11 de fevereiro | 2019

A cultura e os costumes árabes em “Órfãos da Terra”

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Laila (Julia Dalavia) é uma jovem cheia de personalidade, que muito cedo teve que enfrentar o terror de uma guerra. No Líbano, será negociada em casamento para Aziz (Herson Capri). Na noite de núpcias, ela foge e embarca para o Brasil rumo a uma nova vida / Paulo Belote-RG

Aziz Abdallah (Herson Capri) é um skeik muito poderoso. Ele se encanta por Laila (Julia Dalavia) que vive em um campo para refugiados no Líbano. E, se aproveitando da fragilidade financeira da família da moça, decide “comprar” a jovem para que ela seja mais uma de suas esposas / Paulo Belote-RG

 

 

“Espelho da Vida” já está chegando em suas emoções finais e em breve estreia “Órfãos da Terra”, a nova aposta da Globo. Sob o comando do diretor Gustavo Fernandéz, as gravações já estão bem adiantadas. As primeiras cenas foram feitas em Petrópolis, no Palácio Quitandinha, e na cidade do Rio de Janeiro, em bairros da Zona Norte e no centro da cidade. “É muito bom poder participar de um projeto que apresenta um texto consistente e núcleos tão diversos e ricos que vão exigir da direção atenção e cuidado para retratar toda essa pluralidade", afirma o diretor que assina a sua primeira direção artística nesta novela.

De Duca Rachid e Thelma Guedes “Órfãos da Terra” traz uma mensagem de empatia com história de amor que rompe fronteiras e une mundos. Diversas culturas, crenças, sonhos, sotaques e uma só nação, o Brasil. O casal Laila (Julia Dalavia) e Jamil (Renato Góes) desembarca no país para tentar viver o amor que os uniu ainda no Oriente Médio. Ela, uma refugiada. Ele, empregado de um poderoso sheik (Herson Capri), que tomou Laila, à força, como uma de suas esposas. Surpreendidos pela paixão e fugindo de uma nação em guerra, os dois unem forças para tornar esse amor possível. E o destino os leva para um país que tem por tradição o acolhimento e o convívio pacífico com as diferenças.

No pano de fundo dessa história de amor, o universo de pessoas de diversos lugares do mundo, refugiados de guerras, de conflitos políticos ou deslocados por razões econômicas ou acidentes naturais. A novela vai mostrar que essas pessoas vêm e continuam vindo para o Brasil para recomeçarem suas vidas, enfrentando muitas adversidades. Mas trazendo um patrimônio cultural que nos enriquece e constitui. Uma só ancestralidade vivendo sobre a mesma terra.

Na Síria, em um dia de alegria e de celebração para a família Faiek, Laila vê seu destino mudar repentinamente. Um bombardeio os atinge, transformando a vida de uma família estruturada e bem-sucedida em pesadelo. Com a casa em ruínas e a fictícia cidade de Fardús em guerra, a jovem estudante Laila e sua família – o pai Elias (Marco Ricca), a mãe Missade (Ana Cecília Costa) e o irmão Kháled (Rodrigo Vidal) – são forçados a deixar a Síria em direção ao Líbano, para fugir do conflito e ter a chance de tratar Khaled, gravemente ferido.

De posse do pouco que lhes restou, em dinheiro e pertences, os Faiek vão parar em um campo de refugiados, em Beirute, onde Laila cruza olhares com Jamil Zarif, que está no campo, acompanhando o patrão, o sheik Aziz Abdallah, em busca de mão de obra para suas empresas.

Mas, assim como Jamil, Aziz também se interessa por Laila e, acostumado a comprar tudo que deseja, oferece ao pai da jovem um contrato de casamento que pode salvar sua família da penúria. Elias recusa a proposta. Mas o estado de Kháled se agrava e Laila se oferece em sacrifício, em troca do tratamento do irmão. Contudo, logo após a cerimônia de casamento, a jovem fica sabendo que o irmão não resistiu à cirurgia. Laila, então, deixa a mansão do sheik na noite de núpcias, antes de o casamento ser consumado, reencontra a família e, com eles, traçam um plano de fuga para São Paulo, no Brasil, onde os Faiek têm parentes.

Sem saber que a esposa fugitiva do patrão é justamente a mulher por quem se apaixonou no campo de refugiados, Jamil é surpreendido por uma missão: embarcar num navio com destino ao Brasil e trazer de volta para Beirute a mulher que Aziz acredita ser sua propriedade. Antes, porém, de embarcar, Jamil descobre que essa mulher é a sua Laila. A paixão intensa e inesperada que une o casal é maior do que o compromisso que Jamil assumiu com Aziz: casar-se com a ardilosa Dalila (Alice Wegmann), a filha preferida de seu patrão. “Com a história do casal protagonista, veremos como o amor tudo supera, rompendo fronteiras e unindo vidas. O grande tema dessa novela é a empatia”, afirma a autora Thelma Guedes. “Antes da guerra, esses personagens tinham uma estrutura familiar, financeira e social constituída, e que foi repentinamente destruída. Eles chegam em nosso país dispostos a começar um novo capítulo de suas vidas com uma esperança e entusiasmo que permeiam toda a trama”, complementa a autora Duca Rachid.

Se “Órfãos da Terra” fosse exibida no SBT, muitos falariam que se tratava de um típico dramalhão mexicano, mas a trama vai ser exibida na tela da Globo e mesmo assim a novela tem todos os ingredientes dos folhetins que são exibidos com sucesso nas tardes da emissora de Silvio Santos. Com um enredo pouco convencional, mas nem por isso menos atual, “Órfão da Terra” quer retratar, além de uma história de amor – clichê nas novelas – a difícil vida de imigrantes refugiados que escolhem o Brasil para tentar um recomeço digno. Tem tudo para agradar, mas se isso vai acontecer, só o tempo dirá.

Cenas da nova novela também já foram gravadas em externas nas ruas de São Paulo e no porto de Santos.  Uma das novidades ficará por conta da estreia do ex-BBB Kaysar Dadour, vivendo Fauze, um dos homens de confiança do sheik Aziz.

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