27 de dezembro | 2015

A doença de final de ano

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Quando se pensa em final de ano, invariavelmente se pensa em férias, feriados, descanso e festas. Mas existe uma realidade cruel por detrás de tudo isso, aumenta os casos de depressão ou agravam os já existentes.

A explicação é que as festas de final de ano reúnem as famílias e os amigos, um cenário perfeito para se lembrar dos entes queridos que já não estão mais aqui, alguns sofreram perdas recentes, outros não conseguem superar a morte de filhos e cônjuges, e assim por diante.

Outras questões podem levar a um quadro de depressão, como as dificuldades enfrentadas na infância voltam à lembrança ou o não cumprimento de metas estabelecidas. Enfim, em tempos de Natal e Ano Novo situações negativas passam a ser revividas com intensidade.

Os médicos explicam que não existem dados de pesquisa consistentes, mas as alegações mais presentes na prática clínica estão relacionadas às situações que causaram sofrimento. Além disso, essa é uma fase do ano em que as pessoas se cobram mais e se questionam por não terem alcançado um objetivo, por exemplo. Toda essa ansiedade e cobrança geram estresse contribuindo para o agravamento do quadro depressivo ou até mesmo o surgimento da doença em pessoas geneticamente predispostas. Por isso, pode-se dizer que esses episódios têm duas causas: psicológica e ambiental.

E tem mais, não existe uma forma direta de intervir nos estressores, mas algumas medidas podem ser consideradas preventivas. Um caminho pode ser ajudar o paciente mudar a maneira de pensar e lidar com adversidades presentes e passadas. Além disso, é comum adiar um processo de retirada de medicação nesta época, caso o paciente já tenha um histórico de recaída no final de ano.

O tratamento da depressão costuma combinar a psicoterapia e medicamentos, que evoluíram bastante nos últimos anos. Atualmente, existem aqueles que combatem ao mesmo tempo os sintomas emocionais e físicos da depressão, como fadiga, alteração de peso e sono, dores de cabeça, nas costas e no pescoço, entre outras.

A causa da doença ainda é desconhecida, mas uma das teorias mais aceitas é que a depressão é consequência de uma disfunção no sistema nervoso central, que diminui e desequilibra as concentrações de dois neurotransmissores (a serotonina e a noradrenalina). Estes neurotransmissores são responsáveis pelo aparecimento dos sintomas físicos e emocionais da depressão.

Apesar do difícil diagnóstico e da gravidade da doença, existem tratamentos eficazes atualmente. Os mais comuns envolvem psicoterapia e medicamentos e, para que haja o desaparecimento completo dos sintomas, é preciso que seja aplicado um tratamento completo, que atua sobre os sintomas emocionais (tristeza, ansiedade, humor depressivo, perda do interesse, ideação suicida) e físicos (fadiga, perda de energia, alteração de peso e sono, dores de cabeça, nas costas, no pescoço, entre outras) da doença, proporcionando significativa melhora na qualidade de vida do paciente. 

É importante ressaltar, porém, que não se deve usar nenhum medicamento sem prescrição e rigoroso acompanhamento médico. Os pacientes com depressão devem também ser encorajados a modificar seus hábitos diários: realizar atividades físicas regulares, manter um período satisfatório de sono diário, ter uma boa alimentação e evitar o uso de substâncias como anorexígenos, álcool e tabaco.

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