências nutricionais podem acarretar problemas nos dentes do futuro bebê, e não nos dentes das mães. O aumento das cáries nas gestantes ocorre devido a alterações nos hábitos alimentares (uma dieta mais rica em carboidratos e a ingestão de alimentos em intervalos menores) e, principalmente, pela maior formação da chamada placa bacteriana, placa dental ou biofilme oral sobre os dentes. De uma forma quase inconsciente a gestante não realiza a escovação da forma adequada, pois a escova dental induz ao enjoo e isto provoca o maior acúmulo da placa sobre os dentes. A acidez oral provocada pelo enjoo pode agravar o problema, pois o pH ácido favorece a desmineralização dos dentes e o surgimento das cáries. A saliva tem um efeito protetor sobre os dentes porque ela eleva o pH oral. Porém, ela precisa de um tempo de 30 minutos a uma hora para conseguir neutralizá-lo. Com os enjoos constantes, a acidez permanece sempre elevada e, somada ao maior acúmulo da placa sobre os dentes, é provocado o grande número de cáries. Por isso, a higienização oral é imprescindível para as gestantes, pelo menos três vezes ao dia, após as refeições.
Os antissépticos bucais são produtos químicos que devem sempre ser utilizados sobre a supervisão de um cirurgião-dentista ou do médico responsável. Durante o chamado período pré-natal, a gestante deve evitar a utilização dos antissépticos, a não ser em casos específicos. Muitos antissépticos possuem álcool em sua formulação e isto pode provocar o ressecamento da mucosa oral.
Outro mito é que gravidez causa problemas periodentais ou inflamação nas gengivas. A explicação é que o tecido de suporte dos dentes é composto pela gengiva, osso e ligamento periodontal. Porém, devido a alterações hormonais, ocorre uma maior vascularização gengival durante a gestação. A gengiva fica mais susceptível, no entanto o que causa a inflamação (gengivite ou periodontite) é a placa bacteriana, e não a gravidez, o que pode ser tratado pelo dentista, uma vez que a gestante pode realizar tratamento oral, sendo que o ideal é que o atendimento ocorra no segundo trimestre da gravidez. E sempre sob a orientação do médico.
O ideal seria que todas as mulheres fizessem visitas periódicas ao dentista e assim manterem a sua saúde bucal. Assim, caso ocorra a gestação, os problemas bucais seriam mínimos, ou nenhum.
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